sexta-feira, 17 de junho de 2011

Glauber Piva é convidado especial do Cine Café

Notícia publicada na edição de 17/06/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno C -
José Antônio Rosa

A reunião de hoje do projeto Cine Café, tocado em parceria pelo Sesc Sorocaba e o diretor Marcelo Domingues, conta com a participação do diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine), Glauber Piva. Convidado, ele conversa com o público, após a exibição do filme "O que é Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto, sobre direitos autorais, leis de incentivo e o papel do Estado na atual produção cinematográfica brasileira.

O tema guarda certa relação com aquilo que Piva informou ontem ao Mais Cruzeiro: na entrevista concedida ao jornal, voltou a comentar que está disposto a colaborar para que a cidade organize um festival de filmes e se torne um polo regional exibidor. Destacou, porém, que a empreitada exige mobilização dos agentes culturais, da iniciativa privada e do próprio governo municipal. "Os festivais são instrumentos fundamentais na difusão do audiovisual e na formação de público e seria importante que empreendedores e exibidores daí percebessem o quanto teriam a ganhar com a criação de um evento nesses moldes", comentou.

 
Sorocaba, acrescentou, tem a seu favor a "centralidade regional e o dinamismo cultural". Até por isso, alfinetou o diretor da Ancine, a cidade "não pode se furtar de executar uma política para o audiovisual mais ousada. Registro, aqui, o meu elogio a Votorantim que, com um porte muito menor, já deu passos importantes nessa direção. Sorocaba, que tem gente tão envolvida com cinema, precisa avançar. Quem sabe, a gente não começa, agora, um movimento para a realização dessa mostra."

 
Recado dado, cabe lembrar que Glauber Piva já completou dois anos à frente do cargo para o qual foi nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Avalia como "positivo" esse período, até mesmo em função do bom momento que o setor atravessa. "O cinema voltou a ser a plataforma de lançamento dos grandes projetos e recuperou sua importância cultural e econômica", lembrou.

 
Glauber assumiu prometendo ampliar o parque exibidor nacional, mas ainda tem a demanda como um desafio a ser vencido. "É preciso considerar que o governo entende que não deve estatizar salas de cinema, ainda que estimule espaços públicos e tenha uma arquitetura econômica para induzir a iniciativa privada a investir mais", justifica. Emendou dizendo que, em 2009, a receita de bilheteria nos cinemas brasileiros aumentou 25%; no ano passado, esse índice foi de 19%. "O Brasil já é o maior mercado de cinema na América Latina e o décimo quarto no mundo."

 
Números passados por Glauber Piva revelam que, desde 2006, a média de lançamentos no país oscila entre 70 e 80 produções, o número de obras licenciadas para veiculação nas tevês aberta e fechada chegou a 1.650 em 2010. Já os investimentos (por via de incentivo ou diretamente) alcançaram, no ano passado, o montante de R$ 265 milhões.

Também no ano passado foram lançadas cerca de 300 produções, das quais 75 brasileiras. Glauber considera, no entanto, que o que conta não é o volume, mas a estabilidade e a sustentabilidade do processo. "Precisamos de obras com qualidade, que alcancem seu púbico, que sejam geridas por profissionais capacitados que saibam planejar e executar estratégias bem sucedidas. Precisamos ampliar o público para o filme brasileiro e isso não se conquista apenas com aumento no número de obras lançadas."

 
A sessão do Cine Café começa às 19h, e a entrada é franca. O evento ocorre na Oficina Cultural Grande Otelo, na Praça Frei Baraúna.

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