Carta do Leitor
Os votorantinenses sempre se orgulharam do manancial de que a cidade é provida, onde encontra-se a represa de Itupararanga. Muitos amigos da urbe vizinha, sempre em conversas amistosas, referiam-se ao potencial hídrico da cidade com orgulho, dizem que Sorocaba é abastecida por Votorantim e que dependemos deles para obter água. Na verdade, os mananciais são de propriedade da União e mais, o historiador Padre Castanho relata em sua obra História de Sorocaba, toda a verdade sobre a referida represa e o real proprietário. Estou me reportando para falar da iniciativa do prefeito Pivetta, em privatizar ou conceder a terceiros a exploração dos serviços de água e esgoto de Votorantim. Em coletiva à imprensa, o alcaide votorantinense tentou justificar a necessidade da medida extrema. O escritor Graciliano Ramos dizia: "as palavras são feitas para serem ditas, não para serem desenhadas", privatização ou concessão, no final as consequências são as mesmas para o consumidor final, que é o povo. É bem sabido que a competência da autarquia não se restringe somente ao abastecimento de água, implica na coleta de esgotos e outros serviços de saneamentos básicos. Muito embora o sr. prefeito pertença ao mesmo partido da presidenta Dilma, alega que não lhe foram dados recursos federais a fundo perdido para sanar as finanças daquele órgão. Talvez, se o excelentíssimo prefeito, em conversa reservada com a presidenta, mostrasse que é mais importante manter uma empresa de saneamento municipal do que conceder isenções às empreiteiras para construírem estádios para a Copa do Mundo em locais que se quer têm tradição no esporte bretão, cidades como Manaus, Natal etc, verdadeiros "elefantes brancos" do futuro. Sr. prefeito, converse, argumente, e se for o caso peça conselhos ao governador do Rio de Janeiro, o sr. Sergio Cabral, afinal, ele nem pertence aos quadros do PT e consegue tudo ou quase tudo junto ao governo federal. Agora, ter que recorrer ao "Aurélio", para justificar a medida, parece-me um pouco demais. Por outro lado, não há parâmetros de comparação entre as rodovias paulistas e as federais, estas, não deveriam nem ter pedágios, tal é o desconforto que provoca nos seus usuários. Nós sorocabanos torcemos para que não sejamos respingados por esse infortunio, já que as reservas hídricas estão localizadas no município vizinho. ANDRÉ LUIZ RAMIRES
RESPOSTA
Os votorantinenses podem continuar se orgulhando de ter parte de um dos melhores mananciais de água do Brasil, que é Itupararanga. O que vier a ocorrer com o saneamento da cidade em nada altera a situação da represa. Ao explicar a necessidade de concessão de parte dos serviços do setor, o prefeito Carlos Pivetta procurou mostrar os cenários futuros com ou sem essa medida administrativa. Privatização e concessão trazem reflexos diferentes para o consumidor final. Na privatização, ao adquirir uma empresa estatal, o comprador passa a ser o dono do "negócio", administrando-o a seu modo, incluindo valores a serem praticados. Na concessão, ao contrário, o concessionário faz a operação de serviços, mas a gestão e controle são do Estado, que define planejamento, metas, investimentos, inclusive tarifas a serem cobradas. No caso de Votorantim, a concessão permitirá que os investimentos sejam feitos mais rapidamente, aumentando a eficiência do sistema, sem contar que o notável crescimento da cidade acrescerá um número significativo de consumidores, em ambos os casos aumentando a rentabilidade, o que viabiliza a operação. Com isso, a tarifa pode até baixar, além de já estarem certas a criação da tarifa social e a isenção para desempregados. Esses benefícios sociais jamais poderiam ocorrer numa possível privatização. Na entrevista coletiva, o prefeito não alegou que o governo federal não deu recursos a fundo perdido para sanear as finanças do Saae, até porque não existem verbas para esse fim. O que existe são financiamentos, mas há limites, de acordo com a capacidade de endividamento de quem os pede. O Saae não tem capacidade financeira para investir o que a cidade precisa. Muitas informações desencontradas algumas com cunho político-eleitoral têm surgido sobre o assunto, o que, com todo o respeito ao leitor, também parece ser o caso de que possa haver qualquer reflexo em Sorocaba. SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO/PMV
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