sábado, 23 de outubro de 2010

CHACINA DE VOTORANTIM - Três anos depois, sobram dor, revolta e clamor por justiça

Wilson Gonçalves Júnior

Notícia publicada na edição de 23/10/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 9 do caderno A

O assassinato de cinco jovens aconteceu de forma fria e cruel
Foto: Aldo V. Silva / Arquivo

O assassinato de cinco jovens aconteceu de forma fria e cruel
Foto: Luiz Setti
Eram mais de 21h30 do dia 23 de outubro de 2007, quando o silêncio no mirante no bairro Vossoroca foi interrompido primeiro com um grito: “Isto aqui não é brincadeira não”; e depois na sequência com vários estampidos de tiros. Naquele dia, cinco jovens, com idade entre 14 e 21 anos e que haviam matado aula para namorar no local, foram assassinados friamente. Outros três conseguiram sobreviver, fingindo-se de mortos (um deles acabou ferido por dois tiros no braço). A chacina de Votorantim, como ficou conhecido o episódio, completa hoje três anos e será o último “aniversário” sem que o principal acusado de ser o mandante do crime, segundo o Ministério Público, seja julgado.

Everson Severino da Silva, o “Maninho”, de 26 anos, segue preso e vai à julgamento no Tribunal do Júri no início do ano que vem, conforme informou o promotor Wellington dos Santos Veloso. Outro acusado na oportunidade, Jair Martins, o “Punk”, de 35 anos, foi absolvido pela Justiça no ano passado. Já Wellington Barros da Silva, o “Bicho”, autor da frase na abertura da matéria, foi assassinado por vingança cinco dias após a chacina, por Eduardo Machado, de 21 anos, amigo da vítima Elvis Aparecido Aparecido da Silva.

Na verdade, o episódio transformou completamente a vida de toda uma comunidade. Do lado das famílias das vítimas, maltratadas pela dor da perda e agoniadas pela sombra da impunidade, uma espera ansiosa pelo último julgamento. Do outro lado do episódio, Jair Martins, primeiramente acusado e depois inocentado pela própria Justiça, que mesmo fora das grades da cadeia, onde permaneceu por 1 ano e 10 meses, não se sente totalmente livre, cerceado diante de uma condenação agora imposta pela sociedade.

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