*Este é o segundo texto de uma série de 10 com temática relacionada às drogas
Manoel Peres Sobrinho
Antes que seu filho chegue às drogas converse com ele sobre o álcool e os demais narcóticos.
Converse, mas não como quem põe o dedo na cara com ar superior e sabichão, mas convide-o para assentar-se ao seu lado e deixe que ele perceba sua sincera preocupação.
Afague-o, respeite-o. Você, talvez, não saiba, mas ainda é o herói do seu filho. E quando ele se sente frágil e ameaçado pelos problemas que enfrenta fora de casa, você tem o colo no qual ele gostaria de repousar a cabeça e sentir-se amado e mais seguro.
Todo jovem tem ainda dentro de si uma criança adormecida. Cuide para que este tesouro não se perca para sempre.
Todo jovem ainda gostaria de repetir aquelas cenas de carinho e amizade que tinha com seu pai e com sua mãe, quando ele ainda não passava de uma criança. O tempo passou e a distância entre ambos foi aumentando. Talvez esteja na hora de investir no retorno antes que seja tarde demais.
Converse com o seu filho como o faz com um amigo. Você pode não ter percebido ou talvez, não se deu conta disso e ainda o tem tratado como se fosse uma criança irresponsável, mas ele já é um homem. Dê-lhe a liberdade para dizer o que pensa. Discuta com ele como igual. Deixe que ele descubra por si mesmo o quanto você o ama e quer ajudá-lo. Convença-o pela argumentação inteligente, e não pela imposição. Sua autoridade não pode basear-se somente em sua paternidade, em sua função econômica, ou ainda no porte físico.
Não exerça o autoritarismo. Deixe que ele absorva naturalmente o seu interesse por ele. Quando ele errar e cair, não diga: Eu disse que isso não ia dar certo, não disse? Ou, então: Eu não lhe avisei? Isso não ajuda em nada. Pelo contrário. Coloque a sua mão por sobre os seus ombros e diga: Filho, em que eu posso ajudar?
Procure ganhar a sua confiança sendo honesto coerente naquilo que diz e faz. Nada irrita mais um jovem do que a filosofia do faça o que eu digo e não faça o que eu faço. Procure sempre e acima de tudo ser sincero, uma pessoa em quem ele pode confiar, realmente.
A verdade é o preço que temos que pagar se quisermos nossos filhos longe desse flagelo que se chama drogas.
Se você se sentir fraco para cumprir com acerto essa maratona de prevenção às drogas, peça a ajuda de Deus. Ele é o socorro bem presente nas tribulações. Mas também se socorra com profissionais que entendam e possam dar orientações sobre relacionamentos. Às vezes temos boas idéias, mas não sabemos como executá-las. Não se envergonhe em achar-se incompetente nesse assunto. A vida não é fácil. Os relacionamentos humanos são extremamente frágeis, se rompem com muita facilidade. E quando se trata de família, os problemas são mais complexos ainda. Mas com sinceridade, boa vontade e ajuda adequada você tem toda a chance de acertar.
Mas não converse com seu filho só sobre drogas. Procure conversar, sobretudo, os assuntos que ele mais gosta. Descubra quais são os seus assuntos prediletos. Gaste seu tempo com ele. Uma pessoa bem orientada tem mais chance de tomar a decisão certa e corajosa quando for necessário.
Na questão das drogas é melhor que esteja sempre por perto do seu filho caso contrário, alguém da rua poderá adotá-lo, e aí pode ser tarde demais.
Os resultados podem ser dolorosos, alguns se constituem num caminho sem volta.
Ensina o seu filho no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele – Provérbios 22:6.
Com certeza seu filho precisa muito de você, e quando o assunto é droga, vale a pena ter em mente o adágio popular: melhor é prevenir do que remediar.
Essa é uma verdade que dói na alma.
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