quinta-feira, 8 de agosto de 2013

OPERAÇÃO ALQUIMIA - Dise encerra investigação sobre quadrilha de tráfico

Notícia publicada na edição de 08/08/13 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 10 do caderno A
Adriane Mendes

Esquema comercializava drogas e tinha ramificação em Mato Grosso do Sul





Policiais civis da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) deram como encerrada a Operação Alquimia, que investigava um grande esquema de tráfico de drogas no interior do Estado. As diligências foram iniciadas há cinco meses e descobriu-se até ramificação da quadrilha em Mato Grosso do Sul. Três acusados, com prisão preventiva decretada, ainda são procurados.

A divulgação da conclusão do processo investigativo iniciado por Votorantim foi feita ontem numa coletiva à imprensa, um dia depois da localização, em Indaiatuba, de um minilaboratório para o preparo de maconha, crack e cocaína. Três pessoas foram apresentadas ontem à imprensa. A organização, que em junho deste ano teve uma refinaria de drogas fechada em Elias Fausto (SP), era responsável pela produção de 600 quilos mensais de cocaína, para o abastecimento das classe média e alta das cidades de Sorocaba e Votorantim, além da região de Campinas. Ao todo foram identificadas 12 pessoas envolvidas com o tráfico.

Em cumprimento aos mandados de busca e prisão preventiva na terça-feira, policiais da Dise detiveram Edvan Augusto Ventura, 25 anos, em Lençóis Paulista, Paulo Eduardo Amatuzzi, 64 anos, em Sorocaba, e Daniel da Silva, vulgo Toreba, de 29 anos, em Indaiatuba. E foi em sua casa, no bairro Morada do Sol, que a equipe da unidade especializada descobriu um minilaboratório para o preparo das drogas, apreendendo ali 12 quilos de maconha, aproximadamente 1 quilo de crack e cocaína já embalados para o comércio, 9.500 frasconetes vazios e mais cerca de 3 quilos de um pó que foi encaminhado para a perícia, mas que os policiais suspeitam se tratar de cocaína misturada à cafeína.

Além disso, utensílios utilizados no preparo das porções, como liquidificadores e peneiras, com resquícios de cocaína, também foram encontrados na casa simples de dois cômodos. Para o delegado da Dise, Basílio César de Sá Cassar, a montagem do pequeno laboratório pode ter sido a forma encontrada pela quadrilha para manter o esquema, depois que a refinaria de Elias Fausto foi descoberta pela polícia.

Agora, de acordo com o delegado titular da Dise, Alexandre Cassola, falta apenas prender Juliano Pedroso da Silva, de Votorantim, Mário César Carneiro Brandão, vulgo Baiano, de São Paulo, e Wesley Diego da Silva Fernandes, que se divide entre Sorocaba e Ribeirão Branco (SP). Para o delegado, o mais importante desse trabalho é que, devido à grande abrangência territorial da organização, com ramificação até com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, a apreensão da droga, produzida em grande quantidade, tornava-se mais difícil.

Funções distintas

De acordo com o resultado das investigações, cada um dos presos e procurados tinham funções distintas dentro da organização. Entre os apresentados ontem, Paulo Eduardo Amatuzzi é acusado de gerenciar todas as transações feitas pelo Rafael Nigro de Lúcio, 28 anos, preso em flagrante por tráfico em maio deste ano no bairro da Barcelona, e que na quadrilha é apontado como sócio do escriturário Renato Anselmo dos Santos, 32 anos, vulgo Preza, que é tido como o líder da quadrilha e responsável pela refinaria fechada pela Dise em Elias Fausto em junho deste ano. Aliás, toda investigação teve início a partir de denúncias feitas contra Renato, preso em Votorantim, também em junho. As investigações apontam inclusive que enquanto Renato dos Santos se dedicava a cuidar da cocaína, Rafael de Lúcio administrava a venda da maconha.

Outro apresentado ontem, Edivan Augusto Ventura, teria a função de receber parte da maconha adquirida por Rafael de Lúcio em Ponta Porã (MS), para posteriormente distribuir na região de Lençóis Paulista. Já o Daniel da Silva, que ainda foi autuado em flagrante por manter em sua casa o minilaboratório, recebia parte da droga que vinha da extinta refinaria de Elias Fausto, para comercializar na região de Indaiatuba.

Os foragidos também seriam partes importantes para o esquema da quadrilha funcionar. Mário César Carneiro Brandão, o Baiano, de São Paulo, auxiliava na parte financeira dos negócios referentes à maconha adquirida e comercializada pela organização. Wesley Diego da Silva Fernandes seria o auxiliar direto do Renato Anselmo dos Santos, o Preza, na administração da refinaria de Elias Fausto, e Juliano Pedroso da Silva, é apontado como assistente do químico José Rodrigues Vieira, vulgo Galego, preso em sua casa em Itu, em junho.



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