terça-feira, 3 de março de 2015

Acolhimento, hidratação e manejo correto do paciente com dengue têm novas ações


Desde o início do ano, a cidade teve 328 casos positivos. O reforço nos atendimentos e na assistência tem como objetivo tentar evitar os casos graves e, para isso, a população também está sendo orientada a procurar as UBSs, não se automedicar e reforçar bastante a hidratação.


A estrutura e o atendimento dedicados aos casos suspeitos de dengue foram ampliados em Votorantim. Para oferecer o suporte necessário e garantir a assistência e o manejo adequados para a demanda que aumentou nas últimas semanas, a Secretaria da Saúde firmou parcerias, ampliou equipes, reviu os fluxos e disponibilizou mais espaços físicos para esse atendimento. Também está sendo reforçada a orientação aos cidadãos sobre a importância de procurar as Unidades Básicas de Saúde quando apresentarem os sintomas da dengue como febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Também têm sido comuns os quadros com vômito e irritação na garganta, sinais que devem ser comunicados à equipe de acolhimento nas unidades e ao médico.

"A porta de entrada é sempre a UBS no bairro. Todas as 13 unidades estão preparadas, equipadas e com profissionais suficientes e capacitados para acolhimento, atendimento e tratamento. Apenas os casos que necessitem é que serão encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento, preparada para emergências", ressaltou a secretária da Saúde, Izilda Maris Chiozzotto de Moraes.

Palestras nas salas de espera têm sido realizadas nas UBSs para reforçar as orientações a todos que passam por esses locais, mesmo que não tenham suspeita de dengue. Na UPA e na UBS Parque Bela Vista, dez estudantes de Enfermagem da Universidade de Sorocaba passaram a atuar no acolhimento dos casos suspeitos e salas foram adaptadas para esse serviço. Na UPA, desde sábado, uma outra sala está exclusivamente dedicada à hidratação dos pacientes e, além do soro para aplicação, oferecem água ou soro oral para os pacientes.

Na UBS Parque Bela Vista que atende à região com maior concentração de casos da doença, a equipe foi ampliada. A enfermeira Viviane Cristina Proença tem falado sobre a dengue aos pacientes na sala de acolhimento e nos próximos dias, vai levar essa ação também para o corredor da unidade. "Quero que sempre tenhamos alguém falando e esclarecendo dúvidas. Mesmo que a pessoa esteja aqui por outro motivo, a informação será útil para ela ou para alguém que ela conheça", frisou.

O foco principal da orientação é a importância da hidratação. "A ingestão recomendável é de 80ml para cada quilo do paciente. Para o adulto seria em torno de seis litros por dia, entre água, sucos, chás, sopas e outros líquidos", explificou a enfermeira destacando que o cuidado que o paciente adota com a hidratação é fundamental para tentar evitar o agravamento da dengue. Com o exame clínico e o hemograma, o médico também pode indicar a hidratação endovenosa (na veia) com soro fisiológico. O exame de sangue também é importante para verificar o nível das plaquetas que pode baixar demais devido à dengue e favorecer as hemorragias.

Apesar dos 328 casos de dengue confirmados este ano em Votorantim, com dados atualizados até esta segunda-feira (02), a cidade não tem registros de casos graves ou óbitos até o momento. A ampliação das ações voltadas à assistência ao paciente, a partir da suspeita, foram programadas para tentar evitar o agravamento, evolução grave, quadros hemorrágicos e óbitos. Esse cuidado, salienta a secretária, é porque a epidemia avança na região e apesar de todos os esforços nas ações de prevenção e controle do vetor (o mosquito), ainda são encontrados muitos criadouros abandonados em locais abertos ou mantidos nas residências. "Ainda teremos casos de dengue nos próximos meses e o cenário mais ou menos grave depende muito da ação da população nas ações de prevenção, além da assistência e das orientações que os pacientes recebem", completou Izilda.

Como é o atendimento

Quem apresenta sintomas de dengue deve procurar a UBS mais próxima de casa, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h. Fora desse horário, o atendimento é na UPA Central que, desde o final de semana passou a contar com uma enfermeira exclusiva para acolhimento de dengue das 18h à meia noite, horário em que as UBSs não estão funcionando. Em qualquer dessas unidades o paciente passará pelo acolhimento para aferição da pressão arterial, da temperatura e fará a prova do laço (que verifica sinais hemorrágicos subcutâneos). Ao passar pelo médico, se o exame clínico e os relatos do paciente indicarem quadro compatível com dengue, o médico vai abrir a notificação que é o registro da suspeita de dengue e solicitar o preenchimento de formulário específico, exames e condutas adequadas para cada caso.

Aluna do nono semestre de Enfermagem na Uniso, Catarini Ribeiro Nacione, de 23 anos, é uma das estagiárias da universidade destacadas para atuar no acolhimento em Votorantim. Nesta terça-feira ela trabalhou na UPA e contou que além dos exames e do protocolo de manejo recomendado também atua orientando as pessoas sobre prevenção. "É nosso papel também fazer essa conscientização. Eu falo com eles sobre a importância de cuidar da casa, de usar repelente para não passar a doença para outras pessoas e se hidratar" e acrescentou que se sente gratificada de poder ajudar num momento tão importante para evitar que a dengue se agrave não só em Votorantim, mas na região.

Moradores da Vila Garcia, Rogério de Freitas, de 41 anos, e Janaína Carvalho dos Santos, de 25, começaram a apresentar os sintomas de dengue na noite de segunda-feira. "Ele reclamou de um mal estar primeiro mas, em pouco tempo, a dor no corpo apareceu para os dois", contou a esposa que também teve vômito e bastante dor de cabeça. Ainda um pouco surpreso com a suspeita de dengue, enquanto tomava um litro de soro na sala de hidratação da UPA Central na manhã desta terça-feira, Rogério telefonou para avisar sobre sua ausência no trabalho. "Um mosquito é capaz de mexer com a vida da gente desse jeito e é perigoso", comentou. Preocupado, o policial disse ainda que cuida pessoalmente da sua casa, mas isso não foi suficiente para evitar a dengue. "Se um vizinho não cuida, todos estão correndo risco", completou.

Casos de dengue

Dos 328 casos de dengue confirmados em Votorantim desde o início do ano, 90 foram em pacientes da região do Parque Bela Vista, que inclui, ainda, os bairros Jardim Maria José, Jardim Morumbi, Jardim Icatu e Jardim Paraíso. A segunda região da cidade onde mais estão concentrados os casos é a do Jardim Archila, que inclui os bairros Angelo Vial, Protestantes, Vila Mercedes, Jardim Antonio Cassilo, Vila Vasques e Parada do Alto, somando 36 casos. Em seguida, está a região compreendida por Vila Garcia, Jardim Ana Cláudia, Jardim São Pedro e Jardim Maria Lúcia, com 35 casos no total.

Jardim Serrano e bairros próximos somam 29 casos, Jardim Tatiana contabilizou 23, Rio Acima e bairros próximos chegaram a 22 casos e a região do Vossoroca está com 20 até o momento. Jardim Clarice e adjacências já registraram 18 casos, a região do Itapeva está com 15, a região da Vila Nova com 13. Demais bairros somam 26 casos e estão mais espalhados na cidade. A Secretaria da Saúde ressalta que todas as regiões de Votorantim já tiveram casos de dengue este ano e que o levantamento do índice larvário apontou que o mosquito transmissor também está presente em toda cidade.

Secom Votorantim

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