Folha de Votorantim
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Não bastasse o susto e o transtorno que passou quando a casa foi inundada por esgoto doméstico, na tarde do último sábado (11), uma família no Jardim São Matheus precisa, agora, lidar com o prejuízo causado pelo episódio. A perda material foi de um sofá-cama e um guarda-roupas. A porta sanfonada do banheiro precisou ser danificada para que a equipe do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) realizasse os reparos necessários.
As dificuldades de uma rotina de muito trabalho e manutenção do lar ficaram maiores especialmente para a dona-de-casa Vanessa Pedroso de Barros. Enquanto o marido trabalha como operador de máquinas no segundo turno (14 às 22 horas), Vanessa cuida da casa e dos três filhos. A mais velha, de 8, é cadeirante e estuda na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Votorantim nas tardes de segunda, quarta e sexta e nas manhãs de terça e quinta. Seus outros dois meninos, de 7 e 4 anos, estudam pela manhã.
A cama perdida era onde a filha normalmente dormia. Foi comprada de segunda mão. “Praticamente todos os móveis que tenho aqui são doados. O pessoal da igreja me ajuda”, diz Vanessa. No próximo dia 27, ela, o marido Paulo Sérgio de Barros e as crianças completam dois anos em que vivem no bairro, na rua Antonio Conceição de Carvalho.
A moradora relata que, por volta de 15h30, o esgoto começou a verter pelo vaso sanitário do banheiro. Vanessa ligou para o Saae, que enviou uma equipe ao local para os reparos – depois de bastante insistência, conforme a munícipe lamenta. Ao chegar ao local, os servidores trabalharam por três horas, segundo ela. Ao final, limparam a casa, mas o mau cheiro continuou durante todo o fim de semana.
Os móveis atingidos pelo esgoto foram levados ao quintal, porque o cheiro é insuportável. “Eu pedi o ressarcimento dos meus móveis e eles disseram que eu teria que entrar com processo no Saae. Mas eu não tenho como fazer isso, não posso sair de casa. Meu marido vai até lá amanhã [hoje] de manhã, porque à tarde ele trabalha”, diz Vanessa.
A poucos metros da casa onde vive a família, ainda na mesma rua, em frente a um terreno baldio, há uma boca-de-lobo destampada. Facilmente percebe-se que ela é utilizada para desova de lixo e entulhos. Vanessa disse que seu marido informou ao Saae sobre o problema, mas o reparou do local não foi providenciado.
Parecer do Saae
Em resposta a questionamento feito pela reportagem, através da Secretaria de Comunicação (Secom) da prefeitura, o Saae informou, por meio de nota, que o setor de engenharia esteve na manhã de ontem em contato com os moradores e “ofereceu todo o atendimento necessário que a ocorrência merece”.
“Quanto aos danos ocorridos na residência, o Saae informa que é um direito do cidadão entrar com recurso para pedido de ressarcimento, porém este será avaliado pela autarquia por meio de sindicância”, prossegue a resposta enviada pela Secom.
A autarquia informou ainda que o retorno do esgoto ocorreu pelo fato da rede estar cheia e a casa situada em nível muito próximo ao da rede. Ao haver pressão na rede, há o risco de retorno de esgoto à casa.
Em relação às bocas-de-lobo, a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) afirma que tem intensificado as ações de limpeza, que são essenciais para se evitar enchentes em épocas de chuva. No entanto, a sociedade precisa, principalmente, do apoio dos cidadãos. Não se deve jogar lixo ou entulho na rua. Por isso, a prefeitura pede a conscientização dos moradores.
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