segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Motorista sem CNH atropela e mata casal em calçada

Jornal Cruzeiro do Sul
Marcelo Roma

Condutor admitiu que bebeu 1 litro de cerveja; vítimas são de Nova Iguaçu
 
 Caminhão da transportadora ficou no mesmo lugar estacionado - Por: Emídio Marques

 Caminhoneiros foram atingidos em cheio pelo Palio - Por: Enio Branco/Cortesia




Um motorista de caminhão e sua mulher, que esperavam para carregar junto à fábrica da Coca-cola, morreram atropelados sábado à noite. Luiz Augusto do Nascimento, 63 anos, e Aida de Araújo Almeida, 62, são de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Eles conversavam na calçada em frente ao Grêmio Kaco, na rua Antônio Aparecido Ferraz, com mais um motorista de caminhão que não se machucou.
O motorista que atropelou o casal é Henrique Leonardo dos Santos, 20 anos, que segundo a polícia não tem habilitação. Ele aparentava estar embriagado e admitiu que bebeu uma garrafa de um litro de cerveja antes de pegar o carro do pai, um Palio, para ir buscar a irmã. Henrique porém não concordou em soprar no bafômetro nem em ceder amostra de sangue para análise. Foi submetido a exame clínico de embriaguez, feito por médico do IML.

O motorista Carlos Alberto Ferreira Lima, 55, disse ontem à reportagem que por pouco não foi atingido pelo Palio. Ele conversavam com o casal em frente ao grêmio, às 21h40 de sábado. Ele ouviu pneus cantando no asfalto e em seguida o carro veio em alta velocidade e invadiu a calçada atropelando o casal. Carlos conversava encostado a um poste e o Palio passou a um metro dele.

De acordo com Carlos Alberto, Aida foi lançada a uns cinco metros de onde estava e Luiz mais longe, a 13 metros. O carro também bateu no portão do grêmio. Aida teve morte instantânea e Luiz ainda foi socorrido por bombeiros do Resgate, com parada cardiorrespiratória, mas morreu depois no hospital, conforme Carlos, que também mora em Nova Iguaçu e conhecia Luiz.

Henrique disse na delegacia do plantão sul que um Uno o fechou, por isso desviou para a calçada. Segundo Carlos, não havia Uno nenhum. O motorista de caminhão diz que o comportamento do Henrique era de alguém que estava sob efeito de álcool. “Ele dizia: ‘Olha o que eu fiz. Cadê o carro que me fechou?’”

Carlos conta que por pouco não foi atropelado também. “Vi a morte de perto.” Ele lembra que em 35 anos de profissão já viu muitos acidentes nas rodovias, mas nunca um tão violento e tão próximo.

O motorista do Palio mora no Jardim Primavera, em Votorantim. Ele estava sozinho no carro quando atropelou o casal. Do Jardim Tatiana, policiais militares levaram Henrique para a delegacia do plantão sul e foi autuado pela delegada Silvia Elmara Monteiro.


No momento de elaboração do flagrante ainda não havia confirmação da morte de Luiz. Ele foi autuado por homicídio culposo e lesão corporal culposa (sem intenção). Com a morte do motorista de caminhão, responderá por duplo homicídio culposo.


Henrique teve direito à fiança de R$ 24.880,00 (40 salários mínimos), mas até ontem à tarde não pagou e permanecia preso na Cadeia de São Roque. O resultado do exame clínico de embriaguez deve sair nos próximos dias e o inquérito policial será instaurado pelo 4º Distrito Policial.
O caminhão Scania da transportadora em que Luiz trabalha ficou no mesmo lugar que ele deixou estacionado. Segundo Carlos, outro motorista da transportadora viria para fazer o carregamento de refrigerante, programado para hoje. Os corpos do casal seriam transportados ainda ontem para Nova Iguaçu, onde deve ser realizado o sepultamento.

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