quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Escola de Costura transforma tecidos e dá novas oportunidades

Alunas e alunos conquistam independência financeira, melhoram a autoestima, descobrem e aprimoram habilidades com criação, modelagem, corte e costura. Com todas as máquinas reformadas e outras melhorias, a escola tem 120 alunos em dez turmas e lista de espera de interessados.


Costurar para si e para a família é o desejo mais comum entre 120 alunos que frequentam a Escola Municipal de Corte e Costura de Votorantim. A unidade recebeu melhorias neste segundo semestre e oferece melhor estrutura para os aprendizes que frequentam o curso e já começam a confeccionar as primeiras peças e receber elogios.

"Alguém vai me perguntar onde eu comprei o meu blazer e eu vou falar que fui eu que fiz. Vai ser uma satisfação muito grande", revela Ana Lúcia Madureira, de 34 anos. Mãe de dois filhos, ela também pretende fazer roupas para as crianças e pensa na economia que isso vai proporcionar. Para várias peças, ela garante que gastaria menos de R$ 10,00 com tecidos e aviamentos. "Em uma loja custa R$ 80,00, então dá para se vestir bem e ainda ter o prazer de ter feito a roupa", ressalta.

O conteúdo do curso contempla a parte teórica como medidas, produção de moldes e tipos de tecido, até a parte prática com uso de máquinas convencionais e industriais tipo reta, galoneira e overlock, terminando com aulas de modelagem. "Muitas alunas nos procuram para aprender a técnica e começar a modelagem e depois vão fazer curso de moda em faculdade. Mas a maioria quer realizar um desejo de costurar, fazer roupa para a família e depois até ganhar com isso", destaca a monitora de corte e costura, Cleusmira Maria dos Santos, que atua há dezoito anos na escola.

Os equipamentos foram todos reformados este ano e a escola também recebeu nova iluminação, novos materiais e passou a contar com um serviço regular de manutenção e limpeza. Nas próximas semanas, serão instalados novos ventiladores. A unidade é mantida pela Secretaria da Educação por meio da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos e Ensino Profissionalizante. As aulas têm três horas e são realizadas uma vez por semana, no período da manhã ou da tarde.

Desafios e conquistas

Finalizando a confecção do blazer vermelho que é sua primeira peça própria, Ana Lúcia recebe elogios da monitora da escola. Costureira experiente, Cleusmira conta que é possível reconhecer nas primeiras aulas o talento dos alunos, mas o aprimoramento técnico varia muito de uma pessoa para a outra. Alguns cumprem a parte teórica em um mês e outros ficam mais tempo, até dominarem a etapa que dará o suporte para elaboração de moldes e prepara o aprendiz para o corte das peças.

Como Ana Lúcia, Solange Almeida Vieira, de 53 anos, começou o curso em abril deste ano e nesta semana finalizou um vestido orgulhando-se do resultado. Ela já tinha os conhecimentos básicos e foi buscar na escola a possibilidade de fazer as roupas sob medida. A inspiração para o modelo foi encontrada em uma vitrine. "Ver pronto é muito bom, porque eu aprendi a fazer e deu certo, como eu queria", comenta Solange explicando que sempre vai embora feliz das aulas.

Outra aluna aplicada é Jocília Cristina Krajewski, de 63 anos. Com duas blusas prontas e já se oferecendo para costurar para terceiros, Jô conta que sempre foi autodidata e há um ano encontrou na escola a possibilidade de aprimorar a técnica. "Gosto de vir aqui, estou sempre aprendendo e fico muito satisfeita vendo que gastei menos de R$ 7,00 e em uma hora costurei uma blusa que custa R$ 39,00 em uma loja", conta.

Com tantas histórias positivas e mais de vinte anos de atividades, a fama da escola garante uma procura constante de novos alunos. Cleusmira explica que praticamente toda semana há pessoas buscando informações e querendo se inscrever, mas as turmas estão completas e só serão abertas novas vagas no início do próximo ano. Sobre os requisitos para participar, a professora comenta que precisa ter paciência, gostar de criar e capricho porque o acabamento das peças é muito importante. "Pode estar muito bem cortado, mas se a pessoa não tiver o capricho e a paciência para finalizar, o resultado não é bom. Cada etapa é importante".

Fazer contas também é necessário na hora de preparar os moldes e ajustar de acordo com as medidas da pessoa que irá vestir a roupa. "Muita gente não se adapta a essa parte, mas tem que calcular muito bem para dar certo", frisa Cleusmira ao mostrar a variedade de centenas de moldes disponíveis na escola. As alunas confirmam que o aprendizado exige dedicação e esforço, mas o resultado compensa tudo isso.


Secom Votorantim

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