Manoel Peres Sobrinho, AVLAH
Depois de descrever a grande salvação em Efésios, (3:14-21) Paulo orou, na última parte daquele capítulo, para que o efeito daquela teologia fosse a iluminação do coração, a fim de que nos maravilhássemos com a nossa esperança, com as riquezas da glória de nossa herança em Deus e com o poder de Deus que opera em nós – ou seja, o poder que ressuscitou a Jesus dentre os mortos. Todos os motivos de vanglória são removidos.
Há muita alegria e gratidão. A piedade de Jonathan Edwards começa a crescer. Quando Deus nos dá um vislumbre da sua majestade e de nossa impiedade, a vida cristã se torna uma coisa bem diferente da piedade convencional. Edwards descreveu isso, de maneira magnífica, quando disse: Os desejos dos santos, embora zelosos, são humildes. Sua esperança é humilde; e sua alegria, ainda que indizível e cheia de glória, é humilde e contrita, deixando o cristão mais pobre de espírito, mais semelhante a uma criança e mais propenso a um comportamento modesto (Religious Affections, New Haven: Yale University Press, 1959, p. 339ss) – Teólogo John Piper.
Há certas verdades no ensino cristão que só se tornam realidades vivas e atraentes em nosso quotidiano quando temos, de fato, uma experiência impactante que nos remova de nossa vida adormecida e sem brilho. A salvação é uma delas.
Amando o Senhor o tempo todo. Quando entendemos o que é a Graça de Deus e o que ela fez em nós e o que ela representa para nossa salvação nos tornamos mais propensos a amar ao Senhor com grande desprendimento e intensidade. Amor que é um sentimento puro, um desejo intenso de estar na Sua presença. A comunhão passa a ser a prioridade de nossas vidas, qualquer que seja o custo. Não medimos esforços para estar conversando, pensando e meditando em Sua Pessoa e a forma mais atrativa de agradá-Lo. Sua Palavra torna-se nossa literatura preferida. Para momentos de leitura, estudo e meditação. Geralmente as pessoas definem isso como paixão.
Um extraordinário sentimento de pertença. A quem pertencemos realmente. Ao inimigo por fazer a sua vontade e estarmos sob o seu domínio? Pertencemos a nós mesmos, já que somos livres para fazer de nossa vida o que quisermos e como quisermos? Ou pertencemos a Deus por direito e pelo fato de ter-nos comprado pelos méritos do sangue de Seu Filho? Damos essa resposta mais por nossas ações e pela maneira que vivemos, do que por nossa verbalização teológica, ou nossas bem arquitetadas doutrinas. A maneira como eu vivo, a maneira como elaboro meus valores e a maneira como atribuo a eles importância é que responde a quem eu pertenço verdadeiramente.
Um desejo sem medida de servir. Dos títulos que podemos atribuir a alguém o menos desejado é o de servo. No Brasil, entenderíamos melhor a palavra "escravo", por sua história e realidade social. A doutrina da Graça nos leva a servir de maneira diferenciada. Servir com alegria, servir com desprendimento, servir com intensidade, servir com excelência, servir com abnegação, servir com capricho, servir com vontade, servir com afeto, servir com sacrifício, servir com entendimento, servir com prazer, servir com amor. Somos inteiramente dEle por isso o servimos livremente.
Uma sensação de segurança absoluta. O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará, Salmo 23:1. Não é pouco, considerando a atualidade de nosso mundo e as convulsões de nosso planeta. Não peço que os tire do mundo, e sim que os guardes do mal, João 17:15. Não é pouco, considerando as catástrofes imprevisíveis que estão ocorrendo. Quem nos separará do amor de Cristo? - Romanos 8:35. Não é pouco, considerando como anda a desunião entre os povos, as pessoas e as igrejas.
A compreensão da Graça maravilhosa de Deus é um comovente e extraordinário impacto em nossa vida, alterando profundamente nossa visão de Deus e de todas as realidades que nos cercam.
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