Carlos Araújo
Estudos já realizados pelo Saae indicam a necessidade de ampliação do sistema ou implantação de uma estação elevatória de esgotos no local
O promotor de Justiça de Votorantim, Luiz Alberto Meirelles Szikora, encaminhou à Prefeitura e à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) pedido de informações sobre as condições de funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Jardim São Lucas. Szikora recebeu do vereador Fernando de Oliveira Souza (DEM) a denúncia de que o esgoto "in natura" sai mais poluído do que quando entra na ETE. O problema é que esse material vai para o ribeirão Ipaneminha, utilizado para abastecer de água regiões de Sorocaba.
Szikora quer que a Prefeitura e a Cetesb informem se as descrições de Fernando têm procedência ou não. Em caso positivo, ele pergunta os motivos e as providências que estão sendo tomadas. Para a possibilidade de a resposta ser negativa, ele quer que a Prefeitura apresente laudos técnicos divergentes do apresentado pelo vereador do DEM.
Fernando disse que um laudo feito pela empresa Hidrolabor constatou que o esgoto que entra na ETE São Lucas é constituído de 320 DBOs (Demanda Bioquímica de Oxigênio, medida de qualidade da água), enquanto que ao sair daquelas instalações a quantidade sobe para 5.125 DBOs.
É a segunda vez que o vereador reclama de situação semelhante. O outro caso é o da ETE da Votocel, cuja poluição também vai para o rio Sorocaba. Fernando também pediu investigação ao MP.
O que diz o Saae
Por meio da Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura, o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Rubens Mesadri, informou que a ETE São Lucas foi implantada em 2001 para atender a população do bairro que necessitava de saneamento básico, uma vez que os despejos eram conduzidos a céu aberto para o córrego ali existente. A ETE é composta de 10 tanques sépticos e filtros, caixa de retenção de areia, tubulação de limpeza e remoção de lodo e caixa de saída do efluente final tratado.
Mesadri declarou que, com o aumento da população do Jardim São Lucas, o sistema se tornou limitado e necessitou de limpeza e remoção de lodo mais frequente, o que levou o Saae a contratar serviços terceirizados para essa limpeza, remoção do lodo e manutenção do sistema e da área onde está implantado à rua Adriana do Nascimento Corrêa Gonçalves, no Jardim São Lucas.
Necessidade de ampliação
Segundo Mesadri, estudos já realizados pelo Saae indicam a necessidade de ampliação desse sistema ou implantação de uma estação elevatória de esgotos no local, revertendo esses despejos para tratamento na bacia da ETE Votocel. Ele disse que a ETE Votocel tem topografia mais vantajosa em termos de cotas e afastamento desses efluentes.
Também acrescentou que, em função dos custos elevados para implantação total desse sistema, o Saae de Votorantim optou em implantar toda a rede de recalque de esgotos em tubos de 6 polegadas de diâmetro desde a futura ETE até o ponto de lançamento na rua Anália Pereira. Ele informou que as obras civis, mecânicas e elétricas para a construção dessa estação elevatória estão previstas como prioridade para a empresa concessionária de serviços e para implantação a partir do segundo semestre de 2012.
"Com a implantação do sistema de estação elevatória de esgotos na área da ETE São Lucas, todos os despejos serão finalmente tratados na ETE Votocel, eliminando por completo os despejos no córrego da região", concluiu Mesadri.
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