quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dez opções para presentear sua mãe

 

Manoel Peres Sobrinho*

 

Mais vale um gesto de carinho agora, do que um belo epitáfio acompanhado de uma coroa de flores depois

 – Autor Desconhecido.

 

 

     Com o "Dia das Mães" vem a preocupação de como presenteá-la de forma marcante e adequada. O que deveria ser um prazer e notória demonstração de generosidade filial, torna-se uma grande dor de cabeça. Alguns há que confundem a casa onde ela mora com ela. Dão um faqueiro, uma máquina de lavar roupa, uma geladeira, um jogo de copos, etc.. Outros, na dúvida de com quem passar esse dia, se com a mãe da esposa  ou com a sua, mandam flores, algum objeto de pouco valor sentimental e ainda, preferem ir na segunda-feira, como se isso fosse possível, pra tirá-los da saia justa da displicência em que se enfiaram. Diante das muitas opções comerciais, que nem sempre atendem aos nossos sentimentos e nem mesmo ao nosso precário bolso de cidadão comum, gostaria de sugerir algumas atitudes que muito pouco custarão de pecuniário; mas, tenho a certeza, farão um bem incrível àquela a quem tudo devemos, depois de Deus.

     Ame-a incondicionalmente. Com amor puro, carinhoso, que a faça feliz de tê-lo como filho. Faça com que ela perceba isso. Nada melhor para a sua saúde e para a sua felicidade. O amor renova a mente e aumenta a longevidade.

 

     Respeite-a ternamente. Que ela sinta e veja a sua devoção, que a sua presença provoque-lhe admiração e regozijo.

 

     Siga seus conselhos sem retrucar com aborrecimento. Aceite sem contestar a sua sabedoria. Veja em suas palavras um acréscimo à sua inexperiência. Decida experimentar suas teorias e comungue com as suas opiniões.

 

     Viva de maneira a honrar sua lembrança. Que sua postura diante da sociedade publique a todos o quanto de bem voce recebeu dela; e no que faz agora tem um pouco do tudo que o ela deixou como herança.

 

     Visite-a regularmente. Renove o ar de sua antiga casa com a sua presença. Abrace-a com ternura e saudade. Aqueça-a com o calor do seu corpo e envolva-a com seus saudosos braços.

 

     Converse com ela como alguém submisso. Animadamente, interessadamente como o faz com um  amigo quando troca segredos e busca aspirações.

 

     Coloque-se pronto para ajudá-la mesmo quando não for requisitado. Faça do seu socorro, como a presença de um Anjo; revista-se com o caráter do Salvador.

 

     Faça-a perceber que sua  companhia (a dela) não é indeseja e fastidiosa. Ministre sobre ela a fragrância da companhia desejada; revista a sua presença da importância que abençoa e acrescenta.

 

     Seja generoso na avaliação dos seus erros, isto é, dos dela. Nunca se esqueça de que ela é uma mulher; não uma deusa, nem um ser perfeito. Muitos dos seus erros pode ser somente a tentativa de construir alguma coisa para você.

 

     Abençoe-a sempre, lembrando-se dela em sua orações a Deus... Coloque-a diariamente no altar do Senhor, em oração. Pois Deus sabe o que é ser Mãe, e princialmente sofrer por amor.

 

     Creio que um filho ou uma filha assim, darão muito mais alegria do que qualquer presente que ela venha a ganhar no seu Dia. Nossa mãe é apenas uma mulher, como todas as outras. Uma simples criatura de Deus que procurou amar, ser feliz, atingir o objetivo principal de sua existência, mesmo que, às vezes, nem disso soubesse. Caminhou pela senda dos mortais à procura de sua própria felicidade. Muitas delas se desencaminharam. Erraram. Cometeram delitos que a sociedade, sem dó, buscou caluniar, culpar e condenar. Algumas jamais puderam ser notórias. Outras se embrenharam pelo caminho da prostituição. Algumas roubaram e mataram, e por isso mesmo, ainda se encontram presas e condenadas. Algumas são pretas, pardas ou mulatas; outras brancas e outras, ainda, amarelas. Algumas tiveram estudos e falam bem. Outras, tiveram de aprender com a dura escola da vida. Algumas nos honraram com distinção, outras nos envergonharam com o seu opróbrio.

     Mas que importa. São elas, nossas mães. Nada, absolutamente nada, irá mudar isso!

    Trazem em seu ser o maravilhoso dom da vida. Que ninguém mais o tem. Quando pequeninos, agasalhou-nos em seus braços, dando-nos a proteção que precisávamos. Quanto estávamos doentes, passou muitas noites em serão solitário a esperar nossa melhora, para depois, como uma conquista pessoal contemplar  a saúde do fruto do seu ventre. Enxugou nossas lágrimas, curou nossas feridas, olhou com simpatia nossos erros, perdoou nossos equívocos. E, amou-nos, como ninguém na terra poderia fazê-lo. Abraçou-nos, com alegria em nossa vitória, e consolou-nos quando chegamos em casa com alguma derrota da vida.

     Oh! Deus que ser maravilhoso é esse que faz vir à terra um pouco do Teu reino, sem nada exigir?

 

 

(*O autor é Membro da Academia Votorantinense de Letras, Artes e História, ocupa a cadeira nº 12 e tem como patrono o escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto).

    

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