terça-feira, 22 de junho de 2010

Garota de 14 anos é primeira vítima fatal de gripe A no ano

Secretária de Saúde enfatiza cuidados com prevenção
Matheus Casagrande
Folha de Votorantim
O primeiro óbito de gripe A registrado em Votorantim neste ano acometeu uma pessoa considerada integrante dos grupos de menor risco de contrair a doença. Uma garota de 14 anos, residente do Parque Bela Vista, matriculada na escola estadual Daniel Verano, faleceu na madrugada da última sexta-feira (18).

Segundo a secretária de Saúde, Gladys Leite Barasnevícius, a menina apresentava os sintomas desde o dia 6, data em que foi internada. A confirmação de que ela havia realmente contraído gripe A veio na semana seguinte. Os resultados são demorados porque o material coletado é enviado a São Paulo, onde é feito o exame. Mesmo sem a confirmação, a vítima permaneceu sob cuidados médicos e seus parentes sob monitoração, com acompanhamentos diários.

Por conta de sua idade, a vítima não estava entre os chamados “grupos de risco” determinados pelo Ministério de Saúde, que receberam vacinação gratuita contra o vírus H1N1: crianças com menos de 2 anos, grávidas, portadores de doenças crônicas, adultos de 20 a 39 anos e idosos com mais de 60.

A campanha de vacinação não incluiu, portanto, pessoas de 2 a 19 anos e 40 a 59. As populações dessas faixas etárias foram as menos acometidas pela gripe A e, por isso, não foram incluídas.

No controle da Saúde Coletiva do município, são considerados suspeitos os pacientes que estiverem internados. Novamente segundo a secretária, até a tarde de ontem, existia uma pessoa suspeita de estar com gripe suína em Votorantim. Seria uma senhora da faixa dos 50 anos, que está internada na Santa Casa de Misericórdia desde a última quinta-feira (17).

Gladys garante que é uma “coincidência” o fato de essa senhora com suspeita também pertencer a um grupo de fora do protocolo do Ministério e descarta a incidência de outros casos, suspeitos ou confirmados, da doença na cidade.
Prevenção

Gladys Barasnevícius aproveita para fazer um alerta. “Tenho notado que as pessoas têm deixado de lado o principal: a prevenção. Isso é mais importante até mesmo do que a vacina”, ela diz.

Se no inverno passado, quando ainda não havia a vacina contra a gripe suína, houve um exagero de cuidados na sociedade, a partir deste ano, com a realização da campanha de vacinação e um apelo bem menor por parte da mídia, as pessoas voltaram a relaxar com a higiene.

No auge da epidemia que afetou o mundo em 2009, o cenário urbano sofreu grande choque. Eventos que aglomerassem pessoas eram cancelados (Votorantim, por exemplo, deu uma pausa em sua programação cultural); o álcool-gel passou a fazer parte da rotina em diversas repartições; a recomendação das autoridades médicas era que se evitasse contato muito próximo com outras pessoas; ônibus circulavam com as janelas escancaradas, mesmo quando chovia; alguns chegaram a utilizar máscaras cirúrgicas no intuito de evitar contágio.

“Não estamos num ponto igual do ano passado. Não é necessário tudo isso. Mas é essencial mantermos cuidados com a higiene sempre”, enfatiza a médica Gladys Leite Barasnevícius. O principal cuidado (que também foi visivelmente redobrado ano passado) é também um dos mais simples: lavar as mãos de forma correta, várias vezes ao dia, principalmente antes das refeições e quando chegar da rua.

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