Diário de Sorocaba
Maria Soledade mostra as contas atrasadas, uma das pendências que ela espera resolver com a ajuda de alguém (Foto: Fernando Rezende)
O sorriso que Maria Soledade Timóteo, 52 anos, traz nos lábios não esconde a preocupação que ela está passando em nome da família. Um filho é cadeirante há 31 anos e a filha está acamada há um ano e um mês, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por ter que dedicar 24 horas do seu dia aos filhos, ela não trabalha mais e consegue o sustento da casa por meio do benefício de R$ 540, que o filho recebe todo mês.
“Esse dinheiro é para eles mesmos, pois o que compro é o que eles precisam, como a comida, umas frutas e o leite”, explicou a mãe. Em Votorantim, onde moram, muita gente que conhece a história de Maria Soledade ajuda com diferentes doações. Porém os gastos da casa são inevitáveis e as contas chegam mesmo sem dinheiro para pagá-las. A conta de energia elétrica está atrasada desde o mês de maio, com valor de R$ 207, e a de água foi paga pela última vez em junho, a de julho está pendente em R$ 90. “Não tem como pagar as contas e deixar de comprar a comida e o leite que meus filhos precisam”, disse.
A filha, Maria Fernanda, tem 28 anos e antes de sofrer um AVC trabalhava como doméstica. Mesmo acamada e dependente da mãe, ela demonstra alegria e esperança de um dia se recuperar. O maior desejo dela é conseguir fazer uma cirurgia que poderá recolocar sua perna esquerda no lugar e, assim, talvez, voltar a andar. “O médico disse que a cirurgia custa R$ 20 mil, e se a gente for esperar pelo SUS pode demorar mais de um ano. Se com a cirurgia ela não voltar a andar, pelo menos vai ficar mais independente”, contou a mãe.
Maria Fernanda tem dois filhos, uma menina de seis e um menino de 10 anos, que a ajudam quando estão em casa. Todos moram em dois cômodos pequenos, numa casa localizada no bairro Pró-Morar, em Votorantim. A casa simples, porém aconchegante, ganhou nova cara depois que alguns móveis e eletrodomésticos foram doados à família. “Ganhei muita coisa nova e usada que foi bem-vinda em casa. Nós não tínhamos nada porque eu não tinha condições de comprar. O salário de catadora de recicláveis não é muito e, por isso, sempre tivemos uma vida bem simples.”
Quando precisa de medicamentos para os filhos, Maria Soledade recebe da Prefeitura local, que também auxilia no transporte quando é necessário ir ao médico. “Tenho bastante ajuda sim, graças a Deus as pessoas me ajudam, mas tem hora que falta e não tem como eu comprar. Todo dia são cinco caixas de leite, fora as fraldas e o sabão para lavar os lençóis e as roupas deles.”
AMOR DE MÃE - Quando a reportagem do DIÁRIO chegou à casa de Maria Soledade, foi muito bem-recebida pela dona da casa, que aguardava ansiosa para contar sua história. Ao lado dos filhos e da neta, ela riu da vida e se emocionou ao dizer o quanto ama os filhos, mesmo com as dificuldades. “É revoltante ver as mães que jogam fora um filho por não querer criar. Eu aqui, com meus filhos desse jeito, não abro mão deles jamais.”
Maria Fernanda, com os olhos lacrimejantes, contou que antes de adoecer trabalhava como doméstica e nem imaginava que um dia estaria acamada. “Eu sempre sentia dor de cabeça e os médicos diziam que era sinusite atacada”, revelou. “Se eu conseguisse a cirurgia, pelo menos poderia deixar minha mãe mais tranquila sem precisar se preocupar tanto comigo.”
Com esperanças de que as preces serão atendidas, Maria Soledade acredita que ainda verá a filha recuperada. “Tenho fé em Deus que minha filha ainda vai ficar bem. Ela é bonita, é forte e merece viver muito ainda.”
Quem tiver o desejo de ajudar pode entrar em contato com a família pelo telefone 15 3247-3474.

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