Manoel Peres Sobrinho
Antes que seu filho chegue às drogas participe com outros pais que têm problemas semelhantes compartilhando seus medos e esperanças na procura de soluções apropriadas.
Você não está só nesse problema. Hoje o flagelo das drogas atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Podemos encontrar viciados em todas as camadas sociais, não importando nem a faixa etária mais baixa. Crianças com 7 anos de idade já estão se envolvendo com produtos químicos nocivos que causam dependência e estragos irreversíveis à saúde.
Compartilhar é a chave para o desenvolvimento de uma estratégia de prevenção e combate das drogas.
Compartilhar significa participar, tomar parte, partilhar com alguém algo que antes era só nosso. A partilha acontece quando repartimos ou dividimos algo que temos. No caso em questão, quando você partilha o seu problema com outros somam-se os resultados positivos, dividindo os sofrimentos e apreensões. É a somatória na matemática da solidariedade e companheirismo.
Para tanto são necessários alguns passos.
1. Não evite o assunto. Por um sem-número de razões você pode estar resistindo a falar do assunto. Mas isso não é bom, e além do mais, mais dias menos dias você terá que enfrentá-lo. Diariamente estão falando sobre drogas Jornais, TV, revistas, escola, até o Governo Federal criou uma Secretaria especial para cuidar desse assunto. Não fique de fora e nem por fora. É preciso encarar o problema de frente. Se você encontra dificuldades na abordagem do assunto drogas, procure pessoas que já tenham um certo conhecimento no assunto. Em especial e de preferência médicos e autoridade. Ignorar o assunto não resolve a questão. Poderá adiar, mas o confronto é necessário, e mais do que isso: inevitável.
2. Trate do assunto sem subestimá-lo. Quando se trata de drogas é preciso ter muito cuidado. Não se pode “estimar em menos” não dando o devido apreço e valor. O assunto requer muita seriedade. Não se pode dar de ombros com menosprezo. São vidas que se estragam, são famílias que se atormentam. São pais que sofrem, jovens que perdem o rumo de suas próprias existências. O assunto requer toda a atenção devida. Devemos usar todos os recursos para compreender o complicado mundo das drogas. Ninguém pode ignorá-lo sem que com isso seja punido severamente. Não se pode brincar. A coisa é séria!
3. Trate do assunto sem superestimá-lo. Por outro lado, não podemos transformar o assunto numa paranóia, isto é, dar mais importância do que ele já tem. O excessivo apreço que tenhamos dado ao assunto faz dele um problema sem solução e maior do que já é. Também não é assim. O que precisamos é nos certificarmos o que de mito e mentira o assunto traz. E como trabalhá-lo com conhecimento, contando com a experiência daqueles que já passaram por isso, ou estão passando, e estão mais avançados no processo de recuperação e prevenção. Não permita que o problema fique maior do que já é.
4. Seja honesto na abordagem do assunto. Quando você for procurado ou procurar alguém para falar de drogas use toda honestidade que o assunto merece. Não se esconda atrás de falsos conceitos éticos; não tente dar a impressão que você faz parte da família perfeita e o que está acontecendo é um lamentável produto do acaso. Somos todos humanos. E como tais devemos ser tratados. Seja por nossa maravilhosa capacidade de criar e realizar grandes feitos, como por sermos vitimas de lamentáveis e terríveis quedas. Não somos mais do que isso: seres humanos. Com sua beleza e contradições. Sabemos ser maravilhosos, mas também abomináveis.
5. O que você é e faz tem muito a ver com o assunto. Pais que fumam ou bebem têm 60% a mais de chance que seus filhos se tornem viciados em drogas. Vale muito aqui o ditado: “o que você faz soa tão alto que não posso ouvir o que você diz.” Seja franco em sua auto-avaliação. Talvez você não esteja percebendo, mas poderá estar se constituindo na porta de entrada para que seu filho se inicie no terrível mundo das drogas. Não seja severo demais consigo mesmo; mas, também não muito condescendente. Procure avaliar que tipo de influência você exerce sobre o seu filho. Comece a agir exatamente como você gostaria que ele agisse. Faça o que você desejaria que ele fizesse, e deixe o resto por conta da própria natureza.
6. É bom que você saiba: todo dependente químico é um doente. Pelo menos é assim que os médicos vêem os drogados. Uma vez dependente das drogas, o viciado não saberá mais como viver sem elas. Quanto mais ingere para satisfazer suas necessidades, mais dependente dela vai se tornando e necessitando de doses cada vez maiores. Os efeitos colaterais são múltiplos: desde a depressão aguda com desejos de suicídio, até visões fantasmagóricas. O corpo definha lentamente e o ser humano outrora sadio vai se transformando num farrapo. É preciso muito amor e persistência por parte dos familiares para conseguir livrar alguém desse abismo. Não desista do seu filho e lembre-se do que disse o apóstolo João: O amor cobre multidão de pecados.
7. Não acontece só com os filhos dos outros. Longe de ser verdade este mito não pode ser mais sustentado. A menos que tratemos nossos filhos com toda a realidade que é necessária, ele se constituirá num alvo em potencial dos traficantes. Se seu filho vive na zona de risco, cuidado com o seu desinteresse por sua vida pessoal. Saiba que não será difícil que ele se envolva com drogas. Ninguém é melhor que ninguém. Precisamos levar isso a sério e ficar atentos.
8. Não se descuide: mantenha sempre vivo o seu interesse pelo assunto. Não pode haver tréguas. Jamais podemos descansar enquanto o sinistro fantasma das drogas rondar nossos filhos. Devemos permanecer sempre bem informados sobre que drogas estão mais sendo consumidas. Quais as estratégias usadas pelos traficantes. Onde atuam com mais freqüência. Quais as suas vítimas mais preferidas. Onde costumam desovar sua carga deletéria. E, se possível for, procurar saber quem realmente está lucrando com isso. Mas muito cuidado: há muito lobo em pele de ovelha em nossa sociedade. É preciso desmascará-los.
PAI É SEU DEVER SAGRADO ESTAR SEMPRE ALERTA PARA DEFENDER SEU FILHO!
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