quinta-feira, 11 de março de 2010

GREVE NA EDUCAÇÃO - Paralisação avança, diz Apeoesp, e governo contesta

Em Votorantim pelo menos
outras três escolas aderem hoje a paralisação


Escola Pedro Augusto Rangel, na Vila Nova, adere hoje a paralisação

Maíra Fernandes 

Notícia publicada na edição de 11/03/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B
Cerca de 30 escolas estaduais em Sorocaba estarão paralisadas hoje, devido à greve. O movimento, que começou tímido na segunda-feira com adesão de menos de 1% dos servidores estaduais da educação no Estado cresceu em Sorocaba e região. Só na cidade em 20 das 84 unidades existentes a paralisação será total, com 100% de adesão dos profissionais e em seis unidades a paralisação será parcial, com pouco mais de 50% de adesão. Só que, por intermédio de nota, a secretaria de Educação do Estado de São Paulo contesta a informação da Apeoesp e diz que o movimento atingiu apenas 1%.

Entretanto informou que pretende pegar pesado com os grevistas, que já estão com o ponto cortado, ou seja, terão desconto salarial relativo às faltas e estão perdendo condição de participar do Bônus por Resultados, que paga anualmente até 2,9 salários para as equipes escolares que superarem suas metas e também do Programa de Valorização pelo Mérito, que permite aumentos salariais de 25%. Os dois programas têm como regra a regularidade da presença dos professores nas escolas.
Pelo menos 27 escolas estavam ontem total ou parcialmente paralisadas, segundo o coordenador da Apeoesp em Sorocaba, Alexandre Tardelli Genesi. Essas escolas são a “Antônio Padilha”, “Antonio Vieira Santos”, “Archiminio”, Arthur Ciryllo Freire”, “Beathris Caixeiro Del’Cístia”, “Brigadeiro Tobias”, “Dionysio Vieira”, “Dulce Esmeralda”, “Escolástica Rosa Almeida”, “Francisco Camargo César”, “Francisco Coccaro”, “Genésio Machado”, “Guiomar Camolesi”, Hélio Del Cistia, “Humberto de Campos”, “Jordina do Amaral Arruda”, Isabel Lopes Monteiro (90% parada), José Roque Almeida Rosa”, “Júlio Prestes de Albuquerque”, “Júlio Bierrenbach de Lima”, “Luiz Gonzaga de C. Fleury” e “Roque Conceição” a paralisação será total. Nas Escolas Estaduais: “Francisco Eufrásio”, “Hélio Del‘Cístia”, “Isabel Lopes Monteiro”, “José Quevedo”, “Rafael Orsi Filho” e “Sarah Salvestro” a paralisação hoje ocorre de maneira parcial, com adesão de pouco mais de 50% dos profissionais.

A “Beathris Caixeiro Del’Cístia”, “Francisco Eufrásio”, “Hélio Del Cistia” e “Isabel Lopes Monteiro” tinha pralisação praticamente total, com a presença de poucos funcionários, segundo Genesi. Ele informou que ontem à noite 70% dos funcionários da “comendador Pereira Inácio, de Votorantim, também decidiram paralisar os serviços. Professores e a diretoria receberão os alunos para informar a adesão à greve.

 
Em Votorantim pelo menos outras três escolas aderem hoje a paralisação, são as Escolas Estaduais “Clotilde Beline Capitani” (Jardim Archila), “Pedro Augusto Rangel” (Vila Nova) e “Evilásio de Góes Vieira” (Jardim Bandeirantes), essa última com 60% de adesão dos profissionais. Em Araçoiaba da Serra a Escola Estadual “Maria Angélica Baillot” também não funciona hoje. E a expectativa de Genesi é de que amanhã pelo menos 80% das escolas estaduais de Sorocaba e região tenham aderido à paralisação, que não tem tempo determinado para acabar. Para Genesi, o movimento está em ascendência.
Alunos se posicionam contrários à paralisação

Quarta-feira (10) a reportagem foi até duas escolas estaduais para saber como estava a situação. Na Escola Estadual “Professor Genésio Machado” os alunos disseram que ontem mesmo tiveram, no máximo, duas aulas e que os professores explicaram a eles que entrariam em greve hoje, não havendo a necessidade de eles comparecerem à unidade.
Os alunos, ao lado de fora do estabelecimento contaram que até entenderam os motivos, mas mesmo assim acreditam que são prejudicados com as greves, pois acabam tendo que repor aulas aos sábados e no período de férias, como lembrou o estudante Lúcio Flávio da Silva. Sua colega, a estudante Nataly Ferreira engrossou o coro dos descontentes e se posicionou contrário à paralisação.
Na Escola Estadual “Júlio Bierrenbach Lima” o movimento ontem ainda foi intenso, com aulas normais para a maioria dos alunos mesmo assim, também foram avisados que hoje, definitivamente, os profissionais da unidade adeririam à greve. “Disseram que a greve começa amanhã mas hoje foi normal”, contou a estudante Melissa Fernanda.
A professora Flávia dos Santos, que leciona Sociologia na unidade reforçou a informação repassada para a aluna afirmando que hoje, os profissionais estarão em greve.
Assembléia hoje em Sorocaba
Para obter um balanço da greve deflagrada na última sexta-feira, os servidores estaduais da educação farão hoje uma assembléia em frente a subsede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) em Sorocaba, a partir das 15h. Reivindicando reajustes salariais, metodologias de avaliação e bonificações aos profissionais, entre outros tópicos, reforçaram que não trata-se de uma paralisação apenas dos professores mas dos funcionários da educação como um todo. A presidente do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), de Sorocaba e região, Míriam Cecília Facci contou que também os especialistas (diretores, ) estão aderindo à greve. “Estamos com 53% dos especialistas de Sorocaba e região paralisados, gostaríamos de chegar a 100% mas sabemos que o pessoal custa a entrar mas estão aderindo bastante”, explicou.

A reivindicação dos profissionais é para um reajuste salarial de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira. Também o término das provas avaliatórias para aumento salarial; revogação das leis 1041, 1093, 1097; concurso público em caráter classificatório e contra a municipalização do ensino. Até a tarde de ontem, informou o coordenador da Apeoesp local, o Governo Estadual não havia emitido nenhum posicionamento quanto a situação. “O governo vem alegando greve política, jogando a opinião pública contra os professores. Greve é sempre política, essa contra a política adotada por eles para a educação”, esclareceu Genesi.

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