sábado, 22 de janeiro de 2011

Cidade pode ter mais de mil casos este ano

Notícia publicada na edição de 22/01/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 4 do caderno A

As estimativas do Ministério da Saúde para a dengue em Votorantim assustam. De acordo com o órgão federal, com base na curva de evolução da doença, a cidade deve registrar cerca de 1.050 casos da doença este ano. O número é treze vezes maior que os 81 diagnósticos positivos feitos em 2010. O estudo aponta, ainda, que devem surgir por volta de cinco mil casos suspeitos - no ano passado foram 411.
Os números colocaram a Secretaria de Saúde do município em alerta, com a intensificação das ações de combate à doença e preparação das unidades para receber essas pessoas. Infelizmente, essas projeções têm se confirmado ao longo dos anos, comentou a titular da pasta, Gladys Leite Barasnevícius. Somente nos 20 primeiros dias de 2011 a rede de saúde notificou 42 casos suspeitos de dengue em Votorantim - o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Parte deles não foi confirmada e alguns ainda aguardam pelo resultado dos exames.
A manifestação da doença na cidade no ano passado também é um sinal de que todas as pessoas, independente da região em que vivem ou trabalham, correm o risco de ser picadas por um mosquito contaminado. Dos 81 casos positivos de 2010, 37 ficaram restritos a quatro bairros (15 no Jardim São Paulo, 9 no Vossoroca, 7 no Rio Acima e 6 no Parque Bela Vista). Porém, os outros 44 estavam espalhados pela cidade.
Reforço
Além das ações contínuas de combate aos criadouros, por parte do Centro de Controle de Zoonoses, a Prefeitura de Votorantim resolveu reforçar as parcerias com entidades, igrejas, associações de bairro e grupos organizados para auxiliar neste processo e também na detecção precoce da doença. Para isso, iniciou uma série de palestras que incluem informações sobre a situação epidemiológica do município, os principais sintomas da dengue e as ações necessárias para evitar a proliferação do mosquito. Na manhã de ontem, um primeiro grupo passou pelo treinamento.
Segundo Gladys, desde o início de janeiro os profissionais da rede também estão sendo treinados para encarar um possível surto. Os resultados dos exames sairão em apenas seis horas e até motoboys já foram contratados para a entrega destes no laboratório. Todas as unidades estão preparadas para fazer o primeiro atendimento a estes pacientes.
A doença
A dengue é transmitida por meio da picada do mosquito aedes aegypti contaminado, ou seja, que já tenha picado anteriormente alguém com a doença. Segundo o médico Marcos Marson, da Vigilância Epidemiológica do município, as ações mais importantes, quando já há contaminação, são o atendimento e detecção rápidos da doença e seu correto tratamento. Assim, as chances de morte caem muito.
Para que esse atendimento mais ágil aconteça, a Secretaria de Saúde garante que todos os profissionais que atuam nas unidades estão sendo treinados para que, diante dos principais sintomas - febre, dores de cabeça e nas juntas, manchas vermelhas pelo corpo, vômito - logo pensem na possibilidade de se tratar de um caso de dengue. Marson alerta que, na maioria das vezes, os pacientes apresentam somente um ou dois destes sintomas. A dengue é uma virose e a pessoa infectada pode ter somente febre e vômito, por exemplo. Segundo o médico, quem já teve a doença fica imune somente a um dos quatro tipos de vírus em circulação - conhecidos como DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Ou seja, mesmo quem já sofreu de dengue pode pegar de novo. Nestes casos, há maior chance da doença evoluir para sua forma mais grave, a hemorrágica.

Não existe um remédio específico para tratar a dengue. A maior recomendação é que o paciente se mantenha hidratado e que não tome nenhum medicamento à base de ácido acetilsalicílico, o principal componente da famosa aspirina. Ele favorece a dengue hemorrágica. A orientação do médico é que, a qualquer sintoma, o paciente procure a rede municipal de saúde.

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