sábado, 10 de março de 2012

Curta Dança será retomado neste ano

Notícia publicada na edição de 10/03/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno C
Andrea Alves


Festival, que ficou dois anos parado, chega a sua 14ª edição; grupos podem se inscrever para o evento, que ocorre em julho


 Jonicler Real, Júnior Mosko, Clayton Leme e Bernadete Pacheco - Por: Emídio Marques


O bailarino Denilto Gomes é uma das inspirações para o Curta Dança; na foto, o espetáculo "Serra dos Órgãos" - Por: Oficina Cultural Grande Otelo/Divulgação



Uma pausa de 2 anos para reflexão e eis que surge - com o mesmo perfil experimental, porém com olhar mais apurado e voltado ao artista e à comunidade - o 14º Festival Nacional Curta Dança, que, como nas outras edições, será realizado no Teatro do Sesi em Sorocaba, entre de 10 a 14 de julho deste ano. O evento cultural resulta da parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Oficina Grande Otelo, das Prefeituras Municipais de Sorocaba e Votorantim, e do próprio Sesi de Sorocaba e está no momento de deixar portas abertas para que grupos de dança e artistas de todo o país façam suas inscrições, o que deve ser feito até o dia 18 de maio, por meio da ficha de inscrição disponível nos sites www.sesisp.org.br/sorocaba e www.oficinasculturais.org.br, onde o regulamento pode ser conhecido. Podem se inscrever grupos de dança que produzem trabalhos voltados à pesquisa do movimento e que procuram novos caminhos para a dança contemporânea e para o corpo. Uma comissão vai selecionar os trabalhos que mais se adaptam à proposta do evento e definir a programação que, além das apresentações, vai contar com a realização de workshops em dois dos cinco dias de evento.

A décima quarta edição do Festival Nacional Curta Dança, anunciada ontem em uma entrevista coletiva realizada no Sesi, já vem com uma novidade: a de integrar Votorantim na parceria. O secretário de Cultura de Votorantim, Clayton Leme, que participou das primeiras edições do festival como dançarino na época, celebra o momento que contribui, acredita ele, para a formação cultural da região. "Sinto-me honrado porque Sorocaba tem uma grande história em dança, com nomes como Denilto Gomes e Janice Vieira. A cidade justifica um evento desse porte para abrir caminhos de discussão do papel da dança." Foi pela intimidade criada com o festival enquanto dançarino que Clayton fez uma comparação que melhor explica o lento respiro nos dois anos, 2010 e 2011, em que o Curta Dança não foi realizado. "O festival está na adolescência", brinca. "Entrou na fase de fazer perguntas e refletir sobre o corpo e a dança. Que papel tem a dança na minha cidade é uma dessas perguntas."


Com mais vigor


Junior Mosko, diretor de teatro do Sesi, avisa que o festival retoma o pensar da arte não apenas na questão sobre formação de público, mas também do ponto de vista do artista. "Nós (organizadores do festival) temos que pensar como artistas e também como gestores culturais. O festival tinha deixado de ser competitivo, mas agora vai voltar a ter esse caráter de competição. Os debates após as apresentações continuam, mas com muito cuidado para que haja uma reflexão e não uma avaliação do trabalho executado", esclarece. Também é objetivo do festival, ressalta Mosko, buscar apresentar grupos mais populares que, baseados em simplicidade, provoquem movimentação em sua comunidade e no público que o vê.

Com apresentação de mais de 200 grupos de dança nas treze edições do Curta Dança, Sorocaba criou uma linguagem própria nessa arte, como observa Bernadete Pacheco, coordenadora da Oficina Cultural Grande Otelo. "O evento tem um grande significado para a cidade, para o estado e para o Brasil. A iniciativa é uma forma de contemplar a formação cultural na cidade e, por isso, que foi planejada a realização de dois workshops durante a semana do festival."

Para o maestro Jonicler Real, que na coletiva representou a Secretaria de Cultura de Sorocaba, trazer à luz a competitividade valida a participação dos grupos e do próprio festival. "Os artistas podem se orgulhar de participar de um evento como esse, mesmo que não ganhem prêmios. É possível verificar o caminho sólido da dança na cidade, que continuou com o primeiro Curta Dança, realizado em 1997, mas que nasceu com os "furacões" Denilto Gomes e Janice Vieira. O mais legal é ver que a história não é lenda. A cidade ainda está em ebulição em todas as áreas e o festival vai abraçar todas as linguagens. É momento de degustar, de deixar fluir naturalmente." Bernadete, ao destacar a delicada reflexão durante a pausa de dois anos do festival, comenta que outras mudanças ainda possam acontecer, já que o período também é de construção.

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