Empresa de Votorantim participará da Rio + 20

 Notícia publicada na edição de 17/04/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 006 do caderno B 
Amilton Lourenço




Poiato Recicla vai instalar 50 coletores de bitucas na conferência mundial

 Atualmente, 480 caixas coletoras estão espalhadas em cinco cidades e mais 27 cidades buscam implantá-la - Por: ARQUIVO JCS/ERICK PINHEIRO

A empresa votorantinense Poiato Recicla, que no final de 2010 lançou um projeto ambiental e de saúde pública, que consiste na coleta e transformação dos restos de cigarros em adubo orgânico, participará da Rio + 20, conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho. Com 480 caixas coletoras espalhadas pelas cidades de Sorocaba, Votorantim, São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André, a empresa foi responsável pela retirada de 680.000 "bitucas" de cigarro do meio ambiente em 2011, o que corresponde a 34 mil maços de cigarros. Pelos resultados obtidos e, principalmente, por ser a pioneira neste tipo de iniciativa, a Poiato foi convidada a participar do evento que marca os vinte anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e que deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

"Até eu fiquei surpreso com o convite. A organização do evento me enviou um e-mail, pedindo informações sobre a empresa. A conversa fluiu e confirmamos a participação. Montaremos um estande, onde apresentaremos nosso projeto por meio de vídeos; vamos ministrar onze palestras no evento e em escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro; vamos treinar agentes multiplicadores da proposta e vamos instalar 50 caixas coletoras no pavilhão de São Cristóvão, onde funcionará um dos núcleos da Rio + 20", conta o proprietário da empresa Marcos Poiato.
Em Sorocaba, a empresa iniciou suas atividades de coleta no final de 2010. Como ocorreu em Votorantim, cidade sede da Poiato, os coletores de pontas de cigarro desenvolvidos pela empresa foram colocados em pontos estratégicos como Palácio dos Tropeiros, na Secretaria do Meio Ambiente, no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) Zona Norte e Zona Oeste, no Parque Zoológico Municipal "Quinzinho de Barros", nos Terminais Santo Antônio e São Paulo e no Mercado Municipal. Atualmente, são 480 coletores espalhados por espaços públicos e mais 89 empresas privadas. "Hoje atendemos a cinco cidades. O Rio de Janeiro será a sexta. Mas estamos negociando com mais 27 prefeituras do Estado de São Paulo para implantarmos o projeto", informa Poiato.

Destinação

O material recolhido regularmente é encaminhado para a Conspizza, empresa de Uberlândia (MG), que realiza o processo de compostagem do material. Após a retirada dos metais pesados e outros componentes agressivos, os restos de cigarro são misturados a um composto orgânico e resíduos vegetais. Posteriormente, o material é utilizado como adubo para plantas em projetos de recuperação ambiental.
Marcos Poiato explica que a ideia surgiu quando ele trabalhava como representante de uma indústria farmacêutica. "Um grupo de profissionais da área da saúde me pediu para elaborar um projeto voltado para a preservação do meio ambiente. Foi então que imaginei algo que trouxesse uma solução efetiva e que não se limitasse apenas à história de sustentabilidade como marketing", conta o empresário.
A caixa de coleta é simples e fácil de instalar. Pode ser fixada em grades, paredes, postes e pedestais. Também pode ser adequada para receber pequenos reservatórios portáteis de bitucas.
Poiato declara que as bitucas passam por uma triagem e têm um certificado atestado por uma bióloga. "Após essa etapa, o material segue para a empresa de compostagem que descarta de forma ambientalmente correta esse insumo. Então, ele é misturado - nas devidas proporções - em adubos que serão utilizados exclusivamente em paisagismo ou em recuperações de áreas degradas."
Para as prefeituras, a Poiato Recicla fornece as caixas em comodato e fica responsável pela coleta e limpeza dos recipientes. No caso de empresas privadas, as caixas são vendidas e são higienizadas pela Poiato conforme contrato de prestação de serviços. O valor de venda de cada caixa varia de acordo com o número de funcionários da empresa contratante.