quarta-feira, 22 de junho de 2011

'Fonegate' implica vereadora Fabíola

Notícia publicada na edição de 22/06/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 6 do caderno A
Samira Galli

As ligações telefônicas da Câmara de Vereadores de Votorantim feitas para realizar pesquisa eleitoral foram originadas do aparelho do gabinete da vereadora Fabíola Alves da Silva Pedrico (PSDB). Foi o que descobriu a sindicância aberta pela Mesa Diretora da Câmara para apurar o uso indevido do telefone do Legislativo na semana passada. Foram 238 ligações suspeitas, realizadas em um curto intervalo de tempo. A vereadora terá 15 dias para se manifestar, para que sejam tomadas providências legais junto à Procuradoria Jurídica da Câmara. Procurada pela reportagem, Fabíola disse desconhecer as acusações.

A sindicância foi aberta após denúncias feitas via telefone e através de uma carta escrita de próprio punho com identificação completa, horário das ligações, assinatura e contatos de uma munícipe, que teve sua identidade preservada. De acordo com a carta, a ligação pedia para classificar o atual governo municipal como ótimo, bom, regular ou ruim. Além disso, a munícipe foi questionada em quem votaria para prefeito caso concorressem os mesmos candidatos da eleição passada: Carlos Augusto Pivetta (PT), Silvano Donizetti Mendes (PTB), Marcos Batista Trinca (atualmente sem partido) e Erinaldo Alves da Silva (PSDB). A ligação perguntava também a preferência aos atuais vereadores, como cita a carta: "Perguntou também, na minha opinião, quem era o melhor vereador da cidade no momento". Vale lembrar que a vereadora Fabíola é filha do ex-prefeito Erinaldo Alves da Silva.

A carta narra ainda que a ligação foi feita por meio de um interlocutor, que não se identificou nem informou a origem do telefonema. Entretanto, a declarante resolveu checar as informações e constatou pelo identificador de chamadas o número do telefone; ao retornar a ligação verificou que a chamada foi efetuada da Câmara Municipal. "Liguei de volta (....) e fui informada que o número de telefone era da Câmara Municipal de Votorantim. Então, perguntei à pessoa que me atendeu se esta pesquisa está sendo feita por eles e ela me disse que isso não pode ser feito pela Câmara", relata a cart

A origem das chamadas foi apurada através de documentos e relatórios enviados à Procuradoria Jurídica da Câmara. A investigação levou as chamadas ao gabinete da vereadora Fabíola, mais precisamente ao ramal 33, que pertence a um de seus assessores. O presidente da Câmara, Marcos Antonio Alves (PT), disse que a Mesa Diretora irá notificar a vereadora, que não foi localizada ontem na Câmara. Após a notificação, ela terá 15 dias para se manifestar diante das acusações. Só então é que a Mesa Diretora irá decidir, junto à Procuradoria Jurídica, que andamento será dado à questão. Comprovada a participação, o assessor poderá ser exonerado e a vereadora punida, conforme o Estatuto e o Regimento Interno da Casa de Leis.

Vereadora

Questionada sobre o caso, a vereadora afirmou não ter conhecimento sobre a sindicância. "Eu sou a mais interessada em esclarecer o caso, pois estou sendo acusada de alguma coisa que até o momento não tenho conhecimento", disse. Sobre a origem das 238 chamadas, ela afirmou que pode ter havido um aumento das ligações do gabinete devido a problemas com o carro oficial, que precisou de manutenções na semana passada. "Só um volume de ligações não é argumento para provar nada", enfatizou. Sobre a notificação para se manifestar oficialmente a respeito, ela destacou que não foi procurada.

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