A lágrima é a metáfora da dor, da perda, da penúria e da contingência. Realidade pungente que lembra o quanto nós somos frágeis e susceptíveis às vicissitudes da vida. Presença marcante ao relembrar nossos limites, nossas fraquezas, e nossa mais humana das realidades: a de sermos mortais. O desconforto de Jesus ao saber que Lázaro havia morrido, trouxe à tona a sua mais marcante qualidade humana: sofrer o sofrimento do outro e deixar-se envolver pela tristeza da sua perda.
O que há de mais comovente em chorar, ainda mais sendo as lágrimas do Mestre? É a simpatia e a bondade transformadas em ação, demonstração visível do apreço sincero pelo outro, deixando-se abater também por suas tragédias. Chorar pelo outro é uma demonstração de solidariedade, de companheirismo e amor fraternal. É nesse momento que percebemos que não estamos sozinhos.
Há alguém, uma pessoa amiga, há mais que isso, um verdadeiro irmão. Um amigo em cujo coração, além das dele, cabem também as nossas aflições. Há uma pessoa caridosa em cujo orçamento apertado cabe também a provisão de nossas necessidades. Há um coração amoroso em cujas orações também estão sempre presentes as nossas petições.
Companheiro das aflições e das perdas. Companheiro (com + pane), aquele com quem se come o pão junto, com quem se compartilha todas as feições da existência, tanto as alegrias como as tristezas, as lágrimas e as utopias, os sonhos e as tragédias. Com quem aprendemos a dividir o presente e o futuro, tecendo juntos os fios da esperança, numa atitude de plena satisfação. Para quem não existem segredos, nem tempo perdido só a satisfação de construir juntos a própria história.
Fique na Paz
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