sábado, 26 de março de 2011

Fórmula goiana

Fabiano Alcântara

Agência BOM DIA

Black Drawing Chalks, atração do Grito Rock Votorantim
 neste sábado, conta segredos sobre celeiro do novo rock

Black Drawing Chalks nos palcos: stoner rock setentista
Divulgação/Verena Mattos




De uns anos para cá, é impossível pensar em música alternativa no Brasil sem que o nome de Goiânia salte como um tigre. Origem da gravadora Monstro e sede de festivais como o Bananada e Goiânia Noise, a cidade convive hoje com o apelido de Rock City e já deixou para trás seu passado musical estritamente sertanejo.

O BOM DIA perguntou o segredo desta transformação para Dênis Dec, baixista do quarteto Black Drawing Chalks - escalado para o Grito Rock deste sábado em Votorantim -, que comprova a boa fase goiana, e ele contou: “Público inquieto, que vai nos shows, elogia, reclama enche o saco e cobra quando acha ruim; casas de show roqueiras, com bons equipamentos e equipe que sabe o que está fazendo, gente que gosta de som alto e o povo bebendo; grandes festivais de rock, reconhecidos na mídia especializada, que fazem a exposição das bandas daqui; mulher bonita a rodo!, afinal tudo tem que ter inspiração”, entusiasma-se.

 
O baixista ressalta também a importância de se contar com estúdios de gravação para bandas de rock, com profissionais envolvidos no meio “e não um cara qualquer que grava sertanejo ou seja lá o quê”. O Black Drawing avança pelas sendas do stoner rock, uma variação chapada do peso setentista de Black Sabbath e Led Zeppelin e que tem entre seus expoentes bandas californianas como como Kyuss e Queens of The Stone Age.

 
Com uma turnê inglesa marcada para maio, precedida por uma série de shows pelo Brasil, quando perguntado sobre o que a banda pensa em tazer na bagagem, como experiência, Dênis mostra expectativa. “Acredito que só conseguiremos responder a esta pergunta quando voltarmos, agora só o medo e a apreensão dominam nossos corações... [risos]. Mas, penso eu, que o fato de conseguirmos pescar a atenção do público inglês, que não é uma tarefa facil, e fazer com que eles fiquem para nos ver tocar! Com certeza vai ser uma experiência incrível a ser contada! Afinal, é um público já acostumado com muita coisa, e bem servido de bandas já consagradas”, ressalta.

 
A estrada, inclusive, é fonte de inspiração para a banda. “Antes, no primeiro CD (“Big Deal”), elas vinham de músicas/bandas que ouvíamos quando crianças e adolescentes. Claro que a receita anterior ainda permanece, mas com a estrada toda a percepção sobre o trabalho muda. Você começa a fazer músicas pensando em como vão ser executadas no palco, e como isso vai soar durante o show”, revela. “Observando apresentações de bandas nacionais e gringas que tocam com agente nesses festivais por aí, conseguimos filtrar muita coisa, que acaba caindo nas nossas músicas. não tem como fugir disso, inclusive é algo que procuramos valorizar nas composições”, completa.

 
Para Dênis, a cena alternativa hoje é rica e ainda pouco explorada, mas para ele caminha pra um formato de organização, que pode fazer com que isso mude. “Não posso dizer como as bandas devem fazer, mas posso dizer o que o Black Drawing Chalks faz: viajamos muito, tocamos muito em outras regiões e sempre levamos coisas pra vender. Ou seja, alem ter um manager para a banda fechar bons shows, produzimos merchandising da banda, como camisetas, pôsters... sai muito. E quanto mais shows faz, mais possibilidades de vender”, conta o músico.

 
Programação do Grito Rock Votorantim
Black Drawing Chalks (Goiânia/GO), 20h30
Lisabi (Campinas), 19h30
Hangovers (Porto Alegre/RS), 18h30
INI (Sorocaba) - 18h
Instinto (Votorantim) - 17h30
Os Pontas (Sorocaba), 17h
Lanivus (Londrina/PR), 16h30
Popstar Acid Killers (São Paulo), 16h


 
Os shows ocorrem na praça Zeca Padeiro. Outras informações pelo Site do Rasgada Coletiva: www.rasgadacoletiva.com.br.


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