domingo, 4 de setembro de 2011

RAPOSO TAVARES: Polícia Rodoviária quer rever limites de velocidade

Notícia publicada na edição de 04/09/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno A
 André Moraes


Depois que as marginais foram instaladas, o tráfego de veículos nas vias expressas teve diminuição

Polícia Rodoviária avalia que novas marginais tendem a alterar comportamento do trânsito no trecho urbano da rodovia - Por: Emídio Marques
 

A Polícia Militar Rodoviária quer que seja reduzida a velocidade máxima na via expressa do trecho urbano da Rodovia Raposo Tavares (km 95 até o 105), em Sorocaba, enquando que para as marginas da estrada ela quer aumento do limite de velocidade. O pedido foi encaminhado à Viaoeste, concessionária responsável pela rodovia, que por sua vez enviou requisição de estudo ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O Departamento, porém, alega não ter recebido nenhuma solicitação referente ao assunto.

A solicitação da Polícia Militar Rodoviária tem relação com o novo comportamento do trânsito de veículos a partir da construção das marginais da Raposo Tavares. A Polícia considera que depois que as marginais foram instaladas, o tráfego de veículos nas vias expressas teve uma diminuição. "Há tendência no aumento de velocidade dos veículos por a rodovia estar vazia", destaca o comandante da 1.ª Cia. do 5.º Batalhão de Polícia Militar Rodoviária, capitão Edson Ramos.

Com isso, ele avalia que seria preciso que a velocidade regulamentada para a via expressa passasse a ser de 100 quilômetros por hora (km/h) para veículos leves e de 80 km/h para veículos pesados. Além disso, Ramos afirma que outra requisição foi realizada, sobre a velocidade permitida nas marginais, que hoje é de 60 km/h. "Nós pedimos uma adequação para 70 km/h, mas parece que isso não dá para fazer, pois há muitas casas e comércios ao longo das marginais", ressalta. Atualmente, a velocidade máxima regulamentada na via expressa da Raposo Tavares é de 110 km/h para veículos leves e 90 km/h para veículos pesados

O pedido da Polícia Militar Rodoviária foi apresentado durante reunião operacional entre a Polícia e a Viaoeste, segundo o capitão Edson Ramos, por conta do acidente grave ocorrido no km 99 da Raposo Tavares, no qual três pessoas morreram em 27 de agosto. "Sempre que tem um acidente grave nós nos reunimos para ver o problema que possa ter causado", explica. No encontro, a Polícia também considerou que depois que as marginais foram instaladas, o tráfego de veículos nas vias expressas teve uma diminuição. "Há tendência no aumento de velocidade dos veículos por a rodovia estar vazia", destaca o capitão. Com isso, ele revela que seria preciso que a velocidade regulamentada passasse a ser de 100 km/h para veículos leves e de 80 km/h para veículos pesados. Além disso, Ramos afirma que outra requisição foi realizada, sobre a velocidade permitida nas marginais, que hoje é de 60 km/h. "Nós pedimos uma adequação para 70 km/h, mas parece que isso não dá para fazer, pois tem muitas casas e comércios ao longo das marginais", ressalta.

O tenente Helder André Bonás, que é comandante de Pelotão da Polícia Rodoviária, informa que a corporação terá autorização, em breve, para fazer autuações nas marginais da rodovia. "Com relação às marginas, foi nos passado que daqui há alguns dias o DER estará liberando o estudo técnico para que fiscalizemos a velocidade com nosso radar estático. Assim, em poucos dias a fiscalização com esse tipo de dispositivo entrará em operação nas pistas marginais, com a velocidade regulamentada na atualidade (60 km/h)." O DER informou que, caso seja procurado, irá realizar estudo técnico para reavaliação dos limites de velocidade. Segundo informações do DER, este estudo leva em consideração critérios como velocidade já praticada, velocidade de projeto e particularidades da via. A análise desses dados permite a definição dos limites de velocidade ideais.

Km 99
Por conta do acidente grave ocorrido no km 99, o local também teve destaque nas conversas entre a Polícia e a Viaoeste. Conforme informações do tenente Bonás, houve 67 acidentes até o dia 29 de agosto deste ano, em um trecho de somente 500 metros da rodovia (entre o km 98+500 e km 99), nos dois sentidos (capital e interior). No ano passado, nesse mesmo período, aconteceram 70. "Esse ano diminuiu bastante até março, quando foram instaladas as marginais", ressalta o capitão Ramos.

Como o acidente ocorrido na semana passada foi ocasionado pela presença do radar - o motorista freou e um caminhão não teve tempo hábil para frear também, acontecendo a colisão -, o local do dispositivo foi discutido na reunião. "Há a necessidade do radar, porque ali é um declive acentuado. Entre o radar e a ponte há o acesso de Votorantim e Sorocaba, e a ponte, que pela posição geométrica não possui acostamento. Então há a necessidade do controle de velocidade ali", explica o capitão.

A Polícia considerou que a sinalização do radar estaria inadequada, portanto a Viaoeste se prontificou a reforçá-la. "Ontem (terça-feira) estive fazendo vistoria no local e percebi que a sinalização está adequada, mas mesmo assim vamos repintar a legenda de solo, para deixar a pintura mais forte", informa Fausto Camilotti, que é Gestor de Interação com o Cliente da Viaoeste e esteve na reunião realizada no começo da semana na base da Polícia Rodoviária.



Usuário da rodovia alerta para risco de radar sem câmera

 

 Estrutura do radar no km 99 da Raposo está vazia - Por: FÁBIO ROGÉRIO

A real presença de um radar instalado no km 99 da rodovia Raposo Tavares foi colocada em dúvida por um leitor do jornal Cruzeiro do Sul, que enviou uma carta afirmando que não haveria nenhuma câmera de radar instalada na torre existente no km 99. "Na verdade não tem radar nenhum dentro da torre. Isso é só para enganar. Instalem realmente o radar ou retirem a torre, pois senão haverá mais mortes", destaca Eric Nelson Bormann, que se identificou como chefe de um dos envolvidos no acidente ocorrido no dia 27, que saiu com vida do local.

Com isso, a reportagem resolveu checar se haveria mesmo um radar instalado na torre e acabou por constatar que, realmente, a estrutura se encontrava vazia na última quarta-feira. Não havia nenhuma câmera no local, somente um fio solto que provavelmente deve ser utilizado para conectar-se ao equipamento.

Além disso, o comerciante Márcio Aparecido de Carvalho, de Pilar do Sul - que já trabalhou como caminhoneiro há 12 anos -, fez uma sugestão, para que o radar não pudesse ser mais apontado como um dos causadores de acidentes no local. "Antes de ter um radar no final da descida para flagrar motoristas em excesso de velocidade e assim gerar arrecadação, que instale no alto, antes do início da mesma um radar de controle de velocidade, muito bem sinalizado e, nesse caso, regulado para velocidade talvez inferior a 90 km/h, facilitaria, a fim de que todos iniciem a descida com uma velocidade razoavelmente segura", relata Carvalho. Ele revela que muitas vezes os caminhões estão pesados e os motoristas não conseguem ter um tempo hábil para conseguir freá-lo.

De acordo com o DER, o radar localizado no km 99 da Raposo Tavares é um equipamento que opera em esquema de revezamento na via. O órgão estadual informa que o medidor de velocidade pode ter sua posição alterada no trecho conforme necessidade.

Segundo informações do DER, os pontos de fiscalização são escolhidos após estudo e levantamento de diversos dados e critérios técnicos de operação das rodovias. São levadas em consideração as características geométricas da via, periculosidade do trecho, qualidade do pavimento, volume diário de veículos que trafegam pelo local e as ocorrências. (A.M.)

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