quarta-feira, 28 de abril de 2010

Servidores do município estão em estado de greve

Wilson Gonçalves Júnior
Notícia publicada na edição de 28/04/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7 do caderno A

A coleta de lixo está entre os serviços que serão prejudicados
Foto: Fábio Rogério
Isael Clareti, presidente do sindicato
Foto: Erick Pinheiro
Funcionários públicos municipais de Votorantim, ligados as secretarias de Obras e Urbanismo (Sourb), de Serviços Públicos (Sesp) e ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), iniciam hoje uma paralisação para reivindicar reajuste salarial de 12%. Numa assembleia realizada, na tarde de ontem, no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Votorantim, a categoria não aceitou a contraproposta oferecida, com o parcelamento do aumento em duas vezes: 3% agora e mais 2% em setembro. A Prefeitura de Votorantim e a Justiça devem ser notificadas hoje e uma greve pode ter início na sexta-feira. Devem ser interrompidos os trabalhos de coleta de lixo, operação tapa-buracos, capinação, serviços de manutenção em rede de água e esgoto, entre outros.
A Prefeitura de Votorantim informou, por intermédio da Secretaria de Comunicação, que chegou ao limite do que podia oferecer a categoria com o reajuste de 5,06%, em duas vezes e mais 20% no tíquete de alimentação, parcelado da mesma maneira, tendo em vista a Lei de Responsabilidade Fiscal. As negociações foram interrompidas ontem e o projeto de lei do prefeito Carlos Augusto Pivetta (PT), com estes percentuais, será encaminhado hoje à Câmara de Vereadores. Com o pedido, em caráter de urgência, a proposta deve ser votada ainda hoje, em sessão extraordinária. Para quem aderir à paralisação, a prefeitura pretende endurecer, cortando o dia faltoso ou não trabalhado.
Já o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Isael Clareti, disse que 179 trabalhadores devem aderir à paralisação neste primeiro momento, 7,4% dos 2.394 trabalhadores e que o movimento deve ganhar força nos próximos dias. Clareti indicou que hoje vai oficializar os órgãos e, 72 horas após, terá início uma greve. Ele citou que o índice inflacionário, o IGPM, do período, foi de 4,07%, e o aumento real neste caso, seria de menos de 1%. Com a greve, teremos que manter 30% dos atendimentos essenciais e faremos isso.
Clareti disse que dois fatos, datados no ano passado e recentemente, contribuíram para a paralisação iniciada. Segundo ele, os escriturários ganharam no ano passado um reajuste de 13,68% e os médicos um aumento recente de 41%, ambos por intermédio de projetos de lei do prefeito. Não sou contra o reajuste dos médicos e dos escriturários, mas não tem como você explicar para o restante da categoria que eles terão aumento apenas de 5%. Acho que o reajuste deveria ser igual para todo mundo. Estamos abertos para negociar criticou.
A Prefeitura de Votorantim, no entanto, explicou que o sindicato reivindicou 7% e não 12% como foi informado, inclusive com documento protocolado. A Secretaria de Comunicação, informou ainda, que o aumento dos médicos não tem nenhuma ligação, já que neste caso é uma necessidade de mercado, criando um atrativo financeiro para mantê-los no sistema municipal de saúde. Em relação aos escriturários, informou a prefeitura, que houve um reagrupamento para equiparar o salário de funcionários que exerciam a mesmo função e tinham vencimentos diferentes. A prefeitura citou que não foi notificada da paralisação, e por isso, irá descontar o dia dos funcionários que não comparecerem ao trabalho, ou mesmo que se recusarem a efetuar algum serviço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Ouça a Rádio Votorantim