Giuliano Bonamim
Operação de resgate dos bombeiros durou três horas
Pelo menos 600 mil pessoas foram afetadas durante 1 hora e 22 minutos no início da tarde ontem, pelo desligamento de uma linha de distribuição de energia, para garantir a segurança do pintor Reginaldo Domingues Rocha, 49 anos, que decidiu subir em uma torre de sustentação de cabos energizados com 88 mil volts, ao lado da ponte Francisco Dellosso, próxima à avenida Dom Aguirre.
Reginaldo Rocha começou a escalada às 12h30, sem camisa e vestido apenas com uma calça jeans e tênis. Por várias vezes, ele ficou a centímetros das linhas de alta tensão a uma altura de 15 metros. "Esse senhor correu por várias vezes o risco de morrer, pois a um metros de distância do cabo de energia o perigo é iminente", diz César Berri, gerente regional da CPFL Piratininga. O desligamento da rede para manobras ocorreu entre 13h08 e 14h30.
O irmão do pintor, Valdir Rocha, 67, esteve no local para acompanhar o resgate. "Ele [Reginaldo] bebeu, provavelmente por problemas familiares, e daí deve ter resolvido subir nessa torre", diz.
Valdir Rocha também ressaltou a habilidade do irmão em escalar locais altos. "Ele trabalha há 30 anos como pintor e subir essa torre, para ele, é fichinha", comenta.
A negociação com o pintor foi feita pelos integrantes do Corpo de Bombeiros e durou três horas. Cinco policiais da corporação subiram na torre e conseguiram imobilizar Rocha às 15h30. Depois de 26 minutos, o grupo pisou no solo e o escalador foi encaminhado ao Hospital Regional.
O caso foi registrado no 5.º Distrito Policial de Sorocaba. O delegado Luís Antônio Lara autuou o pintor no artigo 265 do Código Penal por atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública. A pena prevista é de reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Reginaldo Domingues Rocha é casado e pai de duas filhas. Ele mora na Vila Santana.
Reflexos
Além de Sorocaba, Capela do Alto, Iperó, Araçoiaba da Serra, Votorantim e Boituva sofreram cortes de energia. A CPFL Piratininga calcula que aproximadamente 200 mil domicílios (residências, comércios e indústrias) foram prejudicados parcialmente. A falta de energia atingiu todo o território de Araçoiaba, Capela do Alto e em Sorocaba, apesar de ter sido uma queda parcial, o estrago foi visível em várias regiões. O apagão dos semáforos deixou o trânsito caótico nas principais vias, entre elas as avenidas Dom Aguirre, General Carneiro e Itavuvu. Toda a região central foi afetada e alguns comerciantes cruzaram os braços. Até mesmo os telefones de emergência 192 (Samu) e 193 (Corpo de Bombeiros) ficaram inoperantes. (colaborou Marcelo Roma)
Confira histórico de casos semelhantes
Notícia publicada na edição de 23/03/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 010 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
O último caso em que uma pessoa subiu em uma torre de alta tensão em Sorocaba ocorreu em 2003. Conforme dados coletados pelo Projeto Memória, do jornal Cruzeiro do Sul, em abril daquele ano, o catador de papelão Wagner Barbosa dos Santos, 23 anos, escalou uma torre instalada próxima à ponte Pinheiros. Essa atitude fez com que sete municípios ficassem sem energia elétrica durante quase duas horas. Ele foi indiciado por atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública, crime previsto no artigo 265 do Código Penal Brasileiro.
Outro caso como esse aconteceu em fevereiro do mesmo ano. Dessa vez, o servente de pedreiro Orlando Hipólito, 36, subiu em uma torre do bairro do Éden portando uma arma. Ele permaneceu por mais de duas horas no local. Quando estava descendo, ele parou e deu um tiro no próprio rosto, mas a bala o atingiu somente de raspão.
Em dezembro de 2002, dois homens subiram em torres do bairro Jardim Archilla, em Votorantim. No primeiro caso, o desempregado Ricardo Fabiano Muniz Ferreira, 27, acabou se suicidando. Na outra situação, ocorrida duas semanas depois, o ajudante de marceneiro Marco Antônio Luís, 27, escalou uma torre embriagado, mas desceu sozinho, antes mesmo de a energia elétrica ser desligada.
Já em 2001, a empresa Bandeirante Energia, que fornecia energia elétrica a Sorocaba na época, teve um prejuízo de R$ 28 mil. Isso porque desempregado Carlos Alberto Vieira, 39, subiu na mesma torre do caso acontecido ontem, e ficou por 44 minutos na estrutura do local. A empresa calculou que 750 mil moradores de sete cidades ficaram no escuro. (A.M)
Outro caso como esse aconteceu em fevereiro do mesmo ano. Dessa vez, o servente de pedreiro Orlando Hipólito, 36, subiu em uma torre do bairro do Éden portando uma arma. Ele permaneceu por mais de duas horas no local. Quando estava descendo, ele parou e deu um tiro no próprio rosto, mas a bala o atingiu somente de raspão.
Em dezembro de 2002, dois homens subiram em torres do bairro Jardim Archilla, em Votorantim. No primeiro caso, o desempregado Ricardo Fabiano Muniz Ferreira, 27, acabou se suicidando. Na outra situação, ocorrida duas semanas depois, o ajudante de marceneiro Marco Antônio Luís, 27, escalou uma torre embriagado, mas desceu sozinho, antes mesmo de a energia elétrica ser desligada.
Já em 2001, a empresa Bandeirante Energia, que fornecia energia elétrica a Sorocaba na época, teve um prejuízo de R$ 28 mil. Isso porque desempregado Carlos Alberto Vieira, 39, subiu na mesma torre do caso acontecido ontem, e ficou por 44 minutos na estrutura do local. A empresa calculou que 750 mil moradores de sete cidades ficaram no escuro. (A.M)
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