sábado, 30 de agosto de 2014

As múltiplas facetas da verdade

Jornal Cruzeiro do Sul
Maíra Fernandes


Cia. Barracão Cultural apresenta amanhã "O tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades"



Mesmo sendo a estreia do grupo no teatro de rua, o espetáculo venceu o Prêmio Coca-Cola Femsa 2012 de Melhor Produção - JOÃO CALDAS / DIVULGAÇÃO



As muitas versões da verdade e as verdades de cada um servem de mote para o espetáculo O tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades, que a Cia. Barracão Cultural apresenta amanhã, em Votorantim. Primeira experiência do grupo no formato do teatro de rua, a peça, que chega à cidade via edital de circulação do Proac e que foi montada em comemoração aos 10 anos do Barracão, em 2010, será apresentada às 13h30, na Praça de Eventos Lecy de Campos, em Votorantim, gratuitamente.

Mesmo sendo a estreia do grupo no teatro de rua, o espetáculo venceu o Prêmio Coca-Cola Femsa 2012 de Melhor Produção. "Uma frase que nos inspirou é aquela que: existe a minha verdade, a sua verdade e a verdade", reforça a atriz e integrante da trupe, Eloísa Elena, que se apresenta ao lado dos atores Claudio Queiroz, Thiago Andreuccetti, Fábio Ferretti e Alexandre Maldonado.

A atriz adianta que o espetáculo se passa em uma praça pública, na qual três pessoas chegam até o tribunal, pedindo para Salomão julgar uma causa. "Cada um desses três contam uma história e justificam, mas a verdade é um ponto de vista", conta Eloísa.

"Íamos comemorar 10 anos e nos perguntamos: o que fazer? Como fazer essa comemoração? Então a rua apareceu como uma possibilidade, como um desejo de encontrar as pessoas, as pessoas que não chegam ao teatro, e não por questão financeira, mas por conta de uma questão cultural, de tradição. E nosso desejo foi esse: ao invés de esperar o público, fomos até o publico, e foi muito incrível, muito bacana. Essa experiência nos deixou muito felizes e reafirmou nossa vocação", fala a atriz.

A peça aborda elementos da cultura popular aliados a uma linguagem que se utiliza de referências estéticas da Commedia Dell"Arte e do circo-teatro, com um tratamento de humor acessível a público de todas as idades.

Para montar o espetáculo, cujo texto é de autoria do dramaturgo paulistano Paulo Rogério Lopes, o grupo realizou uma pesquisa, em 2009, sobre os elementos do teatro de rua e popular e também sobre ritmos musicais brasileiros, junto à percussionista Dani Zulu (Barbatuques).

A sinopse da peça é a seguinte: em uma praça pública, dois artistas preparam a apresentação do espetáculo no qual investiram suas últimas economias: um tribunal presidido pelo próprio sábio Salomão, auxiliado pela deusa da Justiça. Mas no momento em que a encenação do julgamento das verdades está para começar, o espaço da representação é invadido por três pessoas envolvidas numa disputa por um frasco contendo algo misterioso. Tomando aquela encenação como verdade, os três recorrem à justiça de Salomão para resolverem sua grande causa: qual deles teria o real direito à posse do objeto? Os artistas, vendo naquela confusão um material mais atraente do que a peça que tinham preparado, abrem a sessão onde cada um dos envolvidos contará a sua versão dos acontecimentos. Após cada um defender seu ponto de vista, um tribunal popular é estabelecido onde não só o direito à posse será decidido, como o próprio conceito de verdade será colocado em xeque. Permeado de referências medievais e mitos populares, o espetáculo faz uma reflexão bem humorada do que de fato é a verdade e dos diversos pontos de vista sobre um mesmo fato.

Serviço

O espetáculo O tribunal de Salomão e o julgamento das meias-verdades será apresentado amanhã, às 13h30, na Praça de Eventos Lecy de Campos, que fica na avenida Trinta e um de março, Centro, Votorantim. Com duração de 55 minutos, a peça tem indicação livre e a entrada é gratuita.

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