sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Mães protestam contra fim de convênio com creche especial

Jornal Cruzero
Anderson Oliveira


As mães e alunos se reuniram na Prefeitura de Votorantim - ERICK PINHEIRO

Um grupo de cerca de 15 mães de crianças com deficiências, atendidas pela Creche Especial Maria Claro, estão reunidas na frente da Prefeitura de Votorantim, em protesto a não renovação do contrato entre a administração municipal e a entidade. As mães chegaram a interditar por alguns minutos a avenida 31 de Março, mas liberaram a via depois que um representante do departamento jurídico da Prefeitura aceitou receber o grupo para discutir o problema. Como não houve nenhum posicionamento por parte da administração, elas permanecem em frente ao Paço.
O renovação do convênio entre a Prefeitura de Votorantim e a Creche Maria Claro, de Sorocaba, que permite que 19 crianças com algum tipo de deficiência sejam atendidas no lugar em tempo integral, é incerta para 2017. De acordo com algumas mães, o contrato é renovado todo ano, em outubro. No entanto, elas foram informadas pela entidade que a administração do município não faria o novo contrato por problemas financeiros. A entidade pede um repasse maior da Prefeitura. O valor pago por criança pelo município é de R$ 450, mas os gastos da creche com cada uma chega a R$ 1.700 mensais. As mães levaram a situação à Promotoria da Infância e Juventude de Votorantim, que vai encaminhar ofício à administração pedindo mais esclarecimentos sobre o problema.
"O que a gente sabe é que as crianças devem ser atendidas só até dezembro", conta Evelyn da Mota Ferreira, mãe de um menino de três anos que é atendido na instituição. Além dos problemas financeiros, ela diz, a Creche Maria Claro teria feito um reajuste nos valores que devem ser pagos por criança. Lucieine Fernanda Piccinatto, mãe de Henrico, de 10 anos, afirma que a direção da entidade passou às mães a informação de que o repasse feito pela Prefeitura "é muito menor do que o que a escola precisa. "Se não aumentarem o valor, a creche não conseguirá manter", comenta.
De acordo com o presidente da Creche Maria Claro, Carlos Kiva Janovitch, a entidade pediu um convênio com valores que desse maior possibilidade de atuação. "Fizemos proposta de R$ 1.500, mas o prefeito não aceitou. A verba que recebemos não dá para oferecer o serviço", conta. Ele diz que a administração do município de Votorantim espera que o próximo prefeito, que deverá ser eleito em 2 de outubro, tome a decisão antes do encerramento do ano.
Outra mãe de um assistido pela entidade, Tatiana Aparecida Oliveira, conta que os familiares das 19 crianças devem fazer protesto, às 9h de hoje, na frente da Prefeitura de Votorantim. Além disso, ela acrescenta, a Promotoria da Infância e Juventude de Votorantim enviou ofício pedindo que a administração dê uma resposta concreta sobre a renovação ou não do convênio em um prazo de cinco dias. "Porque eles (administração) deixaram muito vago a resposta."
Conforme as três mães, a não renovação do convênio prejudicaria as 19 crianças atendidas na Creche Maria Claro. "Não tem outra escola capacitada para atender em Votorantim", conta Lucieine. Evelyn, por sua vez, aponta que os pais não podem pagar pelo serviço, uma vez que a Maria Claro é uma entidade beneficente.
Em nota, a Prefeitura de Votorantim informa que a negociação para o atendimento em 2017 se dará em dezembro deste ano. Além disso, acrescenta, "o convênio com a creche está garantido até dezembro de 2016, com acordo para que seja prorrogado a janeiro".

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