terça-feira, 20 de março de 2018

Suspeito é preso por feminicídio, no caso da jovem morta na represa

Gazeta de Votorantim
Luiz Fernando Moura
(programa de estágio)

Ele ainda é acusado de outros crimes

 Reprodução TV Votorantim


Foi preso na manhã desta terça-feira (20), em Votorantim, o suspeito pela morte da jovem Juliana Jovino, 24 anos, que foi encontrada morta na represa de Itupararanga no último Natal (25/12).

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Gilberto Montenegro Costa Filho, depois de juntar todas as provas relacionadas ao crime foi possível fazer o pedido de prisão temporária, na qual, o suspeito ficará por 30 dias. “Nós tivemos, pelo menos, uns quatro suspeitos que foram investigados além do C.R.N., 33 anos, mas todos comprovaram não ter relação com a morte dela”.

Em depoimento, C. contou ter saído de um churrasco com a Juliana e que ela havia consumido drogas por conta própria.  “Contou que tinham ido para a casa dele ter relação sexual. A filha dela, de dois anos, teria ficado no quintal brincando e que antes de terem tido relação, Juliana passou mal”, diz o delegado.  Além disso, relatou que ficou por aproximadamente uma hora com a jovem inconsciente e chegou à conclusão de que havia morrido.

C. disse que ficou “desesperado e sem saber o que fazer”, colocou a criança no banco da frente e Juliana na parte de trás. “Ele disse que levou primeiro a criança para Sorocaba e a abandonou em uma rua e depois foi até a represa, colocando-a na água”, conta Gilberto.

Nas investigações, o delegado ouviu testemunhas que disseram que se ele tinha fornecido os entorpecentes para a jovem e comprado com o dinheiro dele. “Diante do que as testemunhas falaram, ele acabou confessando detalhadamente como forneceu a droga para ela e disse que não a socorreu justamente para que não descobrissem que ele tinha fornecido as drogas”, relatou o delegado.

Segundo a irmã da vítima, Vera Lucia Jovino, 30 anos, a família já sabia do envolvimento da moça no consumo da maconha. “Era bem rara as vezes em que ela usava. Quando conversamos com o delegado, dissemos que não sabíamos do uso da cocaína por não ter certeza”, comenta.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi asfixia por afogamento, fazendo com que seja caracterizado como crime qualificado. Além disso, no laudo do exame toxicológico, não foi encontrado álcool no sangue da jovem, porém, uma quantia mínima de substancias da cocaína estava presente, concluindo que a vítima não morreu por overdose.

Foi mencionado pelo delegado que houve uma investigação para saber se a criança presenciou a morte da mãe, o que segundo C., não havia acontecido. “Ele disse que primeiro deixou a criança em Sorocaba e depois levou a Juliana para a represa, mas nós não acreditamos nisso. Conversamos com a família, e uma das coisas que foi falado é que um certo dia a criança estava tristonha, sentindo falta da mãe e disseram para a criança que a mamãe estava no céu, e surpreendentemente ela respondeu “não, a mamãe não está no céu, ela está na água. O tio do carro vermelho colocou ela na água”, relata Gilberto.

C. está sendo acusado pelo crime de homicídio doloso qualificado, sendo suas qualificantes por tráfico de drogas privilegiado, omissão de socorro, feminicídio, afogamento e meio que impossibilita a defesa da vítima. A família espera que a Justiça o condene “para que ele cumpra o tempo que vai ser determinado respondendo pelos atos dele”.

 

Relembre o caso

 

O corpo de Juliana Jovino foi encontrado boiando na represa de Itupararanga apenas com roupas íntimas e não registrava sinais de violência.

A família contou que no domingo (24), a moça tinha saído de sua casa, no bairro Nova Esperança, em Sorocaba, junto com a sua filha de dois anos, informando que passaria o Natal na casa de uma amiga. Pessoas que estavam no local informaram à polícia que viram ela saindo da casa da amiga com um rapaz e a criança.

A menina foi encontrada apenas de fralda próxima a uma árvore, no bairro Jardim Eldorado, em Sorocaba, pela manhã da segunda-feira (25). Familiares a identificaram após uma publicação feita nas mídias sociais. 

O homem que foi visto com a moça compareceu no 2º Distrito Policial da cidade 15 dias após a morte dela para confessar sua participação no episódio criminal. 

Na ocasião, C. R. N., 33 anos, informou que no dia do ocorrido eles haviam feito uso de drogas e bebida alcoólica, quando a moça teria começado a passar mal e ficado roxa. Sem saber o que fazer e embriagado, ele disse que deixou a criança no bairro Jardim Eldorado e horas depois foi até a represa de Itupararanga, deixando o corpo da mulher desacordado na água, achando que ela estava morta. O laudo inicial apontou que ela morreu afogada. (supervisão: Luciana Lopez)

 

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