sábado, 8 de dezembro de 2012

NAS ACADEMIAS AO AR LIVRE - Usuários devem ter orientação de profissional

Notícia publicada na edição de 08/12/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 15 do caderno A -
Fernando Guimarães


É o que determina a lei federal nº 9696/1998; frequentadores que tiverem lesões poderão acionar a Prefeitura



Antonio Carlos Martins mora no Iguatemi e frequenta a academia do Parque das Águas - Por: Pedro Negrão
Pessoas de todas as idades utilizam os diversos equipamentos das academias públicas - Por: Pedro Negrão
 
Painel orienta sobre a forma correta de praticar os exercícios físicos - Por: Pedro Negrão



Instaladas em diversas praças e parques das cidades de Sorocaba e Votorantim, as academias ao ar livre atraem todos os dias dezenas de pessoas que procuram os aparelhos para exercitarem-se. Aos finais de semana, feriados, início da manhã e final da tarde para a noite (principalmente neste período em que vigora o horário de verão), sorocabanos e votorantinenses vão a esses pontos para praticar as atividades físicas. No entanto, cabe um alerta: a popularidade dos aparelhos, que funcionam apenas com o peso corporal dos praticantes, pode lesionar as pessoas caso eles não sejam bem empregados. De acordo com o Conselho Regional de Educação Física (Cref) do Estado de São Paulo, é importante que haja um professor acompanhando as atividades das pessoas, não o período integral, mas em determinado período do dia, pois, em caso de lesões, os governos municipais é que são responsáveis.

"Ninguém nega que a iniciativa é muito boa, mas a lei precisa ser cumprida para garantir a segurança dos usuários", afirma o diretor do Cref para Sorocaba e região, Pedro Roberto Pereira de Souza, que também é presidente do Panathlon Club Sorocaba, instituição que incentiva o esporte. Pela lei federal nº 9696/1998, quando a profissão foi regulamentada, um professor de educação física deve acompanhar as atividades desenvolvidas em academias ou em qualquer outro lugar público em que se reúnam pessoas. Usuários entrevistados concordam com o diretor do Cref e dizem que seria bom se houvesse o acompanhamento de um profissional. No entanto, a principal preocupação dos usuários são as crianças que acabam ocupando os aparelhos para brincar. "Os aparelhos são para maiores de 12 anos, mas sempre tem alguma criança brincando neles, e quando você pede para o pai ou mãe tirar o filho e levá-lo para os brinquedos do playground acham ruim", afirma o aposentado e churrasqueiro Antônio Carlos Martins, de 68 anos, que mora no Jardim Iguatemi e há pelo menos um ano utiliza os aparelhos instalados no Parque das Águas.

No Parque Campolim, a opinião e reclamação de Martins é compartilhada com a do vendedor Elias Corrêa de Andrade, de 53 anos, que mora no Jardim Magnólias e usa os aparelhos do Parque Carlos Alberto de Souza praticamente todos os dias. "É difícil, porque as crianças vêm brincar aqui e, além de não ser adequado para elas e atrapalhar a quem quer fazer o exercício, elas podem se machucar. Quase sempre os pais acham ruim de a gente falar alguma coisa", diz.

Em Sorocaba, a prefeitura não mantém profissionais de educação física para orientar os usuários nos aparelhos. As secretarias municipais de Esporte e de Obras e Infraestrutura Urbana defendem-se afirmando que a prefeitura não mantém orientadores porque cada equipamento tem movimentos específicos e a sobrecarga é feita com o peso corporal do usuário. Afirmam, também, que há placa explicativa e de fácil compreensão e que esses equipamentos foram concebidos justamente para torná-lo acessível e de fácil utilização. Pedro de Souza entende a posição da prefeitura, mas afirma que se houver algum acidente o poder público poderá ser responsabilizado.

Com orientador

Em Votorantim é diferente. De acordo com a Secretaria Municipal da Comunicação, a prefeitura mantém parceria com uma academia da cidade para que profissionais de educação física auxiliem as pessoas nas academias situadas na praça de eventos Lecy de Campos e no Jardim Archila em horários específicos, geralmente na parte da manhã e no final da tarde. Nas demais academias, não há esse serviço, porém, quando instalada uma academia, nos primeiros dias de uso da comunidade há o acompanhamento de um profissional de educação física.

Assim como o governo de Sorocaba, o de Votorantim também se defende e diz que junto aos equipamentos há orientações de como utilizar cada um dos aparelhos, bem como o tempo necessário para cada exercício. Em relação a possíveis lesões musculares, a Secretaria de Comunicação lembra que a maior parte dos usuários é formada por pessoas da terceira idade que recebem acompanhamento médico nas unidades básicas de saúde mais próximas de suas casas. Em caso de lesão mais grave, a Prefeitura de Votorantim orienta que o serviço de resgate da cidade seja acionado ou que a pessoa procure a unidade de Pronto Atendimento.

Para Pedro Souza, as placas orientativas ajudam, mas não é o suficiente. Citou exemplos de outras cidades, como Santos, em que as academias ao ar livre são fechadas e só funcionam em horários preestabelecidos com a presença de professores de educação física. Entende que Sorocaba, Votorantim e outras cidades devem seguir os mesmos padrões, respeitando-se a lei. Lembrou, ainda, que quando surgiu a ideia das academias ao ar livre, em 2005, o Cref enviou ofício a todos os municípios, orientando sobre as responsabilidades dos governos municipais na instalação dos aparelhos.

Usuários, como Martins e Andrade, dizem que as placas ajudam bastante e que são fáceis de serem compreendidas. "Elas são autoexplicativas, a gente aprende fácil, mas um acompanhamento em horários específicos sempre é bom", destaca. Apesar dos riscos, usuários gostam dos aparelhos e não conhecem ninguém que tenha sofrido um acidente durante a prática, mas já observaram pessoas executando os movimentos de maneira errada.


Sorocaba tem 35 academias ao ar livre; em Votorantim são 11

Notícia publicada na edição de 08/12/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 015 do caderno A


Sorocaba foi a primeira a implantar a ideia da academia ao ar livre. A primeira foi instalada em 2008 no Paço Municipal. Atualmente, são 35 pontos. Até o final deste ano, outras deverão ser instaladas, mas ainda estão em estudo. Uma equipe faz a manutenção após vistoria, que ocorre semanalmente, e caso haja dano, o reparo ocorre na sequência, com a retirada do aparelho para conserto. Cada aparelho custa à prefeitura R$ 27.346. Os usuários também podem comunicar à prefeitura sobre aparelhos danificados, telefonando para 156. Em caso de acidentes, a prefeitura orienta a pessoa a acionar o Samu (192). Cada conjunto tem um número diferente de aparelhos e os mesmos têm como objetivos o fortalecimento muscular, a melhoria de flexibilidade, coordenação motora e capacidade aeróbica. São constituídos por seis tipos de aparelhos: Esqui; surf de pernas; multiexercitador; simulador de caminhada; rotação vertical com rotação dupla e diagonal e o simulador de cavalgada.

Em Votorantim, há 11 academias, e mais uma será instalada no Centro Esportivo da Vila Nova Votorantim, onde também funcionará uma unidade do Espaço Jovem. A primeira academia instalada na cidade foi em 2011, na Vila Dominguinho. A manutenção é feita por equipes das secretarias de Obras e Urbanismo e de Serviços Públicos. Se um cidadão encontrar um aparelho danificado, pode informar a situação no Serviço Integrado de Informação ao Cidadão (SIIC) instalado no saguão do Paço. A central de atendimento conta com sistema de comunicação por meio da intranet ao qual todas as secretarias têm acesso. Nesse caso, o cidadão pode avisar sobre o problema ocorrido em relação aos aparelhos ligando para (15) 3353-8731, 3353-8732, 3353-8733 ou 3353-8734. Ao contrário de Sorocaba, cada academia, com 11 peças, em Votorantim, custa à prefeitura aproximadamente R$ 19 mil.

Se houver algum acidente, como lesão ou ferimento, a Prefeitura de Votorantim também orienta a pessoa a acionar o serviço de resgate da cidade (Bombeiros 193 ou Samu 192) ou se dirigir à unidade de Pronto Atendimento. (F.G.)

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