domingo, 22 de outubro de 2017

Protesto cobra mais segurança em ramal da SP-79

Jornal Cruzeiro do Sul
Carlos Araújo 

Populares plantam flores ao lado da rodovia - CARLOS ARAÚJO 
Manifestantes soltam balões ao lado da rodovia - CARLOS ARAÚJO

Aproximadamente 160 pessoas fizeram na tarde deste domingo (22) um protesto contra o risco de acidentes no ramal 103 da SP-79, a rodovia Dr. Miguel Afonso de Castilho, e reivindicaram a implantação de mais dispositivos de segurança e contenção de velocidade dos veículos.

Os manifestantes contaram que, após quatro acidentes com mortes este ano num trecho de quatro quilômetros do ramal 103 da SP-79, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) implantou duas lombadas em cada sentido de direção. Mas afirmam que esse número é insuficiente. O ideal, reclamam, seria a implantação de mais duas lombadas e uma lombotravessia em cada sentido de direção, totalizando 10 desses dispositivos de segurança contando as lombadas já existentes. E, além disso, garantem que também são necessários radares eletrônicos fixos nesse trecho da rodovia.

De abril a agosto deste ano, quatro acidentes no ramal 103 da SP-79 mataram os jovens Lucas Venâncio, de 24 anos, Mateus Ferreira, de 17 anos, Lucas Fernando, de 20 anos, e Gabriela Aparecida, de 23 anos. Em 2012 outro acidente havia matado o jovem Alexandre Araújo.

A autônoma Érica de Almeida Queiroz, de 41 anos, mãe de Lucas Fernando, referindo-se às duas lombadas já implantadas, criticou: "Acontecem todos os acidentes, aí eles [DER] resolveram fazer alguma coisa." Carmem Venâncio, de 47 anos, mãe de Lucas Venâncio, descreveu: "É uma rodovia perigosa, e que não venha a acontecer [acidente] com mais ninguém."

Carmem disse que viveu as emoções e dores de todos os quatro acidentes: "Hoje eu sou traumatizada, eu perdi o meu filho [Lucas Venâncio] do dia para a noite." E explicou que foi ao protesto de hoje em nome de quem usa a rodovia: "Uma mãe enterrar o filho é a pior coisa do mundo."

O filho de Carmem morreu no capotamento de um carro em um acesso na rodovia. Os outros três acidentes deste ano foram de moto. Amigos das vítimas contaram que no acidente de Gabriela, que estava de moto, outra motocicleta envolvida corria a 195 quilômetros por hora num trecho de velocidade máxima de 60 quilômetros.

O vice-prefeito de Votorantim, Alexandre Baeza (PV), cumprimentou os manifestantes e disse: "Que pena que tiveram que perder muitas vidas para depois saírem as lombadas." Organizado pela professora Rogéria Sabino, de 33 anos, o protesto constou de passeata que percorreu uma distância de quase dois quilômetros pela rodovia, sob garoa fina, com acompanhamento da Polícia Militar. Também houve homenagem aos mortos com plantio de flores em áreas ao lado da rodovia. No final, os manifestantes rezaram o Pai Nosso e soltaram balões brancos como símbolo de lembrança e saudade.

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