Giuliano Bonamim
O diesel S50 começou a sr comercializado este ano mas só um posto da cidade aderiu ao combustível com menos teor de enxofre - Por: ADIVAL B. PINTO
O diesel com baixo teor de enxofre já é vendido em Sorocaba, mas em apenas um posto de combustível da cidade. O produto, ainda raro no município, começou a ser comercializado neste ano para atender aos novos limites de emissões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
O produto comumente vendido em Sorocaba é o S-500 (500 partes de enxofre por milhão de particulados). Já o novo diesel é o S-50 (50 partes de enxofre por milhão de particulados), capaz de reduzir a emissão de material particulado, minimizar o desgaste dos anéis e dos cilindros, além de diminuir a deterioração do óleo lubrificante.
O litro do diesel S-50 tem sido vendido ao preço de R$ 2,09 em Sorocaba. O valor é 10 centavos maior em relação ao S-500. Segundo o gerente Samuel Pires, responsável pelo Auto Posto 92, localizado no quilômetro 92 da rodovia Raposo Tavares, a procura pelo produto ainda é pequena. "Para cada 10 mil litros de diesel S-500 vendidos por dia, saem só 500 litros do S-50", diz.
Pires acredita que o preço seja o principal motivo para afastar o novo diesel do consumidor. "Isso porque o motorista não tem mais ganho de desempenho ou de rendimento em relação ao combustível mais barato", relata.
O S-50 também é encontrado em Votorantim, somente no posto Maré Alta, situado no quilômetro 99,6 da rodovia Raimundo Antunes Soares. De acordo com o caixa Isaías Oliveira Diniz, a procura tem sido pequena. "As pessoas querem mais o diesel S-500, apesar de fazermos a divulgação dessa novidade aos nossos consumidores", relata. Há a previsão de o produto ser vendido ainda neste mês em Salto de Pirapora.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Sorocaba, Jorge Marques, diz que a falta do diesel S-50 é motivada por uma produção que ainda não atende a demanda. "A norma do Conama tem sido atendida de forma parcial e escalonada", diz.
Tudo isso faz parte do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7), que entrou em vigor em janeiro deste ano. A legislação é similar à europeia Euro 5 e exige, além de modificações nos motores dos veículos, novos sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamentos e diesel com reduzido teor de enxofre.
O objetivo do governo federal é reduzir em 60% a quantidade de óxido de nitrogênio (NOx) e em 80% as emissões de material particulado em relação à fase atual - a P5, equivalente à Euro 3, válida para veículos produzidos até dezembro de 2011.
A legislação exige novas tecnologias para caminhões e ônibus. Uma delas consiste na recirculação do gás de escapamento para reduzir a temperatura da combustão e eliminar o óxido de nitrogênio. A outra é a redução catalítica seletiva, feita com a ajuda de um reajente líquido - o Arla 32 - que é pulverizado no gás do escapamento e praticamente neutraliza a geração de NOx.
Apenas os veículos com motores adaptados ao novo diesel, produzidos a partir deste ano, são obrigados a abastecer com o S-50. Caso o proprietário utilize o S-500, o motor será danificado. Haverá um aumento das emissões, o entupimento do catalisador e do filtro, a formação de depósitos e um maior gasto no consumo do combustível.
O gerente da Jordão Veículos, Marcos Roberto Diniz, comenta que a procura pelos veículos movidos a diesel teve um aumento no último ano graças à elevação do preço do álcool. Mas, segundo ele, neste ano a procura tem sido menor em relação aos últimos meses. "Essa queda não tem relação com a obrigatoriedade dos veículos 2012 usarem o novo combustível, mas sim pela burocracia para o financiamento", diz.
A ideia do governo federal é colocar à venda em 2013 o diesel S-10 (10 partes de enxofre por milhão de particulados). Com isso, o S-50 será retirado do mercado.

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