Notícia publicada na edição de 22/11/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A -
Leila Gapy
Sorocaba reduz índice de larvas do mosquito
O índice larvário do Aedes aegypti em Sorocaba está abaixo de 1 ponto, o que indica condições satisfatórias segundo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. De 1 ponto a 3,9 a situação é classificada como alerta e acima de 3,9 pontos a situação é de risco iminente de epidemia --- o que Sorocaba enfrentou no último verão. O índice é da Avaliação de Densidade Larvária (ADL) desenvolvido pela Seção de Controle de Zoonoses de Sorocaba a pedido do governo federal, devido a cidade ser sede de microrregião do interior do Estado. Além disso, há nove semanas a cidade não contabiliza novos casos da doença, estacionados em 1.732 diagnósticos em meados de setembro. Uma das justificativas para o baixo índice de larvas e ausência de novos casos é a falta de chuva. Mas por conta disso e da elevada quantidade de possíveis criadouros que ainda são recolhidos nos arrastões semanais, a Secretaria destaca a importância da vigilância e cuidados para se evitar a infestação do mosquito, transmissor da dengue.
"Com a dengue não dá para descuidar. Os índices da ADL são os desejáveis e foi batalhado por nós junto à comunidade, que está de parabéns. Isso refletiu, de certa forma, nos números de casos. Mas não podemos descuidar, a vigilância tem de ser permanente, do contrário, podemos enfrentar a mesma situação do verão passado", disse Consuelo Matiello, diretoria da área de Vigilância da Secretaria de Saúde de Sorocaba. Tanto é que, para se ter uma ideia, em janeiro deste ano a Zoonoses dividiu a cidade em nove regiões para a avaliação. Na ocasião, seis regiões (Jardim São Guilherme, Vitória Régia, Mineirão, Brigadeiro Tobias, Campolim, Vila Carvalho) estavam em risco, com mais 3,9 pontos de índice larvário e outras três regiões (Jardim Simus, Éden e Habiteto) estavam em estado de alerta, com variações de 1 a 3,9 pontos.
Além disso, de janeiro até a última sexta-feira, a cidade já contabilizou 1.732 casos de dengue, sendo 1.671 autóctones (contraídos no próprio município) e 61 importados (contraídos em outras cidades), sendo que a maior parte dos casos foi diagnosticada no primeiro semestre deste ano - recorde de registros sorocabanos, em 2010 foram 365 casos e em 2009 apenas 7. Detalhe que a nova ADL foi desenvolvida em outubro passado e já diagnosticou que as nove regiões estão em situação satisfatória, com menos 1 ponto larvário. "Essa situação diagnosticada é o desejado sempre. Trata-se de um resultado multifatorial. O trabalho desenvolvido pela administração, como a campanha multidisciplinar de combate à dengue, o clima (que está mais fresco e sem chuvas) e a colaboração da população. Isso é muito positivo", afirmou a diretora.
Tanto é que a chamada área 1, na qual fazem partes as regiões dos bairros Mineirão, Vila Santana, Jardim Maria do Carmo, Jardim Iguatemi e Alto da Boa Vista, foi a que apresentou melhor índice larvário na ADL de outubro: zero. Porém, a área 9, compreendida por bairros das regiões da Vila Hortênsia, Granja Olga, Vila Sabiá e Brigadeiro Tobias, foi a que revelou maior nível de densidade larvária: 0,7. "Como tivemos um inverno e início de primavera com um período grande de estiagem, esta situação pode se reverter no início do verão, época de chuvas. Vale lembrar que os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano e semanalmente ainda recolhemos muitos possíveis criadouros nos nossos arrastões", avisou. Por conta disso ela aconselha que todos os sorocabanos mantenham os hábitos preventivos contra a dengue, eliminando todo e qualquer tipo de material que possa acumular água e, assim, evitar que se torne um criadouro do Aedes aegypti.
Votorantim
Votorantim também está com menos de um ponto no índice larvário do Aedes aegypti, ou seja, em situação satisfatória para os critérios da Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde, com dados de outubro passado. Por ser uma cidade de porte menor que Sorocaba, o município faz periodicamente o Levantamento de Índice Rápido (Lira) pelo governo do Estado, que avalia a infestação de lavras do mosquito transmissor da dengue. Os processos do Lira e da Avaliação de Densidade Larvária (ADL) são semelhantes e resultam basicamente no mesmo diagnóstico, sendo que um é desenvolvido pelo Estado e outro pelo governo federal. Porém, apesar do baixo índice, a municipalidade garante também que é preciso manter os cuidados com o mosquito.
Segundo o chefe do controle de Zoonoses de Votorantim, Edson Almeida, o índice de larvas do município ficou em 0,6 pontos, com maior diagnóstico na região do Jardim Serrano. Ele detalhou que somente este ano, a cidade contabilizou 287 casos confirmados de dengue, sendo 17 deles importados. O último caso registro ocorreu em 13 de julho passado. E no ano passado foram 80 diagnósticos. "Esses resultados vão de encontro com nossas ações e o apoio da comunidade. Mas é preciso vigiar. Mesmo sendo realizado em outubro, o Lira é resposta do período de inverno, de estiagem. Temos que pensar no verão, quando teremos chuva", observou.
Tanto é que, segundo ele, no Serrano, por exemplo, o recolhimento de possíveis criadouros é elevado. "Há outra regiões, como do parque Bela Vista que constatamos muitos casos de plantas com vasos. São nesses lugares que pretendemos reforçar nossas ações", disse Almeida. A expectativa da administração é quanto o treinamento de dez novos funcionários que prestaram concurso e trabalharão na equipe da Zoonoses. Ainda não há data específica para início dos trabalhos, mas os novos funcionários deverão fortalecer as ações que hoje contam com apenas cinco profissionais. "O treinamento desses funcionários deve acontecer em breve. A intenção é que já estejam na equipe para o próximo verão", disse. (L.G.)
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