Rede Bom Dia
Carla de Campos
População sofre com falta d’água; quem precisou sair ao sol foi de sombrinha e se refrescou com sorvete
Com os termômetros acima dos 33 graus desde a sexta-feira, sobram reclamações provocadas pela onda de calor que vai durar até esta quarta-feira (7), pelo menos.
A maior temperatura do ano até agora em Sorocaba foi registrada na sexta-feira, dia 3, quando os termômetros registraram 33,6 graus. E ela continuou em alta durante todo fim de semana, quando o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 33,3 graus no sábado e 33 graus neste domingo (5).
Apesar do desconforto provocado por uma sensação térmica de 44 graus no fim de semana, as temperaturas ficaram abaixo do maior registro de 2011, quando Sorocaba atingiu 35,8 graus em 1º de outubro.
Se por um lado o calor naturalmente incomoda quem precisa andar debaixo do sol, por outro ele é um verdadeiro castigo para quem está sem água, como os moradores da Vila Lemos, em Votorantim.
Há três dias quem reside na avenida Adolfo Massaglia enfrenta as altas temperaturas sem poder se dar ao luxo de um bom banho frio ou mesmo de ter condições de executar as mais simples tarefas domésticas. “Todas as torneiras estão secas. Há dez anos moro neste bairro e sempre foi assim”, diz a dona de casa Élica Martins Modesto Pereira, 34 anos.
Cansada da situação, ela resolveu juntar a vizinhança para reclamar. “Só não tem água deste lado da avenida, que pertence à Votorantim. Do outro lado, onde é Sorocaba, tem”, aponta, mostrando as garrafas pet e o tambor que servem para armazenar água fornecida pelo sogro. Banho, segundo ela, só com caneca.
A vizinha Helena Camilo mora há 18 anos no bairro e também está revoltada. “Minhas filhas chegam cansadas do trabalho e não tem água para tomar banho com esse calor. Uma delas sai às 22h e chega tarde. O jeito é ir até a casa da minha mãe, que fica bem longe daqui”, conta.
Em cima do telhado, Maria Lúcia Proença, mostra o reservatório vazio, o que limita as ações dentro de casa. A roupa da família, por exemplo, já se acumula em cima do tanque. “Esse calor está muito forte. Quando tem água, eu tomo banho de manhã, na hora do almoço, à tarde e um antes de dormir. Agora, só se for na casa da minha mãe”, relata.
Uma das piores situações no bairro é da dona de casa Célia Regina de Goes Luz. Grávida de nove meses, ela espera a qualquer momento pela chegada de César Henrique que pode encontrar sua futura casa sem uma gota de água.
Sem reservatório, a família vive precariamente na residência que abriga dez pessoas, oito delas crianças, todas filhas de Célia. “Não sei o que vamos fazer. Por enquanto, pegamos água em baldes, galão, enchemos tudo o que dá”, diz.
Desperdício
O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Votorantim informa que a falta de água registrada na Vila Lemos foi motivada pelo forte calor e alto consumo dos moradores. O mesmo problema afeta o Jardim Santa Márcia, Jardim Tatiana, Primavera, Novo Mundo, Green Valley e parte do Parque Bela Vista, atingindo cerca de 900 moradores.
Segundo o Saae, naquela região não há registro de rede estourada, falta de energia, queima de motores ou bombas em nenhum reservatório, e que a Estação de Tratamento de Água funciona plenamente.
Para solucionar o problema a autarquia promete aumentar o volume dos reservatórios nos bairros afetados, assim como a vazão de chegada de água. Também há estudos para ampliar o sistema.
Desfile de água, sorvete e muitas sombrinhas
Para começar semana já com altas temperaturas, o jeito foi tentar se refrescar com água, sorvete ou fugir do sol. Quem não teve opção armou-se de sombrinha para tentar bloquear o calor, promovendo um verdadeiro desfile de cores pela cidade.“Não dá para ficar tomando este sol na cabeça. Sempre saio com a minha”, diz a dona de casa Juraci Guedes, 49 anos, que precisou sair para ir ao banco.
O comerciante Jorge Thibes Pizzol não notou em sua loja o aumento nas vendas de sombrinhas, mas costuma vender de 10 a 15 unidades por semana. “Acho que as pessoas ainda tem vergonha de sair com sombrinha no sol. Quando chove eu vendo mais do que o dobro”, afirma.
O casal Flávio Angelino, 22, e a namorada Maiara Dona, 20, preferiram a água para tentar se refrescar enquanto caminhavam pelo Centro. “É o melhor jeito”, diz Flávio.
Quem teve a oportunidade de começar bem a semana curtindo a piscina, não pensou duas vezes. Foi o caso de Solange Latorre Soares Pereira, 40, que levou o filho Iago, 6, para o clube. “Viemos para aproveitar o dia”, diz a mãe.
Atenção
Nesta terça-feira (7) a nebulosidade começa a aumentar em Sorocaba e região.
A partir de amanhã, pode chover sobretudo
no período da tarde
Carla de Campos
População sofre com falta d’água; quem precisou sair ao sol foi de sombrinha e se refrescou com sorvete
Com os termômetros acima dos 33 graus desde a sexta-feira, sobram reclamações provocadas pela onda de calor que vai durar até esta quarta-feira (7), pelo menos.
A maior temperatura do ano até agora em Sorocaba foi registrada na sexta-feira, dia 3, quando os termômetros registraram 33,6 graus. E ela continuou em alta durante todo fim de semana, quando o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registrou 33,3 graus no sábado e 33 graus neste domingo (5).
Apesar do desconforto provocado por uma sensação térmica de 44 graus no fim de semana, as temperaturas ficaram abaixo do maior registro de 2011, quando Sorocaba atingiu 35,8 graus em 1º de outubro.
Se por um lado o calor naturalmente incomoda quem precisa andar debaixo do sol, por outro ele é um verdadeiro castigo para quem está sem água, como os moradores da Vila Lemos, em Votorantim.
Há três dias quem reside na avenida Adolfo Massaglia enfrenta as altas temperaturas sem poder se dar ao luxo de um bom banho frio ou mesmo de ter condições de executar as mais simples tarefas domésticas. “Todas as torneiras estão secas. Há dez anos moro neste bairro e sempre foi assim”, diz a dona de casa Élica Martins Modesto Pereira, 34 anos.
Cansada da situação, ela resolveu juntar a vizinhança para reclamar. “Só não tem água deste lado da avenida, que pertence à Votorantim. Do outro lado, onde é Sorocaba, tem”, aponta, mostrando as garrafas pet e o tambor que servem para armazenar água fornecida pelo sogro. Banho, segundo ela, só com caneca.
A vizinha Helena Camilo mora há 18 anos no bairro e também está revoltada. “Minhas filhas chegam cansadas do trabalho e não tem água para tomar banho com esse calor. Uma delas sai às 22h e chega tarde. O jeito é ir até a casa da minha mãe, que fica bem longe daqui”, conta.
Em cima do telhado, Maria Lúcia Proença, mostra o reservatório vazio, o que limita as ações dentro de casa. A roupa da família, por exemplo, já se acumula em cima do tanque. “Esse calor está muito forte. Quando tem água, eu tomo banho de manhã, na hora do almoço, à tarde e um antes de dormir. Agora, só se for na casa da minha mãe”, relata.
Uma das piores situações no bairro é da dona de casa Célia Regina de Goes Luz. Grávida de nove meses, ela espera a qualquer momento pela chegada de César Henrique que pode encontrar sua futura casa sem uma gota de água.
Sem reservatório, a família vive precariamente na residência que abriga dez pessoas, oito delas crianças, todas filhas de Célia. “Não sei o que vamos fazer. Por enquanto, pegamos água em baldes, galão, enchemos tudo o que dá”, diz.
Desperdício
O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Votorantim informa que a falta de água registrada na Vila Lemos foi motivada pelo forte calor e alto consumo dos moradores. O mesmo problema afeta o Jardim Santa Márcia, Jardim Tatiana, Primavera, Novo Mundo, Green Valley e parte do Parque Bela Vista, atingindo cerca de 900 moradores.
Segundo o Saae, naquela região não há registro de rede estourada, falta de energia, queima de motores ou bombas em nenhum reservatório, e que a Estação de Tratamento de Água funciona plenamente.
Para solucionar o problema a autarquia promete aumentar o volume dos reservatórios nos bairros afetados, assim como a vazão de chegada de água. Também há estudos para ampliar o sistema.
Desfile de água, sorvete e muitas sombrinhas
Para começar semana já com altas temperaturas, o jeito foi tentar se refrescar com água, sorvete ou fugir do sol. Quem não teve opção armou-se de sombrinha para tentar bloquear o calor, promovendo um verdadeiro desfile de cores pela cidade.“Não dá para ficar tomando este sol na cabeça. Sempre saio com a minha”, diz a dona de casa Juraci Guedes, 49 anos, que precisou sair para ir ao banco.
O comerciante Jorge Thibes Pizzol não notou em sua loja o aumento nas vendas de sombrinhas, mas costuma vender de 10 a 15 unidades por semana. “Acho que as pessoas ainda tem vergonha de sair com sombrinha no sol. Quando chove eu vendo mais do que o dobro”, afirma.
O casal Flávio Angelino, 22, e a namorada Maiara Dona, 20, preferiram a água para tentar se refrescar enquanto caminhavam pelo Centro. “É o melhor jeito”, diz Flávio.
Quem teve a oportunidade de começar bem a semana curtindo a piscina, não pensou duas vezes. Foi o caso de Solange Latorre Soares Pereira, 40, que levou o filho Iago, 6, para o clube. “Viemos para aproveitar o dia”, diz a mãe.
Atenção
Nesta terça-feira (7) a nebulosidade começa a aumentar em Sorocaba e região.
A partir de amanhã, pode chover sobretudo
no período da tarde
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