terça-feira, 10 de agosto de 2010

E não é que o CDP Votorantim saiu do papel?

Local onde será erguida prisão, na estrada para Piedade, enfim se torna um canteiro de obras

Mayco Geretti
Agência BOM DIA
 
 
 
 
Máquinas trabalham na terraplanagem de terreno,
 que tem aclive acentuado e será transformado em um platô
Foto: Gilson Hanashiro/Agência BOM DIA


Para quem ainda não acreditava que desta vez o Centro de Detenção Provisória Feminino de Votorantim sairia do papel, agora existem os indícios concretos que faltavam: no quilômetro 105 da rodovia SP-79, que liga Votorantim a Piedade, seis máquinas pesadas trabalham fazendo a terraplanagem da área onde será instalada a unidade prisional.
Segundo funcionários que estavam no local nesta segunda (9) pela manhã, nos próximos dias o canteiro receberá outras quatro novas máquinas niveladoras e rolos compactadores para agilizar o serviço.
As máquinas trabalharão por cerca de dois meses para transformar a área – que tem um aclive acentuado – num platô que começará a receber os alicerces do presídio.
Os encarregados que trabalhavam na obra disseram que as primeiras edificações já começarão a aparecer antes mesmo que a etapa de terraplanagem seja concluída.
A unidade prisional terá capacidade prevista para 768 mulheres e custará pouco mais de R$ 50 milhões para ser erguida.
A construção foi anunciada pelo Estado em 2005, mas trocas de governo, de secretários de Administração Penitenciária e na própria política prisional do Estado, além da impugnação no princípio da licitação, retardaram os serviços.
Ansiedade

Vai ficar um pouco mais difícil para que a dona-de-casa Luzia, 54 anos, visite a filha Sônia, 32, depois que ela for transferida para o CDP no trevo entre Votorantim e Piedade.
Hoje a presa está na Cadeia Pública, que fica a duas ruas da casa da família, bem no Centro da cidade.
Mesmo assim, a dona-de-casa Luiza está feliz com a mudança, que promete humanizar o tratamento prestado às detentas. “Para mim não é esforço pegar mais um ônibus. Difícil é a vida da minha filha aí dentro [se referindo à cadeia pública], um lugar que não tem nenhuma condição de abrigar gente, aliás, nem bicho merece viver num buraco assim.”
O marceneiro Oswair, 43, pai de uma outra detenta, afirma que a expectativa pela entrega da nova prisão também atinge a população da cadeia.
"Ninguém planejou ir parar em uma prisão mas uma vez que entraram, procuram transformar a cadeia num lar por alguns anos”, diz. “Elas querem conhecer a casa nova e torcem para ser um lugar onde possam cumprir as penas com mais dignidade.”
O novo estabelecimento penitenciário terá até creche para os filhos de presas que foram visitá-las.
A obra deverá ser concluída em 17 meses, caso não haja imprevistos como chuvas em excesso ou problemas com o terreno.

Com a desativação da atual cadeia pública, o plano da direção do Deinter-7 (Departamento de Polícia Judiciária), sediado em Sorocaba, é transformar o imóvel em uma delegacia participativa como a de Sorocaba.

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