Funk Como Le Gusta: a cura pelo som

Notícia publicada na edição de 18/11/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 001 do caderno C

A história do Funk Como Le Gusta - que se apresenta hoje no 8º CineFest Votorantim - tem tudo a ver com o cinema, já que o grupo começou a se destacar por tocar funks clássicos de trilhas de filmes. Em entrevista concedida ao Mais Cruzeiro, o guitarrista e vocalista Emerson Villani lembrou que no início eles tinham o costume de exibir filmes em um telão enquanto tocavam, numa mistura de linguagens. "A gente relacionava a nossa música com a projeção de imagens", conta. Ainda conforme Emerson, o som que o grupo faz já foi usado de trilha sonora para filmes em diversas ocasiões. "O mais recente curta que usou um trabalho nosso é de Porto Alegre e é do disco novo", afirmou. Por conta desse histórico, é uma super honra para o pessoal do Funk Como Le Gusta poder tocar em um festival como o CineFest. "A produção de curtas é uma linguagem muito atual. Esse tipo de evento é o que dá sustentabilidade para quem faz cinema, eles têm de ter onde expor seus trabalhos", disse.

De acordo com o guitarrista, o grupo está bem animado para o show, que mostrará, além dos sucessos, as músicas do novo álbum: "A Cura pelo Som". "Esse último trabalho enveredou mais para a música latina, a gente também está tocando umas canções só com violões e é isso, no nosso show é tudo muito inesperado porque vamos pela energia do público, a gente está sempre sintonizado com as pessoas, mas o pessoal do interior em especial é muito presente, gosta de dançar e tal, e a gente está preparado para uma grande confraternização com todos aí." Quem for para o CineFest, é bom mesmo ir preparado para dançar, já que a apresentação do grupo será no estacionamento do auditório.

Uma novidade no show é que o grupo tocará uma música inédita, feita recentemente, há apenas 15 dias. "Essa vamos colocar no próximo disco", garantiu o músico.

Conforme o guitarrista, responsável pelo projeto artístico do novo CD, o trabalho surgiu da ideia de transcender a cura alopática. "O Funk Como Le Gusta é um grupo catártico. As pessoas vão aos nossos shows para botar tudo pra fora, dançar muito, escutar a nossa mensagem, porém a gente sentiu que em um certo momento da nossa carreira estava tudo muito burocrático", afirmou, acrescentando que o grupo estava se distanciando um pouco do início da carreira. "Então percebemos que a gente precisava voltar a fazer música sem pressa de acabar. Começamos a fazer jam sessions de novo, como há 13 anos, pra nos curarmos, e essa energia que acabamos redescobrindo pretendemos espalhar para que o público também possa se curar. A ideia é que todos façamos uma cartese sonora e espiritual, por isso a gente está se vestindo de branco, para se purificar mesmo e no final do show todo mundo fica mais leve", disse.

Funk Como Le Gusta é uma big band paulistana que mistura black music com música latina e samba-rock, com toques eletrônicos. Formada em 1998, tem como integrantes Reginaldo 16 (trompete, vocal e bateria), James Müller (percussão e vocal), Eron Guarnieri (teclado e vocal), Emerson Villani (guitarra e vocal), Kuki Stolarski (bateria), Sérgio Bartolo (contrabaixo), Kito Siqueira (saxofone, barítono e alto), Tiquinho (trombone), Hugo Hori (sax tenor e flauta) e Jorge Ceruto (trompete).