segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MERCADO INTERNACIONAL - Região tem balança comercial deficitária no mês de outubro em comparação a 2010

Notícia publicada na edição de 12/12/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 001 do caderno B 
Carolina Santana


 Produtos chineses invadem as prateleiras e por serem mais baratos, concorrem 
com os nacionais e suas cargas tributária altas - Por: DIVULGAÇÃO


Enquanto as exportações aumentaram 1,12% na região de circulação do Cruzeiro do Sul, as importações registraram alta de 26%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e mostram o comportamento do comércio externo durante o mês de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado. No décimo mês do ano a região teve US$ 192,74 milhões em exportações contra US$ 337,78 milhões em importações, assim o déficit foi de US$ 145,04 milhões.

Mestre em Economia e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), Juliano Morais Galle, afirma que o cenário é consequência, entre outras coisas, da situação cambial com o real valorizado frente ao dólar. Ele explica que com a moeda americana oscilando entre R$ 1,70 e R$ 1,80, algumas mercadorias ficam mais baratas no mercado internacional. Assim, fica mais barato para o empresário trazer o produto acabado de outros países do que produzi-lo no País.
Ainda sobre o câmbio, Galle explica que a moeda nacional valorizada prejudica as exportações pois o produto brasileiro fica mais caro no mercado internacional. "O custo Brasil prejudica a competitividade da indústria nacional", pondera o professor. Para ele, as leis trabalhistas, alta carga tributária e problemas de infraestrutura são exemplos de entraves para que a produção nacional seja favorecida na competição com produtos importados e no mercado internacional.
Galle afirma que essa situação, assim como foi registrada em Sorocaba, é a realidade da balança comercial brasileira de modo geral. "A taxa cambial é a mesma para todas as transações", afirma ele.
Para o representante do setor produtivo da região, o vice-diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, o quadro deficitário não deve mudar até o final do ano.
Ele pondera que as vendas no mercado externo são feitas por meio de contratos com prazo determinado, assim, uma eventual valorização da moeda norte-americana, só teria reflexos dentro de alguns meses.

Importações: altas acima de 100%

As importações registraram alta em oito das 17 cidades de circulação do Cruzeiro do Sul, em outros três municípios não foram registradas operações de importação. Em Araçoiaba da Serra a alta foi de 163% com as compras no mercado externo saltando de US$ 2.471.224 para US$ 6.495.456.
Em Salto de Pirapora a alta nas importações também foi expressiva fechando outubro na casa dos 164%. Nesse período de 2010, a cidade havia comprado US$ 5.942.086. O valor atual ficou em US$ 15.659.735. "Esses são produtos que deixaram de ser comprados da indústria nacional", diz Galle. O professor lembra que a longo prazo, esse cenário pode afetar a criação e manutenção de empregos na região.
Entre os países mais agressivos na conquista de mercado externo o professor cita China e Alemanha. O Tigre Asiático aparece como principal fornecedor de alguns municípios como Sorocaba, por exemplo. "É um concorrente muito forte no mundo inteiro. Os produtos chineses estão invadindo todas as prateleiras e concorrem com as empresas nacionais", pondera ele.
Com relação à Alemanha, o professor acredita que a situação é menos grave pois o país europeu tem tradição na venda de máquinas para bens de capital, ou seja, para a produção de outros produtos. "Como são para o setor produtivo acabam sendo usadas para modernização do parque industrial das cidades", argumentou Galle.

Destaques positivos

No campo das exportações, as cidades de Boituva e Itu estão entre os destaques positivos. No primeiro caso o município teve alta de 112,2% nas vendas feitas para o exterior. Em outubro foram US$ 4.665.835 vendidos no mercado externo, no mesmo mês do ano passado o décimo mês ficou em US$ 2.199.658. Em Itu a alta foi de 61,28% com as exportações passando de US$ 6.733.459 para US$ 10.859.979.
Na contramão, as exportações de Itapetininga e Votorantim registraram quedas. Em Itapetininga a retração foi de 43,17% com as vendas no mercado externo caindo de US$ 17.549.730 para US$ 9.972.818. Em Votorantim a diminuição registrada em um ano foi de 41%. Na cidade as exportações que eram US$ 1.500.402 ficaram em US$ 884.009. Todos os valores são calculados em dólar free on board (FOB), ou seja, sem a incidência de taxas e tributos.  

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