Operação Fumaça Preta orienta motoristas sobre irregularidades

Notícia publicada na edição de 24/05/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A -

Giuliano Bonamim

Por enquanto a operação tem caráter educativo, mas em junho infratores serão multados - Por: LUIZ SETTI

A Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim aferiu de forma aleatória o teor de fumaça emitida por 50 automóveis movidos a diesel. Os técnicos encontraram irregularidades em 40% dos veículos e, desse total, 25% apresentaram emissão a níveis críticos - com densidade 5. Os testes foram feitos ontem, entre às 8h30 e às 11h, na avenida 31 de Março, ao lado da praça Lecy de Campos.

A medição foi feita de acordo com a Escala de Ringelmann, que faz a avaliação colorimétrica de densidade de fumaça constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidade entre o branco e o preto. Entre os veículos que estavam dentro da normalidade, 43,3% apresentaram densidade 2 e 56,7% uma densidade ideal e recomendada - igual a 1.

A iniciativa foi batizada de "Operação Fumaça Preta" e promovida pela Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim, juntamente com a Secretaria de Segurança Comunitária, Trânsito e Transportes (Sesec) e a Polícia Militar. O evento teve caráter educativo para a aferição do teor de fumaça. "Em junho vamos fazer uma blitz para multar os motoristas que não obedecerem à lei", comenta o diretor do departamento de fiscalização e proteção do Meio Ambiente, João Torres de Camargo Filho. O valor da multa varia entre R$ 900 e R$ 1.200.

Durante a vistoria dos automóveis também esteve presente o secretário municipal do Meio Ambiente, Elzo Savella. Para ele, o objetivo da campanha é conscientizar os motoristas sobre as consequências da fumaça preta expelida pelos veículos. "O proprietário de qualquer automóvel precisa ficar atento para evitar que a população sobre com a poluição, principalmente no inverno", diz.

O caminhão do comerciante Paulo Cesar Macedo Mendes, 39 anos, foi parado na blitz e despejou uma fumaça preta no ambiente durante a aferição dos técnicos. "O resultado foi 100% na escala gráfica", diz Gisleine Aparecida Domingues Beato, chefe de educação ambiental da Secretaria do Meio Ambiente.

Mendes ficou surpreso com o resultado do teste e disse desconhecer o problema por ter adquirido o caminhão há quatro meses. "Essa blitz foi importante para me alertar e evitar que eu seja multado futuramente", comenta o comerciante.

Já o motorista Ezaú Pereira de Oliveira, 50, culpou a soltura da fumaça preta dos automóveis pela má qualidade do diesel vendido nos postos de combustíveis. "Faço as revisões obrigatórias constantemente e mesmo assim o resultado foi de 60% na avaliação colorimétrica", diz Oliveira.

Um dos melhores resultados foi registrado no caminhão de uma empresa de Laranjal Paulista. Os técnicos aferiram uma densidade de 20% - a menor da escala de Ringelmann. "O veículo é novo, por isso não tem muitos problemas", relata o motorista Gerson Roberto Pinto, 39, que dirigia o automóvel.

O proprietário de uma oficina especializada em escapamentos, Paulo Sérgio Castelli de Oliveira, a fumaça preta geralmente é expelida devido à má regulagem da bomba injetora. "O acúmulo de fuligem na parte interna do silencioso do escapamento também provoca a fumaça preta", comenta.

De acordo com Oliveira, o ideal é que o escapamento seja trocado após cinco anos de uso. "É inevitável o acúmulo se sujeira", completa. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim, o ideal para manter a fumaça expelida pelos automóveis em um padrão aceitável é manter o motor regulado conforme a fabricação do fabricante. Também é necessário fazer uma revisão preventiva, manter o sistema de escapamento em ordem e abastecer o automóvel com combustível de boa qualidade.