sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Programa Amigos do Zippy ajuda crianças com questões emocionais

Lançado oficialmente nesta sexta-feira (01), o programa Amigos do Zippy que visa à preparação das crianças para lidar com questões emocionais, já está proporcionando melhorias no relacionamento e no comportamento nas escolas municipais de Votorantim. As aulas foram iniciadas em junho e estão sendo realizadas em 26 unidades, atingindo um total de 2.655 alunos do primeiro e do segundo anos do Ensino Fundamental, além de 96 professores e 26 coordenadores. Zippy é o personagem de uma história que vai sendo trabalhada com as crianças ao longo das aulas, apresentando situações e estimulando ações e atitudes gradativamente de acordo com as problemáticas abordadas. Zippy é um inseto, um bicho pau de estimação das crianças que fazem parte da história.

Internacionalmente reconhecido no suporte ao desenvolvimento emocional de crianças, o programa tem uma metodologia própria, especialmente desenvolvida para a faixa etária trabalhada, buscando capacitar o indivíduo para reconhecer o que sente, encontrar fatores de proteção às situações de vulnerabilidade e maneiras para lidar com os sentimentos que não lhe fazem bem. A escolha pelas crianças de 6 e 7 anos de idade está relacionada à formação das habilidades emocionais e sociais e também é baseada em estudos que comprovam estar nesta etapa da vida a maior capacidade de incorporar hábitos.

O programa tem 25 aulas divididas em seis módulos, apresentando às crianças situações do cotidiano e dando suporte para que possam superar as dificuldades emocionais. Por meio de ferramentas que ajudam a se sentir melhor, o programa trabalha temas como tristeza, raiva e ciúmes, instrumentalizando o indivíduo para lidar melhor com as emoções presentes na infância e também ao longo de toda vida. "Se crianças pequenas aprenderem a lidar com dificuldades, elas serão mais aptas a lidar com problemas e crises na adolescência e na idade adulta", esse é um dos motes do programa, conforme explicou Tânia Paris, presidente da Associação para Saúde Emocional de Crianças (Asec), entidade que desenvolve o Amigos do Zippy no Brasil desde 2004.

Além de ajudar as crianças, segundo a secretária da Educação, Isabel Cristina Dias de Moraes Cardoso, o conteúdo também contempla os professores e as famílias que foram convidadas a participar da solenidade de lançamento realizada na Escola Municipal "Aurora Fontes", na Vila Nova Votorantim. "Estamos trazendo este programa para ampliar a formação das nossas crianças, mas o desenvolvimento pleno depende da família, a Educação é ideal quando conta com a escola e com a comunidade", disse a secretária ao dirigir-se aos pais.

Tânia Paris, da Asec, também falou diretamente aos familiares dos alunos destacando que podem contribuir e participar diretamente desse processo ajudando as crianças e praticando o exercício de observar sentimentos e buscar estratégias para superar dificuldades. "O que eu posso fazer para me sentir melhor? Essa é a pergunta chave do programa e vocês podem utilizar com seus filhos nas situações em que eles precisem de ajuda", ensinou. O prefeito Erinaldo Alves da Silva também esteve presente e aproveitou sua fala para destacar aos pais a importância de oferecer às crianças uma formação ampla, inclusive voltada para as relações sociais e emocionais. "Essa é uma preocupação nossa, queremos contribuir para que esses cidadãos estejam mais preparados para lidar com dificuldades, tomar atitudes e reagir da melhor maneira aos desafios que a vida apresenta", salientou o prefeito.

Relações afetivas

A secretária da Educação, Isabel Cardoso, comenta que ao longo da formação os professores relatam que estão modificando atitudes para poder ajudar as crianças. A professora do 2° ano na Escola "Aurora Fontes", Clélia de Jesus Lopes Ferreira, já tem vivenciado essa experiência na escola e até na própria casa. "Tenho utilizado as ferramentas do programa em várias situações e o resultado é muito positivo. Na sala de aula, as crianças adotaram rapidamente desde as primeiras aulas, notei que a capacidade de se comunicar e expressar suas decisões, vontades e situações que interferem no estado emocional melhorou muito", comentou.

A coordenadora pedagógica da unidade, Gisele Fernandes Gimenes, reforça que as mudanças de comportamento são bastante claras, com as crianças respeitando mais os colegas e atentas aos relacionamentos. "A mudança é praticamente imediata, se preocupam uns com os outros, o vocabulário mudou para melhor e as relações se tornaram mais afetivas", comentou.

Na Escola "Abimael Carlos de Campos", na Vila Dominguinho, as mudanças também têm sido observadas, inclusive pelas crianças. João Pedro Soares de Sá dos Santos, de 7 anos, disse que consegue perceber melhor as coisas que causam tristeza e aprendeu sobre respeitar os colegas e a professora. Ana Laura de Goés, de 7 anos, comenta que ao não se sentir bem procura conversar com as amigas, desenhar e fazer lição, "Eu quero fazer coisas para ficar alegre", explicou.

Educação emocional

Conforme a secretária da Educação, a decisão de adotar uma proposta que contemplasse a educação emocional foi tomada no início das ações de panejamento da atual gestão, conforme pedido do prefeito Erinaldo Alves da Silva, que atuou como professor na rede pública de ensino por mais trinta anos.

"A escolha pelo Amigos do Zippy se deu porque o seu conteúdo vem ao encontro dos nossos objetivos e porque é reconhecido internacionalmente, tendo passado por várias avaliações que comprovam sua qualidade e indicadores de sucesso", comentou. No ano passado, o programa recebeu a chancela do Ministério da Educação (MEC), que só é concedida a programas avaliados e considerados de qualidade para aplicação em redes públicas.

Criado no início dos anos 2000 por uma entidade com sede na Inglaterra (Befrienders International) o programa passou a ser difundido em outros países a partir de 2002 pela Partnership For Children (PFC), cuja tradução para o português é "Parceria para crianças". Atualmente, o Amigos do Zippy está em 25 países como Lituânia, Inglaterra, Índia, Noruega, Islândia, China, Estados Unidos e Argentina. O programa chegou ao Brasil em 2004, por meio do Centro de Valorização da Vida e posteriormente passou a ser representado pela Associação para Saúde Emocional de Crianças (Asec). Nesses dez anos, conforme divulga a entidade em seu site, 191 mil crianças brasileiras foram beneficiadas, sendo que, no ano passado, o programa esteve em 43 cidades e alcançou 32 mil crianças.


Secom Votorantim

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