Notícia publicada na edição de 09/03/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7 do caderno A
Hetieli queria voltar a andar antes do dia de seu aniversário
Foto: Luiz Setti
É como ver de novo minha filha engatinhar. Foi desta forma que o serviços gerais Mário Neres dos Santos, 36 anos, traduziu a emoção de acompanhar sua filha Hetieli Alvarenga dos Santos, 14, dar os primeiros passos quase três meses depois de ter parte da perna direita amputada. A adolescente iniciou ontem, Dia Internacional da Mulher, as sessões com uma prótese confeccionada especialmente para ela, e que lhe permitirá levar uma vida praticamente normal. Sua adaptação deve ser rápida e, muito provavelmente, no final desta semana, ela deve levar para casa sua prótese, adianta Nelsinho Nolé, da empresa Conforpés.
A prótese é confeccionada em fibra de carbono, mais leve e resistente que o aço, revestido de borracha especial e permite vários tipos de atividades, inclusive o esporte moderado. No início, em casa, Hetieli deverá exercitar duas vezes por dia com a prótese, pelo menos duas horas no período da manhã e duas à tarde. Apesar da insegurança inicial, depois de colocar a prótese, a garota viu mais próximo a realização de seu sonho: voltar a andar antes do dia de seu aniversário de 15 anos, que serão comemorados na segunda-feira que vem, dia 15 de março.
O sonho de voltar a passear com as amigas e treinar os jogos de futebol de salão pareciam impulsionar a jovem que, à medida em que avançava, ganhava mais confiança como previam os profissionais. A experiência de Hetieli emocionou seus pais Mário Santos e Cecília, 42, que, desde o dia 23 de dezembro - data do acidente -, viram suas rotinas mudadas e a filha a tornar-se inteiramente dependente da família, inclusive para as tarefas mais simples do dia-a-dia como trocar de roupas.
Hetieli seguia à frente das amigas, sobre a linha do trem do bairro da Chave, por volta das 16h, a caminho de sua casa, no Jardim Serrano 1, em Votorantim, quando foi atropelada por um trem. Havia ido brincar com as amigas próximo à Cachoeira da Chave e decidiram voltar pela via férrea. Uma queda d‘água impediu que ouvisse o alerta das amigas que estavam atrás, e quando se deu conta estava com o pé enroscado e impossibilitada de fugir ao acidente.
Como ajudar
A prótese foi adquirida a preço de custo, por R$ 7,5 mil, incluindo as sessões de fisioterapia, sendo arcado com a rifa (ainda em andamento) de uma motocicleta, e parte de ajuda financeira da Scapol Distribuidora. A moto Honda Titan 125, ano 2001, foi doada pelos patrões do pai de Hetieli. Cada número da rifa custa R$ 15,00. Arlene Scapol conta que a empresa aderiu a iniciativa, assim como seus colaboradores que adquiriram em torno de oitenta números. Além disso, a Scapol ofereceu uma ajuda financeira e foi responsável pela articulação para a compra da prótese com menor custo.
Seria interessante que outras empresas tomassem esse tipo de iniciativa e se envolvessem mais com essas questões, observa Arlene Scapol. Quem quiser adquirir um número da rifa ou doar qualquer quantia nas contas abertas com esse objetivo pode obter mais informações pelo telefone (15) 3243-1762, ou com o pai de Hetieli, no (15) 9789-4556. Os depósitos bancários podem ser feitos na conta poupança de número 19020.659-1, agência 0552-5, da Nossa Caixa de Votorantim.

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