sexta-feira, 29 de julho de 2011

"A pior prisão não é a física, é a mental"

Notícia publicada na edição de 29/07/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno Ela

Para o psicanalista Ricardo Ribeiro, um dos objetivos do projeto é justamente minimizar as dificuldades da vida no cárcere. "Como elas estão juntas há muito tempo, a convivência fica cada vez mais complicada e começam a aparecer as diferenças. Entender a si própria é fundamental para elas se relacionarem melhor. Com as sessões, elas também irão melhorar a comunicação entre elas, porque a partir do momento que elas conseguirem se compreender melhor, irão transmitir melhor o que sentem".

As sessões demoram 50 minutos em média e a intenção é atender de duas a três detentas por semana, embora não seja suficiente para atender a todas as reeducandas. "O tratamento completo deve ter, pelo menos, dez sessões, o que é impossível, devido ao número de detentas. Mesmo assim, na primeira sessão, elas conseguem organizar os próprios pensamentos e se compreender melhor", disse.

O psicanalista explica que a terapia possui a capacidade de iniciar um processo de cura interior dos sofrimentos, traumas e dores. Como conseqüência, poderá trazer uma mudança de comportamento das detentas a médio prazo. "Existe a prisão física, onde elas se encontram agora. Mas, não é o fato de sair da cadeia que irá torná-las livres. A pior prisão não é a física, é a mental. Se elas entenderem a si mesmas, irão começar a se libertar. Só assim é que irão perder o medo de sonhar".

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