Por: Adival B. Pinto
Por: Adival B. Pinto
Por: Adival B. Pinto
Depois de uma noite de medo e insegurança por conta da ameaça de mais chuvas fortes, moradores de Votorantim tiraram o dia de ontem para contar as perdas e danos, bem como limpar suas casas. Houve até quem, por conta própria, resolveu levantar mureta na porta da casa para evitar novas inundações. Cansados de perderem móveis e outros bens, os moradores já pensam em entrar com ação contra o Executivo. Os bairros mais afetados foram o Fornazari e o Barra Funda.
Ontem pela manhã os moradores da rua Paschoal Gerônimo Fornazari, no bairro Fornazari, ainda contabilizavam os estragos e reclamavam que até então o Saae não tinha levado água para a limpeza das casas. Vilma Rodrigues de Camargo, moradora do número 430, limpou a casa com água própria, mas esperava pelo auxílio da autarquia para a limpeza externa, onde a lama era mais grossa. Ela argumentou que o Saae deveria dar um desconto para as famílias prejudicadas com as inundações.
Sua filha, Flávia Rodrigues Camargo, que teve o carro (usado para vender roupas) todo inundado, avisou que entrará com ação de perdas e danos junto à Promotoria Pública, para tentar conseguir uma indenização pelo prejuízo. Ela diz que toda vizinhança já teria alertado a Prefeitura sobre o problema. Segundo contam, o Executivo teria cimentado uma praça e a caída de água ficou para a rua, provocando inundações nas casas.
As vizinhas Sandra Regina Ribeiro Almeida e Maria Helena Cardoso dos Santos, tiveram os quintais desbarrancados, e atribuem isso ao fato do Saae ter alargado a margem do córrego Cubatão que passa atrás das residências e retirado as árvores que ajudavam na contenção da umidade. Além disso, elas afirmam que a areia extraída do córrego, foi deixada em sua margem e o único bueiro naquele trecho da rua também não comporta tanta água.
Situação também desoladora era dos moradores da rua Maximina Leme. Os filhos do motorista Reginaldo Prestes de Oliveira, que mora na casa de número 4, tiveram que sair pela janela, e a água, que alcançou mais de um metro de altura, entortou até a porta de ferro. Televisores, aparelhos de som foram totalmente perdidos, e outros como geladeira e máquina de lavar não se sabe se voltarão a funcionar.
Marcelo de Oliveira Camargo, cansado da situação, levantou um muro na porta da casa, para evitar que a água entre novamente. Morador do número 55, o operador de máquinas Leandro Apolinário, também pretende mover ação contra o Executivo. Ele reclama que a enxurrada que veio pela rede de esgoto arrebentou a calçada de cimento, e agora ele quer saber quem irá ressarcir o prejuízo.
Na Barra Funda o problema era o mesmo. A dona de casa Eliana Santos Soares, moradora na rua Pedro Amorim, só conseguiu evitar um mal maior porque a água veio pelos fundos. Ela conta que a galeria feita no quintal de sua casa levantou com a força da enxurrada, e reclama que está na hora do Saae fazer um sistema mais eficaz.
Efeitos da chuva
Para a Prefeitura de Votorantim, a chuva considerada atípica devido à sua intensidade foi a responsável pelos danos ocorridos. O Executivo entende que - apesar do grande volume de água aliada à rajada de vento, uma das mais fortes nos últimos anos -o município suportou bem o volume nos pontos considerados de maior risco (regiões baixas). Esta foi a avaliação feita na manhã de ontem, durante reunião com a participação de diversas secretarias, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e Defesa Civil. Segundo afirmam, em um curto período de tempo - entre as chuvas da tarde e noite - foram registrados 70 mm de água.
Resumindo,afirmam que durante o temporal foram 20 ocorrências de quedas de árvores, queda do tapume colocado na praça de eventos "Lecy de Campos" (arrastado pelo vento), queda de dois muros e pontos de alagamentos.
Na avenida São João afirmam que as bocas-de-lobo não suportaram o volume de água e disseram ainda que na praça de eventos - em obras de reforma -, foram implantadas 920 metros de novas galerias que serão interligadas com as demais daquela região o que aumentará a vazão. Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a Prefeitura explica que manutenções de bocas-de-lobo têm sido feitas, num total de 40 por semana.
Casos pontuais
O engenheiro Fábio Luís Rodrigues, coordenador da Defesa Civil de Votorantim, informou que já na segunda-feira uma equipe da Sesp iniciará a abertura de canaletas da antiga praça da rua Paschoal Gerônimo Fornazari para que a água retorne para o córrego. Já na rua Maximina Leme, o engenheiro afirma que não é problema de drenagem e atribui o transtorno à chuva torrencial, já que toda água vem da encosta. Na Barra Funda, o engenheiro enviará uma equipe para verificar o que pode ser feito.
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