sexta-feira, 4 de junho de 2010

TRANSPORTE COLETIVO - Motoristas podem entrar em greve nesta sexta

Carolina Santana - Redação Cruzeiro do Sul

notícia atualizada às 23h40 de 03/06/10


Os ônibus de Sorocaba circularam nesta quinta-feira, dia 3,
Ocom os faróis acesos, em sinal de estado de greve
Foto: LUIZ SETTI


Neste instante, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região anunciou que haverá uma reunião à meia-noite para discutir um provável acordo e assim evitar a greve no transporte público.
Os trabalhadores do transporte coletivo de Sorocaba e Votorantim haviam decidido nesta quinta-feira (03) à noite iniciar a greve nos transportes, que deveria começar nas primeiras horas da madrugada desta sexta-feira, dia 4.
Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, Paulo Eustásia, a categoria esperava ser chamada pelos empresários das cinco empresas que formam o sistema de transporte público das cidades para uma reunião que não aconteceu. Por conta de uma liminar concedida às empresas pelo 15º Tribunal Regional do Trabalho (TRT), nos horários normais 40% da frota deve estar na rua. No período de maior movimento, ou seja, das 6h às 8h, e das 17h às 19h, 60% dos ônibus devem circular.
As empresas que prestam serviços aos municípios são a STU, Reunidas Paulista, Jundiá Transporte, Empresa de Ônibus Rosa e Auto-Ônibus São João, sendo que esta última atua em Sorocaba e Votorantim. “Parece que os empresários não se entenderam e nem nos chamaram para uma nova discussão. Sabemos que alguns aceitavam nossa proposta como razoável mas eles têm um acordo de que todos devem aceitar”, comentou Eustásia.

A nova proposta, segundo ele, é a contratação gradativa de agentes de bordos. O sindicato deseja que em dez anos pelo menos 50% da frota sorocabana tenha agentes de bordo. “Queremos a contratação mínima de 40 agentes por ano até que seja atingido 400. Hoje temos 120”, explicou. O sindicalista explicou que a proposta apresentada pelos trabalhadores foi elaborada na madrugada de quarta para quinta-feira em reunião feita em Votorantim com a São João e intermediada pelo prefeito Carlos Augusto Pivetta. “Os empresários da São João ficaram de levar a conversa para as outras empresas”, disse ele.
Caso o pedido fosse atendido, diz Eustásia, as empresas contratadas em caráter emergencial teriam que contratar cinco agentes cada. Já a STU, que tem contrato com Sorocaba até fevereiro próximo, teria de fazer 20 contratações. “O número maior é porque ela opera 50% do transporte urbano da cidade”, afirmou ele.

Votorantim
A paralisação dos trabalhadores do transporte urbano atinge Votorantim pois a São João também atua nesta cidade. O prefeito votorantinense, Pivetta, lembra que metade da frota conta com a figura do agente de bordo. “Estamos acompanhando a questão de perto pois estamos sendo prejudicados. O sindicato reconhece que a questão dos agentes em Votorantim está resolvida mas trata o movimento como um todo e se a São João parar acaba nos atingindo também”, argumentou ele.
Na madrugada de quarta para quinta-feira, o prefeito reuniu-se com o Sindicato dos Rodoviários e com a empresa para tentar intermediar um entendimento entre as partes. “Não queremos nos envolver com a questão em Sorocaba, o que eu quero é resolver aqui. A cidade está sendo arrastada para a greve”, lamenta. A reunião começou às 22h de quarta e seguiu até as 3h de ontem.
Greve atinge indústrias
Pelo menos três empresas do sistema de transporte público de Sorocaba e Votorantim (São João, Rosa e Jundiá) atuam no segmento de fretamento. Assim, a mesma mão-de-obra das linhas urbanas trabalha também com a parte de fretamento. O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região, Paulo Eustásia, argumenta que tratam-se dos mesmos trabalhadores e, por isto, o serviço também será suspenso. Segundo ele, juntas as empresas somariam cerca de 220 ônibus. Esses carros são usados principalmente para o transporte dos funcionários de indústrias de toda a região.

Além da contratação de agentes de bordo a categoria reivindicam a reposição da inflação do período de 1º de maio de 2009 a 30 de abril de 2010, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-FIPE), que está em 5,05%, mais aumento real. No último dia 31, os trabalhadores rejeitaram, por unanimidade, a proposta patronal de 5,05% de reajuste no salário, tíquete-refeição e na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), e aprovaram greve. Atualmente, o salário do motorista está em R$ 1.827,50, o do agente de bordo em R$ 645,00 e os pisos das demais funções variam. (Colaborou Regina Helena Santos)

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