Notícia publicada na edição de 01/04/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 011 do caderno A -
Por Telma Silvério e Samira Galli
Reclamantes querem medidas para conter a superpopulação de animais
Moradores de vários bairros de Votorantim cobram ações relacionadas à posse responsável e serviço de castração gratuita para reduzir a superpopulação de cães e gatos. Embora diversas casas tenham pelo menos um animal - maioria cão e gato -, alguns donos permitem que seus animais fiquem nas ruas. Na Vila Nova Votorantim, na avenida Otávio Augusto Rangel, um trailer de churrasco atrai dezenas de cães e dá uma idéia do número de animais nessas imediações. "É muito cachorro. Tem que ter programa de castração", cobra Joelma Palmeiras. A Prefeitura afirma que existe um programa municipal de castração, mas apenas para animais abandonados que são recolhidos e disponibilizados para adoção.
Além do risco de serem atropelados, os animais colocam em risco os próprios condutores que podem se envolver em acidentes. Joelma explica que são comuns os atropelamentos de animais na avenida. "Quando estão todos próximos ao churrasquinho, por exemplo, pode acontecer um strike de cachorro", alerta ela. O operador de injetora Heber Benedito Camargo, do Jardim Toledo, comenta que a maior parte de sua vizinhança têm pelo menos um cão ou gato. "Não temos animal de rua, mas sempre tem cachorro andando por aí". Heber explicou que essa situação é normal no período da manhã e final de tarde.
Seu irmão, o operador de máquinas Élio Antonio Camargo, da Vila Irineu, acredita que os donos sabem que seus animais ficam nas ruas. "Alguns fogem ou então saem quando o dono chega, no final da tarde". Heber esclarece que os animais de seu bairro devem ter donos, caso contrário ficariam "zanzando" o dia todo pela rua. "Isso aqui não acontece", afirma. Ele revela que de madrugada sim ouve muitos latidos. "Não sei de onde vem tanto cachorro nesse horário", acrescenta. A dona de casa Salete Severo da Silva, do Rio Acima, afirma que em seu bairro também não existe cachorro de rua. "Os daqui também têm dono".
Ela explica que os animais saem de casa ou fogem de alguma forma. "Não ficam o dia inteiro na rua". A aposentada Casturina Corse Correia, do Jardim Antonio Rodrigues, chegou a pagar mais de R$ 50,00 para castrar e vacinar dois gatos. "Aqui não tem serviço gratuito". Ela falou da necessidade do município oferecer ações de posse responsável para orientar dos riscos de deixar os animais pelas ruas. Já a castração evitaria o aumento de animais. Ela mora próximo a uma área verde e revela que normalmente vê cavalos e outros animais de grande porte pastando. "O pessoal deixa amarrado de dia e depois vem buscar", comenta.
O vereador Fernando de Oliveira Souza (PT) solicitou a implantação do Projeto Gratuito de Castração e Controle da População de Animais em Votorantim, por meio do requerimento n.º 038/11. De acordo com sua assessoria de comunicação, o vereador trabalha nessa proposta há mais de três anos, e apresentou requerimento este ano. Entre as considerações ele cita a implantação do sistema de posse responsável por de microchips eletrônicos; sistema de castração gratuita; e a doação responsável. Por enquanto, a assessoria não tem previsão de quando o projeto deve ser votado.
Resposta
Atualmente, o Centro de Controle de Zoonoses de Votorantim faz a castração somente dos animais recolhidos e colocados para adoção. O ano passado, 60 animais foram adotados. Apesar disso, a Prefeitura garante que o serviço de castração está em planejamento para ser implantado, em relação às necessidades físicas e estruturais do município.
Para a Prefeitura, a reclamação de abandono é "complexa", pois a maioria dos animais que vivem na rua já teve proprietário. O Centro de Controle de Zoonoses informou que apenas 3% da população de cães e gatos nascem na rua. A Zoonoses ainda informa que vem sendo feito um trabalho de conscientização junto à população, para que sejam feitas denúncias de abandono. Além disso, são realizadas iniciativas voltadas à causa animal, como o "Guarda Responsável" nas escolas e as feiras de doação, que acontecem periodicamente. "O controle da população de animais não é somente castração, mas envolve o registro, identificação da própria população animal, esterilização, educação de saúde contínua, além da legislação", afirma a nota da assessoria de imprensa.
Em relação aos animais de grande porte, a Zoonoses afirma que recebe muitas reclamações. No ano passado, foram recolhidos cerca de 20 animais - número bem inferior a cinco anos atrás, quando eram recolhidos cerca de 100 a 150 equinos e bovinos. Não são aplicadas multas para os proprietários dos animais, apenas é feito um trabalho de conscientização.
Por: EMIDIO MARQUES
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