sábado, 16 de dezembro de 2017

Sorocaba registra baixo risco para jovens

Jornal Cruzeiro do Sul
Larissa Pessoa

Sorocaba ficou na 55ª colocação entre as cidades com menor Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ 2017), sendo considerada uma cidade de baixo risco para a população dentro da faixa etária de 15 a 29 anos. O estudo, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e desenvolvido pela Secretaria Nacional de Juventude em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, agrega dados relativos às dimensões consideradas chave na determinação de risco para os jovens, tais como taxa de frequência à escola, escolaridade, inserção no mercado de trabalho, taxa de mortalidade por homicídios e por acidentes de trânsito.

De acordo com o estudo, que analisa 304 cidades com mais de 100 mil habitantes, Sorocaba está no grupo das cidades com baixa vulnerabilidade, composto por mais 80 municípios, que englobam aproximadamente 12,8% da população brasileira. O IVJ leva em conta 16 variáveis, com peso de 0,33 cada. As cidades que somam até 0,300 são as consideradas mais seguras. Considerando-se apenas a população analisada, 22,5% dos jovens brasileiros residem em locais que apresentaram resultados satisfatórios.

O Estado de São Paulo tem oito entre os dez municípios com menor IVJ, sendo que os outros dois municípios estão em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Entre os dez municípios com os maiores índices de vulnerabilidade juvenil à violência, seis estão na região Nordeste, dois na região Norte e dois no Sudeste.

Trânsito

No indicador de mortalidade por acidentes de trânsito, Sorocaba foi considerada de média vulnerabilidade, pois somou 0,433 pontos. Para este índice, o estudo utilizou dados do Mapa da Violência 2014, quando no município 57 pessoas com idades entre 15 e 29 anos perderam a vida nas ruas, avenidas e rodovias da cidade por conta de colisões.

O engenheiro de tráfego Vanderlei Cóffani destaca que essa avaliação envolve muito mais o aspecto comportamental do jovem. "Nessa faixa etária, o indivíduo tem um comportamento mais afoito e acaba se expondo a mais riscos." Nesta variável, Sorocaba teve nota semelhante a municípios como Sumaré, Piracicaba e Londrina, no Paraná. De acordo com Cóffani, a vulnerabilidade média não tem ligação com a estrutura do trânsito da cidade e sim com as atitudes do jovem quando assume a direção.

RMS

Entre os municípios que integram a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), além de Sorocaba mais cinco aparecem no ranking. Itu surge com melhores resultados, ocupando a 14º posição entre as cidades com menor IVJ. Considerado seguro, o município obteve nota 0,290. Salto também obteve uma avaliação boa, superando Sorocaba e conseguindo a 27ª posição entre os 304 cidades do estudo. Já Votorantim e Tatuí atingiram, respectivamente a 86ª e 88ª colocação, sendo ambas consideradas de média-baixa vulnerabilidade.

Itapetininga foi considerada a cidade mais perigosa para os jovens da RMS. A cidade está na 149ª posição do ranking e teve 0,651 pontos na variável de mortalidade por acidentes de trânsito. Outro indicador que colaborou para que a cidade ficasse mal posicionada foi o de frequência à escola e situação de emprego, que somou 0,562 pontos.

Trabalho e escola

A socióloga Francine Trindade Gomes teve acesso ao relatório completo do IVJ e, segundo ela, assim como nas edições anteriores, o índice atual também leva em conta o contexto socioeconômico dos municípios. "Nota-se que Sorocaba segue a média da maioria das cidades com características semelhantes em relação ao PIB e população, por exemplo, mas há ainda pontos que podem melhorar", afirma.

Ela explica que embora o indicador de violência letal seja variável fundamental para explicar a exposição à violência de jovens, o IVJ contempla ainda outras dimensões para compreender a vulnerabilidade, tais como educação, emprego e nesse quesito Sorocaba também precisa buscar melhores resultados, já que a pontuação foi 0,433. "Embora seja uma cidade economicamente estável, ainda há alto índice de abandono escolar e início precoce no mercado de trabalho."

A advogada Mariela Bolina, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-Sorocaba, destaca que apesar do resultado satisfatório, políticas públicas mais sérias voltadas aos jovens devem ser implementadas e os esforços devem ser contínuos, objetivando a sua inclusão social.




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