quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Ex-jogadores do São Bento falam dos “duelos” com Carlos Alberto Torres

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por Rivail Oliveira
Carlinhos e Luizinho enfrentaram o Capita em seus tempos de São Bento e relembram os confrontos contra o capitão do Tri
Sorocaba, SP, 25 (AFI) - A morte de um dos maiores laterais de todos os tempos, Carlos Alberto Torres, hoje no Rio de Janeiro, deixou todo o mundo da bola entristecido. Luizinho e Carlinhos, que vestiram a camisa do Esporte Clube São Bento, no inicio de suas carreiras, e depois brilharam no futebol brasileiro, jogaram contra Carlos Alberto.

LUIZINHO: “NINGUEM IGUAL”
Hoje com 62 anos e treinador do Santa Lúcia, time profissional de Guatemala, na América Central, Luizinho Costa, meia, camisa dez e ex-jogador do São Bento, Coritiba, Portuguesa, América e Atlanta-MEX, falou desta experiência. Conheci o Carlos Alberto no Santos, quando fiquei alguns meses em 1969, depois de fazer o gol contra o Santos, ainda no aspirante, levado pelo Zito (volante santista). Pena que o presidente do São Bento na época não quis me vender para o Santos, que chegou a me registrar na Federação (queria dinheiro e o Santos oferecia jogadores). Mas foram grandes momentos ao lado de Carlos Alberto, Mengalvio,Coutinho, Manoel Maria, Negretti, Oberdan”, conta Luizinho.


Carlinhos marcou época no São Bento

“Brincando, o Carlos Alberto me disse um dia – você é a aquele dez metido que jogou no São Bento (risos). Você tem uma perna esquerda muito boa e vai longe. Dei risada. Um dia até o Clodoalvo (volante de 70) levou minha mala para uma excursão no Paraguai”, conta.
Mas falando do craque Carlos Alberto, Luizinho disse que foi sem dúvida o melhor lateral de todos os tempos. “Aliás dois monstros, grandes e espetaculares laterais, ele (Carlos Alberto) e o Djalma Santos (campeão mundial em 58 e 62). Mas tecnicamente, o Carlos Alberto foi melhor do mundo em todos os tempos”, diz o Luizinho, que enfrentou Carlos Alberto ainda quando jogou na Portuguesa e Coritiba, jogando contra o Fluminense:
“Enfrentei ele nesta época, inicio da década de 70 e não conseguia passar pela sua marcação e postura. Ele ficava parado, dava o bote na hora certa, tinha um posicionamento perfeito, recuperava a bola e armava o contra-golpe do Santos e empurrava o time no apoio. Um absurdo de lateral que não dava bicos. Vai fazer muita falta”, conta Luizinho.

CARLINHOS: “FOI UMA GRANDE PERDA”

Apesar da carreira terminada prematuramente, com 26 anos, Carlinhos Costa, morando hoje na cidade de Votorantim-SP, guarda muitas histórias da época e dos vários duelos contra o Santos de Carlos Alberto Torres. Entre eles no dia 19 de novembro de 1967, no lendário estádio Humberto Reale, hoje CT do EC São Bento.
Naquele dia o São Bento arrancava um empate com o poderoso Santos de Pelé e Carlos Alberto com o placar de 1 a 1, diante de 7.609 torcedores. O Santos fez 1 a 0 com um gol contra do grande zagueiro do São Bento, ex-Palmeiras, Atlético de Madrid e Seleção Brasileira, Luiz Pereira.
Mas o São Bento empatou com um gol dele, Carlinhos Costa, de cabeça. “Jogar contra o Santos naquela época era muito difícil, e marcar gols mais ainda porque eles tinham uma defesa muito alta com Carlos Alberto, Joel e Ramos Delgado. Mesmo assim recebi um cruzamento na área e com meus poucos 1m69 subi e cabeceei, empatando o jogo. Logo em seguida, o Pelé veio lá do ataque e deu uma bronca geral dizendo – ‘Como que vocês querem ser campões tomando gol de um anão? (risos)”, comentou Carlinhos.
“Mas duelos à parte, foi uma perda irreparável. Excelente Carlos Alberto foi sempre um grande marcador, apoiador”, disse o ex-ponta de São Bento, Guarani, Corinthians, São Paulo e Vasco da Gama, que depois parou, com 26 anos, desiludido com as falsidades no futebol, para trabalhar em vários locais, inclusive no Aeroporto e que hoje é pastor da igreja evangélica IEP.
“Carlos Alberto deixou para o futebol esse legado de fazer como poucos e com muita eficiência essa descida ao ataque e cruzamento com muita qualidade”, conta.

EXPLORANDO A VIRTUDE
Carlinhos Costa conta que na época que defendia o São Bento, Guarani e Grêmio conseguiu levar vantagem na disputa com Carlos Alberto. “Na época do São Bento a gente sabia que ele (Carlos Alberto) apoiava bastante, e então procurávamos marcar forte tentar recuperar a bola e o Bazaninho, que tinha um lançamento perfeito, jogava pra mim nas costas dele, e também por saber que eu era muito driblador, rápido e o zagueiro Ramos Delgado era mais pesado. Fizemos isso também quando joguei no Guarani e no Grêmio contra o Santos”, recorda.

SAUDADES
O ex-jogador do São Bento conta que tem saudades dos tempos de atleta. “Joguei com gente muito boa. O Carlos Alberto era um deles. Um grande jogador, o melhor lateral da história do futebol. Joguei no Vasco na época do Roberto Dinamite, Andrada entre outros grandes jogadores. Às vezes sonho que estou ainda jogando futebol. Hoje uso o futebol para ganhar almas para Jesus Cristo”,diz Costa.
O ex-atacante prossegue em sua narrativa: "Saúdo ainda nosso querido São Bento e parabenizo aos que comandam o clube pelo grande trabalho desta equipe que gostamos muito. Aproveito para parabenizar o Guarani, clube que joguei e tenho muito carinho, pelo acesso para a Série B. Um clube da dimensão do Guarani”, disse Carlinhos, que pensou um dia se dedicar à música e seguir os passos da vida na bola. “Gostava muito de bandas, de tocar, gostava de Beatles e outras bandas, mas fiquei no futebol”, finalizou Carlinhos Costa.

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