Teatro sorocabano perde jovem talento

 Notícia publicada na edição de 25/08/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 002 do caderno C

 

Entre as atividades na faculdade de fisioterapeuta e os ensaios e apresentações teatrais com o Coletivo Cê, na apresentação do espetáculo "Desterro", Mariana Alves, de 21 anos, dividia sua vida nos últimos tempos. Prestes a se graduar na universidade em quatro meses, Mariana planejava sua especialização para 2012, na Europa, e chamou os amigos do coletivo, parceiros em uma das peças da maior sucesso nos últimos tempos da região, para anunciar o desligamento. "A última reunião nossa do coletivo foi na casa dela. Ela fez um jantar e comunicou que, no ano que vem, iria fazer uma viagem, uma especialização na Europa", lembra o ator e amigo Hércules Soares, que dividia a cena com ela em "Desterro".
Mas Mariana, que para o amigo era "muito sonhadora e de uma generosidade imensa", foi vítima de um acidente de trânsito, no início do mês, e faleceu no dia 16 de agosto, próximo a data em que comemora-se o Dia do Ator, lembraram os amigos em sua página na rede social, Facebook.
A data ainda culmina com os dois anos do projeto "Desterro", iniciado em 18 de agosto de 2009 o que para Soares significa "o fechamento de um ciclo", que teve na figura da atriz uma importante representante, dando vida à personagem Maria. "A menina Maria retratava bem ela, uma menina descobrindo sua adolescência", conta o amigo sobre o talento de Mariana, que começou no teatro aos 9 anos de idade, no grupo Cia. das Artes Dramáticas (CAD), de Júlio Carrara.
"Começamos pequenininho, juntos, a Mariana desde novinha sempre foi muito articulada, muito sorridente, uma luz muito incrível, tinha admiração de todos que assistiam ao espetáculo. Ela se sentia muito bem fazendo o papel de atriz, o teatro era uma grande brincadeira para ela", se emociona Soares ao lembrar da amiga, natural de Votorantim.
legenda: Mariana Alves interpretava Branca na peça "Desterro", do Coletivo Cê