quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brasil Afro reúne 160 fotografias

Notícia publicada na edição de 18/11/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno B


Imagem de autoria de André Felício é uma das selecionadas
Foto: André Felicio



A partir de amanhã, o público pode conferir a oitava edição do Salão Nacional de Fotografias Brasil Afro, que conta com 160 imagens, de 113 participantes selecionados. As fotos estão disponíveis na internet (www.grupoimagem.org.br e www.culturavotorantim.com.br), no salão de exposições da Fundec (80 imagens), e na Caixa Econômica Federal de Votorantim (também 80 fotos) até o dia 28 de novembro. Ao todo, foram recebidos 849 trabalhos de 291 fotógrafos oriundos de 23 Estados brasileiros.
Realizado há oito anos pelo Grupo Imagem - Núcleo de Fotografia e Vídeo de Sorocaba e pela Associação Cultura Votorantim, o evento, conforme o presidente do Grupo Imagem, Werinton Kermes, tem como proposta mostrar o trabalho de fotógrafos amadores e profissionais e registrar os costumes e tudo o que se refere à cultura afro, bem como os próprios afrodescendentes. A importância do Salão está na oportunidade que os fotógrafos têm, e o mais importante as pessoas comuns, de utilizarem a fotografia porque ela está cada vez mais popularizada. A proposta é fazer com que as pessoas possam estar mais atentas ao seu redor e com isso a fotografia passa a ser um elemento não só de registro como de denúncia. A gente percebe com tudo o que recebeu que as pessoas querem mostrar suas indignações com relação ao preconceito, diz.

 
Sim, para Werinton, apesar do avanço na sociedade, o preconceito ainda existe. A gente não pode falar que vive numa sociedade que trata as pessoas iguais com relação à cor da pele. O negro ainda estuda menos, ainda participa de menos espaço na mídia, e esse Salão dá essa oportunidade de as pessoas tirarem a máscara e mostrarem tudo aquilo ao seu redor. É claro que a gente também recebe imagens do negro ocupando espaços importantes, como professores universitários, cientistas, militares de alta patente. E isso também vem como forma de protesto, para dizer que os negros são capazes e que têm condição de ocupar um espaço. Num país como o Brasil, onde a raça predominante é a negra, a gente ter um dia de consciência da raça predominante no país é estranho. E o mais triste é precisar ter de achar instrumentos via cultura para poder dar esse grito. Mas enfim, além disso, quem for até a exposição vai ver imagens no sentido da arte fotográfica propriamente dita, apesar de não priorizarmos os fotógrafos profissionais, esclarece.
Como forma de reconhecimento, a mostra homenageia Jorge Narciso de Mattos, pelo seu trabalho e dedicação à causa afro.
Serviço

A Caixa Econômica Federal de Votorantim fica na Av. 31 de Março, 675, Centro. Já a Fundec fica na rua Brigadeiro Tobias, 73. Entrada gratuita.

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