Notícia publicada na edição de 13/04/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 12 do caderno A
Fernando Guimarães
Entrada de condomínio faz com que motoristas brequem bruscamente
Foto: Emídio Marques
Usuários da rodovia Raposo Tavares continuam a reclamar das condições das marginais, liberadas pela CCR-Viaoeste no dia 31 de março de 2011. A falta de faixas de aceleração e desaceleração tem sido a principal queixa, porém, os acessos para condomínios residenciais, empresas e até mesmo para a rua Augusto Lippel, onde há uma série de chácaras, e que conecta a Raposo Tavares à avenida Professora Izoraida Marques Peres, no Parque Campolim, são alvo das reclamações. Aliás, há quem questione a necessidade imprescindível de construírem um viaduto ligando a Augusto Lippel à rua João Wagner Wey. O jornal Cruzeiro do Sul noticiou por duas vezes (5 e 10 de abril) reportagens mostrando os variados problemas encontrados nas marginais e divulgou os argumentos da concessionária de que técnicos avaliam a necessidade de adequações nas marginais. De fato, desde o final da semana passada, algumas obras podem ser vistas ao longo dos dez quilômetros de marginais, nos dois sentidos.
Moradores do condomínio residencial fechado "Mirante do Ipanema", situado na rodovia Raposo Tavares, próximo ao km 104, na pista sentido capital-interior, enfrentam diariamente os riscos de acidentes na porta de casa. O portão de entrada e saída não fica a mais que seis metros da faixa da direita da marginal, de modo que os moradores precisam ter paciência e muito cuidado na hora de entrar ou sair com os veículos do condomínio, seja para trabalhar, passear ou levar os filhos à escola. Em razão das dificuldades de manobra e por conta de o recuo ser muito pequeno, a administração do condomínio já se planeja para mudar o portão de localização, trazendo-o mais para dentro do condomínio, cerca de uns quatro metros, a fim de que os condôminos possam ter um pouco mais de segurança, no momento de entrar ou sair do conjunto.
Riscos frequentes
A falta de faixas de aceleração e desaceleração e, até mesmo, de acostamento, faz com que os motoristas arrisquem-se no percurso, inclusive ciclistas que, não raro, passam pelas marginais, pedalando junto ao meio-fio, disputando o espaço do asfalto com veículos que não circulam a menos que 80 km/h nas marginais, embora elas tenham limite de velocidade máxima a 60 km/h. Essa dificuldade dos moradores é a mesma dos usuários que deixam os acessos existentes nos bairros. Gilberto José Camargo Barros enviou carta ao leitor, na qual descreve a surpresa de ser pego dentro da marginal, assim que deixou o acesso existente ao lado do viaduto do Campolim.
"Outro dia, precisei levar meu filho a um condomínio que tem entrada pela Raposo Tavares, próximo a Araçoiaba da Serra. Saí da avenida Antônio Carlos Comitre feliz por poder usar a nova alça da marginal e, para minha surpresa, quando percebi, já estava na nova marginal da Raposo, sem um acostamento ou sistema de acesso para ela. Além disso, a angulação da pista, não favorece a consulta ao espelho para ver se está vindo algum veículo", relata ele, que completa: "Não sei quem foi o engenheiro que projetou o acesso, mas se estivesse vindo um veículo naquele momento era acidente, na certa".
Luís Carlos de Oliveira, que também mandou carta ao jornal, reforça os comentários de Barros e acrescenta que, além de os veículos serem "despejados" abruptamente nas marginais, as pistas estão com sinalização insuficiente e confusa; não há iluminação; é exagerada a velocidade permitida, sobretudo para caminhões, a mesma das melhores estradas do país; e não há acessos lógicos em pontos de pesado movimento, como para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e ao Campolim, no sentido São Paulo. Em sua indignação, ele destaca o trecho envolvendo a rodovia Raposo Tavares e a estrada Sorocaba-Votorantim, próximo ao Shopping Panorâmico. "Ali, é palco de enormes confusões, congestionamentos e, por consequência, de frequentes situações de perigo, de quase acidente. Nele, a geometria é tão absurda que, caso alguém saia do Campolim, vá ao Shopping Panorâmico e volte ao bairro, cortará três vezes o intenso tráfego entre as duas cidades", afirma.
Destaca, também, que é inaceitável o fato de as marginais não prosseguirem até o campus Raposo da Universidade de Sorocaba (Uniso) nem até ao bairro Quintais do Imperador, onde fica o Hospital Vera Cruz. Cobrou, ainda, a construção do viaduto interligando as ruas João Wagner Wey e Augusto Lippel. "Por isso tudo, não é exagero formular: quer vivenciar fortes emoções? Que Play Center, que Hopi Hari, que nada, simplesmente trafegue pela Raposo Tavares e suas marginais de preferência à noite", ironiza Oliveira.

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