domingo, 19 de abril de 2015

Chiquita adora ouvir as gargalhadas do público

Notícia publicada na edição de 19/04/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno Cruzeirinho
André Moraes


O nome verdadeiro da palhaça Chiquita é Geisa Helena - DIVULGAÇÃO


Quando alguém fala em circo, a primeira coisa que muita gente pensa é: cadê o palhaço? Aquela figura cativante, toda colorida, atrapalhada e que faz mil e uma estripulias no picadeiro garante muitas risadas do público. Desde o sábado passado, dia 11, a cidade de Votorantim, vizinha de Sorocaba, ficou cheia de palhaços. É que lá acontece a 5ª Semana do Circo, que será encerrada hoje, em comemoração a essa arte adorada por adultos e crianças. A palhaça Chiquita (interpretada pela atriz Geisa Helena, de Sorocaba) passou por lá e fez uma apresentação muito engraçada com seu parceiro, o palhaço Cotonete. A dupla diverte muita gente de Sorocaba e região, mas eles também já passaram por outros Estados e também foram para o exterior, como a Argentina.

O Cruzeirinho aproveitou a oportunidade e bateu um papo com ela, para saber tudo sobre como é ser uma verdadeira palhaça!

Cruzeirinho: Desde quando você trabalha como palhaça?

Chiquita: Comecei a estudar clown (palhaço) com o Mantovani (o ator e diretor de teatro Carlos Roberto), aqui em Sorocaba. De início era como uma grande brincadeira. Improvisávamos e íamos apresentar na rua. Depois, fiz alguns cursos/workshops (coisas rápidas) com Ângela Barros, Dagoberto Feliz, Fernando Sampaio e Domingos Montagner (que são artistas que trabalham com essa linguagem cômica de apresentações). Porém, depois de iniciar um trabalho sobre o Circo-Teatro, em 2004, foi que entrei de vez nesse mundo.

Como você não viaja pelas cidades com um circo, daqueles tradicionais, que montam suas lonas e fazem apresentações por uma temporada, qual a diferença do tipo de trabalho que você faz para aquele palhaço de circos tradicionais?

Meu parceiro na Trupe Koskowisck é o Cotonete (Alexandre Malhone, circense tradicional, palhaço nascido no circo) e com ele, apresentamos esquetes clássicas de circos tradicionais. Porém, há uma mesclada no trabalho popular, de teatro de rua e também de clown. O que difere é só que nos circos tradicionais, hoje, dificilmente se vê o que apresentamos. Hoje, nos circos tradicionais, vemos mais uma referência do palhaço europeu, com menos falas. Nós, não. Nós buscamos o tradicional lá de trás e refazemos hoje. Só pararam de fazer isso no circo de picadeiro, ou diminuíram muito.

Você já se apresentou para muitas crianças, certo? Qual é a principal reação delas quando te veem com o nariz e fazendo estripulias?


Riso e encantamento. Isso marca muito!

Você já se deparou com muitas crianças que tinham medo de palhaço? Como você faz para fazê-las entender que você é boazinha?


(Risos!) Depende! Algumas entendem vendo a apresentação. Na descoberta que aquele palhaço na verdade pode ser muito ingênuo, elas começam a entender que não fazemos mal. E claro, outras não são assim tão flexíveis!

Teve alguma situação inusitada nas suas apresentações, algo de muito engraçado e fora do roteiro, que você possa nos contar?


Várias!!! Um dia estávamos apresentando no centro de Sorocaba e, no meio da apresentação, um bêbado resolveu aparecer e começou a correr atrás de mim. Num primeiro momento corri dele e levei na brincadeira. Na segunda vez que correu atrás de mim, corri contornando o tapete de picadeiro e formando uma roda. Parei de repente e ficamos um de frente para o outro. Então, comecei a jogar capoeira com ele. Foi hilário! Mas já fomos surpreendidos também, na Argentina, com uma criança que entrou no meio da apresentação para me entregar uma flor. Isso nos marca também! Já passaram no meio bêbados, cachorros e até um cego. A gente aproveita e faz disso uma cena (risos).

E para as crianças que gostariam de trabalhar como palhaço no futuro, quais dicas você poderia dar?

Minha dica? É que venham sentir o prazer que é ser palhaça! O prazer em ouvir uma gargalhada... simples assim. Que venham e se entreguem, porque não há prazer maior!


Hoje tem apresentação

Ainda dá tempo de conferir as últimas apresentações da 5ª Semana do Circo de Votorantim! Duas companhias circenses irão garantir muito riso e diversão na lona montada na Praça de Eventos Lecy de Campos, que fica na avenida 31 de Março. A Chiquita já se apresentou dias atrás - fique de olho que logo ela se apresenta de novo por aí!

Às 16h será a vez da Cia. Gira Circo alegrar o público com a apresentação Circo de Pulgas. Os palhaços Frangolino e Costelinha irão chegar para trabalhar na praça e então decidem que irão mostrar ao público um incrível Circo de Pulgas. Mas eles se deparam com um pequeno probleminha: eles não acham a pulga! Por meio de palhaçadas e muitas trapalhadas, a dupla irá interagir com o público e, então, chegar a uma solução inusitada.

Logo depois, às 17h, a Cia. Suno entra no picadeiro com a apresentação A Bailarina e o Palhaço. Inspirado nas tantas histórias de amores sublimes e desvairadas paixões, o espetáculo traz o singelo e clássico amor entre um palhaço e uma bailarina. Dois artistas circenses em cena, utilizando o público na ação, desenvolvem uma comédia romântica dividida em três pequenos atos narrados por um espectador.

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