sábado, 24 de dezembro de 2011

Votorantim e Itu são as únicas da região que têm favelas

 Notícia publicada na edição de 24/12/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno A -
Leila Gapy

Os dois municípios somam cerca de 4.500 pessoas divididas em oito locais irregulares
Votorantim tem cinco aglomerados subnormais (favelas), entre elas o Núcleo Palmeirinha - Por: Arquivo JCS/Erick Pinheiro

As cidades de Votorantim e Itu são as únicas da região sorocabana que têm favelas, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2010. Ao todo, os dois municípios somam cerca de 4.500 pessoas divididas em oito locais irregulares; sendo mais de três mil delas moradoras de Votorantim, que conta com cinco dos aglomerados subnormais. Para o Instituto foi levado em consideração aglomerados irregulares com mais de 51 unidades habitacionais. Sorocaba não foi citada na pesquisa devido à inexistência de grupos nestas características. O dado foi confirmado pela Prefeitura, que citou os programas de remanejamento residencial, com retirada das famílias das áreas de risco, e a regularização fundiária, que na próxima semana deve beneficiar 945 famílias sorocabanas.

De acordo com os dados do IBGE divulgados na última quarta-feira (21), Votorantim tem cinco aglomerados subnormais (favelas), localizadas no Votocel (grupo Francisco Nunes Mendes), Novo Mundo (grupo Ozete dos Santos), Palmeirinha, Santo Antônio e Serrano. Juntos, estes aglomerados abrigam 3.077 pessoas, ou seja, 2,8% de um total de 108.744 habitantes. Ao todo são 803 moradias em condições precárias (casas e barracos) dentre as 31.994 existentes no município. A média é de 3,8 pessoas por moradia, e a proporção de homens e mulheres é a mesma (50% cada). Na tentativa de viver em melhores condições, a maioria das residências dos aglomerados conta com abastecimento de água e energia ligados clandestinamente às redes convencionais.

Metade dos moradores têm o esgoto ligado à rede geral ou pluvial, correndo a céu aberto pelas comunidades; o restante se divide entre fossas rudimentares e valas. Quase 100% têm acesso à coleta de lixo. Dentre as maiores favelas está a do Novo Mundo, chamada de Ozete dos Santos, com 371 moradias e um total de 1.423 pessoas. Em segundo lugar ficou a Palmeirinha, com 176 casas e 700 moradores. Depois vem a favela do bairro Santo Antonio, com 110 barracos e 383 pessoas. Em quarto lugar está o Serrano, com 76 moradias e 292 habitantes; e por último foi contabilizada a favela do Votocel, chamada de Francisco Nunes Mendes, com 70 residências e 279 habitantes, que tem o maior média de moradores por casa, cerca de quatro pessoas.

O objetivo do levantamento é ajudar as administrações municipais para o desenvolvimento de políticas habitacionais. O prefeito votorantinense, Carlos Augusto Pivetta (PT), concordou ontem com os dados do IBGE. Porém, ele assumiu que os problemas da cidade são maiores. Ele disse que o município tem mais 18 aglomerados subnormais - todos pequenos, com menos de 50 residências -, além dos citados pelo Instituto, mas que estão espalhados pela cidade, segundo dados da Prefeitura em 2009. "Pelos nossos dados, temos 1.200 famílias em situação de risco ou em locais irregulares, ou seja, cerca de 5 mil pessoas". São pequenas favelas de 10 ou 15 casas ou ruas com loteamentos irregulares, como a via Nazira Maria de Jesus ou a Vila Lemos, que dependem de regularização.

"Os nossos critérios de avaliação são distintos do IBGE. Junto dos nossos dados estão casos de regularização fundiária", citou. No entanto, Pivetta destacou que o atual governo tem desenvolvido projetos de desfavelação que deverão melhorar a situação local a partir do ano que vem. Segundo ele, a municipalidade já assinou convênio com o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que beneficiará 900 famílias, com investimento previsto de R$ 52 milhões. "Construiremos apartamentos residenciais em três regiões, Vila Garcia, Votocel e Itapeva. Há outras unidades que bastam resolver questões judiciais e regularizá-las, como é o caso do Jardim Tatiana. Estamos otimistas", finalizou ele.

Itu

Já em Itu o número de pessoas que residem em favelas é de 0,7%, ou seja, um universo de 1.225 pessoas dentre os 153.619 habitantes. Segundo o IBGE, há três aglomerados subnormais ituanos que somam 323 moradias irregulares, dentro das 46.545 existentes no município. Uma média de 3,8 pessoas por residência, sendo a proporção de homens igual a de mulheres. A maioria dos aglomerados também tem ligações clandestinas nas redes de água e energia; o esgoto corre a céu aberto e quase 100% das casas tem acesso ao serviço de coleta de lixo. Dentre os aglomerados, o maior é o da Vila da Paz, com 175 barracos e 620 pessoas; há também da Vila Lucinda, com 77 moradias e 345 habitantes (um média de 4,5 moradores por casa); e a Favela Isac, com 71 residências e 260 pessoas. A reportagem procurou a Prefeitura de Itu para falar sobre o assunto, mas não houve retorno das ligações e emails enviados.

Interior e Capital

A região metropolitana e o litoral paulista somam o maior número de favelas no Estado. São Paulo tem 1.020 favelas, depois seguem Guarulhos, Mauá, Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo, que também têm mais de 100 favelas. No litoral, Guarujá tem 46 favelas e São Vicente 27. Já no interior, quem lidera o ranking é Campinas, com 113 aglomerados.

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